“É como se a gente estivesse no céu”. É com essa frase que a devota Sônia Maria Alves, mais conhecida como Sônia Meireles, de Ouro Branco (MG), descreve a manhã deste sábado, 10 de dezembro. Reunindo cerca de 10 mil pessoas no Parque de Exposições de Barbacena (MG), os presentes acompanharam com a alegria e emoção a cerimônia de Beatificação de Isabel Cristina Mrad Campos, a nova Beata da Igreja.
Em celebração presidida pelo Arcebispo Emérito de Aparecida (SP), Cardeal Dom Raymundo Damasceno Assis, a cerimônia foi concelebrada pelo Arcebispo Metropolitano de Mariana, Dom Airton José dos Santos, pelo Arcebispo Emérito de Mariana, Dom Geraldo Lyrio Rocha, e pelo Bispo Diocesano de Divinópolis (MG) e Presidente do Regional Leste 2 da CNBB, Dom José Carlos de Souza Campos.
A celebração contou ainda com a presença de padres, diáconos, seminaristas, religiosos, fiéis, leigos e leigas de todo o Brasil. Ainda, o Postulador da Causa de Beatificação de Isabel Cristina, Dr. Paolo Vilotta.
Tendo o rito iniciado após o ato penitencial, os fiéis ouviram de Paolo Vilotta os dados biográficos da Beata Isabel Cristina, seguida da leitura da Carta Apostólica, feita em latim pelo Cardeal Dom Raymundo e em português pelo Monsenhor Danival Milagres, com a qual o Sumo Pontífice inscreveu entre os beatos, a Venerável Serva de Deus Isabel Cristina Mrad Campos como Beata. O documento institui que a Beata Isabel Cristina possa ser celebrada liturgicamente em 1º de setembro, data em que ela sofreu o martírio e nasceu para o céu.
Ao canto do Aleluia, leigos e religiosos presenciaram com júbilo o descerramento da imagem da nova Beata e prestigiaram a entrada, em procissão solene, da relíquia da Mártir e Beata da Igreja feita pelo irmão de Isabel Cristina, Paulo Roberto Mrad Campos, acompanhado por sua esposa e filhas. Esse momento também foi marcado pela presença de 20 jovens que traziam consigo rosas vermelhas e brancas, representando a idade com a qual a Serva de Deus sofreu o martírio.
Seguindo os ritos litúrgicos da celebração da Santa Missa, o Cardeal Dom Raymundo Damasceno, em sua homilia, afirmou que nem todos são chamados ao martírio de sangue, mas todos são chamados a viver cotidianamente o martírio do amor. “Peçamos a Jesus a graça, por intercessão de Isabel Cristina, de aceitar as angustias e os desafios da vida cotidiana. Não tenhamos medo jamais!”, disse.
De acordo com o Coordenador Geral da Cerimônia de Beatificação, Monsenhor Danival Milagres Coelho, para a Arquidiocese de Mariana, bem como a Igreja no Brasil e no mundo, é uma graça ter a beatificação de uma Leiga, jovem, que soube viver a sua fé na defesa corajosa dos seus valores. Ainda, na opinião do sacerdote, a Mártir e Beata é uma referência para os jovens. “Isabel Cristina afirmou: ‘é preciso resistir ao mal, custe o que custar’. E custou a vida dela. Por isso, nós agradecemos a Deus o testemunho de fé desta jovem”, enfatiza.
Em saudação ao final da celebração, o Arcebispo Metropolitano de Mariana, Dom Airton José dos Santos, proferiu um agradecimento aos presentes. Em sua fala, ele destacou sua gratidão pelo Papa Francisco por nomear o Cardeal Dom Raymundo Damasceno para presidir essa solenidade.
Ele ainda recordou ao Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora (MG), Dom Gil Antônio Moreira, pelo apoio, enfatizando que com a beatificação de Isabel Cristina a união entre as duas Igrejas Particulares se fortalece ainda mais. Ele também enfatizou o nome do Arcebispo Emérito de Mariana, Dom Geraldo Lyrio Rocha, pelo testemunho e fraternidade e por ter abraçado a causa da beatificação durante o seu pastoreio.
Por fim, ele agradeceu a todos os que contribuíram para a realização dessa beatificação, como os padres, diáconos, leigos e leigas voluntários, ao postulador da causa, Dr. Paolo Vilotta, e especialmente, aos seus familiares.
“Que a intercessão da Beata Isabel Cristina faz surgir na Arquidiocese de Mariana o espirito de serviço, de comunhão e fraternidade e nos faça trabalhar incansavelmente para a canonização de Isabel Cristina, e para as beatificações do Servo de Deus Dom Luciano, de Floripes Dornellas de Jesus, a Lola, do Servo de Deus Monsenhor José Silvério Horta e o Venerável Dom Antonio José Ferreira Viçoso”, finalizou.
Fotos: ©Luiz Felipe Fonte: Arquidiocese de Mariana(MG)
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