Papa no Angelus: Jesus nos pede uma fé que muda a vida, não “de fachada”

Na alocução que precedeu a Oração Mariana do Angelus, Francisco usou da parábola “dos dois irmãos” do Evangelho deste domingo (27), do exemplo que brota dentro das famílias, para nos mostrar o caminho da conversão, que “às vezes é doloroso”, exige renúncia e combate espiritual “para não cair na tentação”. A vida cristã “não é feita de sonhos e de belas aspirações, mas de compromissos concretos para nos abrir cada vez mais à vontade de Deus e ao amor pelos irmãos”. Mas isso, advertiu o Pontífice, “não pode ser feito sem a graça” de ser um bom cristão.
 
Um domingo chuvoso, típico de início de outono no hemisfério norte, não espantou os peregrinos que foram à Praça São Pedro rezar com o Papa Francisco a Oração Mariana do Angelus. “Na minha terra se diz: ‘com mau tempo, cara boa’. Com essa ‘cara boa’ eu digo a vocês: bom dia!”, disse o Pontífice ao saudar os fiéis que enfrentavam a forte chuva, entre uma colorida seleção de guarda-chuvas e bandeiras. 

Ao comentar o Evangelho do dia (cf. 21:28-32), o Papa usou a parábola dos dois filhos para nos ensinar sobre a conversão, para aprendermos a passar da palavra à ação. Enquanto um deles negou o trabalho na vinha e depois se arrependeu; o outro filho disse imediatamente sim, mas, na realidade, não correspondeu ao pedido do pai.

“A obediência não consiste em dizer ‘sim’ ou ‘não’, mas sempre em agir, em cultivar a vinha, em realizar o Reino de Deus, em fazer o bem. Com esse simples exemplo, Jesus quer superar uma religião entendida apenas como prática externa e habitual, que não afeta a vida e as atitudes das pessoas, uma religiosidade superficial, somente ‘ritual’, no sentido feio da palavra.”

Os privilegiados da Graça

O Pontífice, então, ao comentar a parábola, disse que os publicanos e as prostitutas, “isto é, os pecadores”, precedem, ao Reino dos Céus, aos “expoentes dessa religiosidade ‘de fachada’, que Jesus desaprova, que, naquela época, eram ‘os sumos sacerdotes e os anciãos do povo’ (Mt 21,23). 

“Essa afirmação não deve nos levar a pensar que aqueles que se dão bem são aqueles que não seguem os mandamentos de Deus, aqueles que não seguem a moral, e dizem: ‘em todo caso, aqueles que vão à Igreja são piores do que nós’. Não, não é esse o ensinamento de Jesus. Jesus não aponta os publicanos e as prostitutas como modelos de vida, mas como ‘privilegiados da Graça’. E gostaria de enfatizar essa palavra ‘graça’, a graça, porque a conversão sempre é uma graça. Uma graça que Deus oferece a qualquer um que se abre e se converte a Ele. De fato, essas pessoas, ouvindo a sua pregação, se arrependeram e mudaram a vida.”

A  misericórdia sem limites de Deus

Por Andressa Collet – Vatican News

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