Saudades à martelo!

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Neste instante eu fazia de tudo por um abraço! Ora pois! Seria querer muito? Um aperto de mão, dada minha condição saudosa, significaria um todo mesclado de nada. Uma martelada na saudade, todavia.

Destarte, um olhar longínquo já contentaria este disparate. Quebraria vidros com um martelo se não tivesse com as forças ruídas pela tristeza.

Ludibriado por tamanha distância, me encontro às traças! Estou como as mariposas, de asas abertas e de hábito noturno. Aliás, veja bem! Quero mesmo pousar seja nos braços de um abraço ou, como quero, no coração de quem vive aos extremos do seu casulo! Será que esta larva achatada quer galgar sobre as paredes do coração de alguém? Este alguém, porventura existe?

A despeito da ingratidão se pode objetar: Oh larva intrigante, como saber o que desejas, pois vive a dor da saudade em marteladas sinfônicas? Larva incompreendida, sofrida e arredia. Queria eu, na verdade, saber da dor da saudade e nas marteladas sentidas, o que, de fato, queria a larva do dia que se perdera no seu querer.

Por Padre Joacir d’Abadia, Filósofo autor de 15 livros

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