O elogio profissional, um discurso trabalhoso

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Com a facilidade que se tem para cursar o Ensino Superior, muitos profissionais têm surgido na sociedade. Contudo, eu tenho uma dúvida: você, profissional, acredita no que você faz? Todo profissional carece acreditar em sua profissão, sendo esta uma bondade e beleza daquele que faz, ajuda a cada profissional ser bom para outras áreas do trabalho. Um princípio básico para todo profissional poder alcançar estabilidade no que faz é, com simplicidade e doçura na vida, elogiar seu próprio ofício e valorizar o serviço dos demais, com todas as suas intempéries.

Com muita dor e um pouco de ressentimento eu escutei uma pessoa criticando seu chefe ao dizer: “Não criticar, mas nunca elogiar”. Somente um coração endurecido pela mundanidade consegue viver sem a experiência do elogio. Não é para triunfar ninguém com os elogios é, antes, para reconhecer que pertencemos a nós, mas também a alguém. O elogio é um reconhecimento da disponibilidade para servir, uma entrega que se consome com os sofrimentos diários; é uma disposição pela beleza e bondade da vida. Ao elogiar, se valoriza o talento de outrem.

Na valorização do que o outro tem de bom em suas ações é como dizer: “deixa-me, caro chefe, ser eu mesmo no meu trabalho!”. Este respeito pode gerar confiança e empatia pelo que se desempenha. Quanto mais segurança um empregado tem no seu emprego, ele pode ser mais proativo nas decisões do seu ofício e ainda pode, segundo suas próprias condições, ajudar a desenvolver todo o processo da empresa. Basta, todavia, valorizar o empenho dos profissionais e não ter receio de elogiar cada um deles na medida que fizerem suas obrigações com zelo e segurança.

O trabalho não se faz solitário, isolado da sua prática, antes, em conjunto, pois na coletividade fica menos propenso o cansaço, a fadiga do labor, que vê sentido por meio de palavras que se trocam enquanto se exerce uma atividade. A palavra, o diálogo, conta muito para a eficácia do serviço. O resultado deste serviço se torna extraordinário quando consegue dialogar com o essencial da ocupação de cada trabalhador, que faz seu ofício com muito amor.

O amor no serviço exige uma dimensão humana que não se pode excluir que é sua missão no mundo: ser feliz e encontrar sentido em todo o encanto que a beleza da vida pode o oferecer. O que desvaloriza o trabalhador na sua ação é quando ele próprio se converte apenas no profissional e esquece que é humano.

Neste caso, dificilmente conseguirá responder positivamente a esta indagação inicial: você acredita no que faz? Ou, para ajudar a pensar, você é feliz ao ponto de elogiar sua profissão que exerce atualmente? Você respeite e valoriza o trabalho das outras pessoas? Saiba, você sendo profissional ou não, que o elogio profissional é um discurso trabalhoso, mas não é impossível atingir. Assim, acredite, elogie, respeite e valorize sua profissão, bem como a profissão das demais pessoas.

Por:Padre Joacir d’Abadia, filósofo autor de 15 livros, sendo os mais recentes: “O Humano do Padre”, “Aos cuidados da sabedoria” e “Vivás-Vasti: o contemplador”, membro de 3 Academias de Letras e da “Casa do Poeta Brasileiro”

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