Para iniciar esse texto, achei melhor conceituar a palavra “vazia” (que não contém nada, ou contém apenas ar, ou quase nada.), (em que não há ou há poucos ocupantes ou frequentadores). É com base nessas definições que esse texto traz a questão do vazio que vem ocupando algumas igrejas, esse vazio que nos traz uma reflexão inquietante, sim refletir sobre esse vazio que não se fixa apenas no vazio de espaço ou de lugar, mas que sim, no vazio do espírito, no vazio do coração.

Quando esse vazio do espírito toma o ser humano, ele deixa que suas emoções lhe comande de forma a não desejar o que lhe faz bem, ou seja, a busca do que lhe faz bem talvez não seja completa quando o ambiente espiritual não contempla o que o espírito precisa. A  igreja é o santuário do espírito e é nela que o povo vem para renovar a sua fé, para que seu espírito se fortaleça a cada entrada e cada saída do templo de Deus, e se esse santuário não oferece para seus fies o combustível da vida, o vazio tanto de espaço como de espírito penumbra em meio ao desânimo. Não que a Igreja garanta a salvação, mas é nela que o povo tem a possibilidade de estarem reunidos para proclamarem o santo nome de Deus e assim se purificarem na fé.

É importante observar essa questão, pois se a igreja ta vazia o povo ta vazio e o povo vazio é um povo sem fé, sem esperança e sem amor. E o povo sem fé e sem amor passa a ser fracos, passam a interpretar o povo que viu Jesus ser crucificado para que o amor e a fé voltassem aos seus corações. Dessa forma, é preciso fazer como Jesus que mesmo em seu momento de crucificação e sofrimento, renovou o seu espírito ao lhe entrega-lo ao pai celestial, uma atitude vitoriosa ao preencher o seu vazio com a fé que ainda naquele dia estaria ao lado de Deus. Assim é preciso suprir o vazio quando ele se prostra no nosso templo espiritual. É preciso também que os padres não sejam vazios, uma igreja em que seu sacerdote não se mantém renovado no espírito santo, não poderá contribuir com a renovação de seus fies que vem em busca do alimento de Deus. É preciso também que o povo se abra para que seu ser seja coberto pela fé e pelo amor, e que todos possam contemplar juntos o Deus que tudo pode e que quer revigorar a vida de cada um todos os dias.

Assim, é preciso convocar todos, padre e fies para uma renovação a cada missa, a cada batizado, a cada casamento, em fim a cada movimento que acontece na igreja, a se renovarem para que o vazio do espírito e de espaço não possa deixar que o fogo do espírito santo se apague dentro de cada um de nós.

Texto: Luciane Galvão