Bispo de Caçador (SC) analisa o legado deixado pelo Ano do Laicato

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Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato da CNBB, Dom Frei Severino Clasen, em entrevista para a Canção Nova, destacou o legado deixado pelo Ano Nacional do Laicato – que será encerrado neste domingo, 25 de novembro, Festa de Cristo Rei.

Para Dom Clasen, este período ficou marcado pelo reconhecimento da missão do leigo dentro da Igreja e, principalmente, da missão do leigo no mundo. “Esse Ano Nacional do Laicato contribuiu significativamente para a compreensão dos leigos sobre qual é a sua missão dentro da Igreja, de participar das pastorais, movimentos e serviços, mas principalmente, o de levar esse sentimento onde estão, na família, no trabalho, na escola, em todo lugar, fazendo com que o fermento e a alegria do evangelho contaminem o mundo todo”, afirmou o bispo.

Em seguida, alertou os cristãos leigos para aquilo que ele chamou de o grande perigo dos dias atuais: “nós temos o grande perigo nos dias de hoje de sermos cristãos apenas dentro da Igreja, onde nós achamos que as nossas próprias convicções já resolvem e salvam tudo, isso entra em uma heresia chamada de agnosticismo e pelagianismo, onde nós achamos que pelo nosso próprio esforço já resolvemos tudo. Não é assim, é pela graça de Deus, é a força de Deus agindo em nós e, inspirados nisso, nós transformamos o mundo”.

O presidente da Comissão para o Laicato da CNBB ainda prosseguiu: “Jesus Cristo veio justamente, pela graça que a Ele confere, implantar o reino dos céus. Ele convoca todos os batizados a serem instrumentos do Reino de Deus nesse mundo, onde estiverem. É importantíssimo que haja essa participação dos cristãos leigos e leigas na Igreja, mas não só na Igreja, mas onde estiverem no dia a dia, como Igreja, como povo eleito que faz parte do serviço do anúncio do evangelho. (…) Crescendo nessa vida eclesial, ou seja, de dentro da Igreja, é preciso sair e ser Igreja em todo o espaço”.

Em meio a este Ano Nacional do Laicato, muitos avanços no diálogo e conscientização dos leigos aconteceram, segundo o bispo de Caçador, que também apontou a conclusão deste período intenso de atividades voltadas para o laicato como um ponto de partida. “É preciso que os cristãos leigos e leigas possam crescer a partir deste Ano do Laicato, nesse exercício do cultivar-se, conhecer-se e conhecer ao outro, de crescimento na espiritualidade, e respeito mútuo, assim consegue-se alcançar a missão de ser sal da terra”, ressaltou.

O prelado não deixou de comentar o valor do contato entre jovens e adultos no trabalho apostólico da Igreja. “Os adultos também tem algo bom para contar aos jovens, contanto que não fiquemos com moralismo, com imposições, mas sim com sensibilidade para que haja este envolvimento, esta compreensão e simpatia para mostrar as coisas boas que nós temos”.

Sobre a Campanha da Fraternidade 2019, que tem como tema “Fraternidade e Políticas Públicas” e o lema “Serás libertado pelo direito e pela justiça” (Is 1, 27), na opinião de Dom Severino, é mais uma outra forma de incentivar a missão leiga no mundo. “É preciso fazer também com que os leigos participem das decisões daquilo que lhes compete, que lhes interessa, que lhes pertence, que lhes é necessário para uma harmonia na sociedade, na governança da sociedade. A partir da cobrança as injustiças poderão ser superadas e poderemos contar com a alegria e com a fraternidade vivida na Igreja”, concluiu. 

 Com informações da Canção Nova e Gaudium Press

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