Amigos homenageiam Dom Ceslau e prefeito de Itabuna decreta luto em Itabuna

, Testemunhos
Os católicos amanheceram nesta sexta-feira, 15, com a triste notícia do falecimento de Dom Ceslau Stanula. O Bispo Emérito de Itabuna (BA), faleceu ontem, às 23h, aos 80 anos de idade, no Hospital Jorge Valente, em Salvador (BA), onde se encontrava internado, desde o dia 06/05/2020, vítima choque séptico, pneumonia, Chicungunha e neoplasia da próstata. Em 1997, Dom Ceslau chegou na Diocese de Itabuna onde exerceu seu ministério episcopal por 20 anos, até que se tornou bispo emérito em 2017, quando se aposentou.
O prefeito de Itabuna, Fernando Gomes, decretou luto de três dias na cidade e emitiu uma nota de pesar, nas redes sociais, dizendo: “Não falo como prefeito, mas como cidadão cristão, homem de fé, que perdeu mais que um amigo, perdeu uma referência ética, um exemplo de amor ao próximo”, declarou, consternado, Fernando Gomes.
O amigo, padre Nicolau, também deixou uma mensagem: “Dom Ceslau, que conheci  há 30 anos me convidou para a missão no Brasil. 
Do bispo pastor passou a ser conselheiro, amigo o tinha como pai espiritual. Hoje ele foi chamado para a casa do Pai. Mas não o perdemos. Continuará vivo, presente no coração”.
O Diácono Trajano enviou um vídeo falando sobre sobre Dom Ceslau: “A gente guarda de Dom Ceslau, a figura de pai, a figura que orientava, que dizia as coisas pra fazer, que nos corrigia quando necessário. E a gente quer agradecer a Deus pela convivência que tivemos, de 2010, da minha ordenação, até a saída dele, em 2017. Ficamos sete anos num relacionamento mais próximo, por força do Ministério. Agradeço a Deus pela vida dele e que Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, que ele era tão devoto, possa ter acolhido ele e levado até o seu filho, Jesus”.
 
Uma grande amiga, Neide Martins, também deixou sua homenagem: “Dom ceslau voltou para a casa do Pai. Descansou nos braços Daquele que amava e nos braços de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, a quem tinha devoção. E o que fica pra nós, são as boas lembranças, as boas recordações. Mais do que um Bispo, ele era um amigo de riso fácil, de uma abraço apertado, de palavras carinhosas, conselheiras, de uma homilia e reflexões riquíssimas, que nos faziam meditar a palavra de Deus. Ele semeava a palavra de Deus como muita facilidade. E nos fazia crescer na fé”.
A TV Santa Cruz exibiu uma reportagem falando sobre o falecimento de Dom Ceslau, no jornal Bahia Meio-dia. 
 
A Santa Casa de Itabuna, emitiu uma nota de pesar dizendo: ” É com sentimento profundo de pesar e resignação que a Santa Casa de Misericórdia de Itabuna recebe a notícia do falecimento de Dom Ceslau, bispo emérito de Itabuna (BA). Ainda em 1997, Itabuna conhecia DOM CESLAU e iniciava ali um relacionamento fraterno com a Santa Casa de Misericórdia de Itabuna (…). Na Santa Casa, ocupou o cargo de Presidente da Irmandade, sendo presente e atuante nas reuniões e grande conselheiro nos momentos decisivos. Líder espiritual, teve suas ações sustentadas pelas Irmãs Auxiliadoras e pelas Irmãs Religiosas da Comunidade das Irmãs dos Pobres de Santa Catarina de Sena. Ainda no ano de 2014, o então provedor Dr. Eric Ettinger e a mesa diretora da Provedoria decidiu pela concessão da Comenda Monsenhor Moyses Gonçalves do Couto ao querido Dom Ceslau. Em seu último ano na cidade de Itabuna, participou diretamente do planejamento e execução das Festividades pelo Centenário da Santa Casa de Itabuna, ministrando todas as celebrações comemorativas, inclusive a missa
do Centenário. Em sua despedida da Diocese de Itabuna, recebeu uma Missa especial e homenagens de toda a Instituição.
 
 
BIOGRAFIA DE DOM CESLAU
 

Dom Ceslau Stanula, missionário redentorista, nasceu no dia 27 de março de 1940, em Szerzyny, pequena cidade, distante a 100 km de Cracóvia, na Polónia. Seus pais Stanislaw e Bronislawa Stanula, camponeses, tiveram oito filhos. Destes, três são religiosos: Emil, sacer­dote redentorista, doutor das línguas clássicas: Latin e Grego, especialista em historia  antiga, já falecido; D. Ceslau atual bispo de Itabuna; e Tereza, da Congregação das Pequenas Irmãzinhas de Jesus, doutora em psicologia; um militar, coronel do Exército, também já falecido.Concluiu os estudos primários na sua cidade natal, Szerzyny. Cursou o segundo grau, na cidade copernicana de Torun. Entrou na Congregação dos Missionários Redentoristas com 17 anos. Terminou os estudos filosóficos e teológicos no Seminário Redentorista em Tuchów, hoje Pontifício Instituto Teológico PUC, onde recebeu a ordenação sacerdotal no dia 19 de julho de 1964.

Iniciou o seu trabalho sacerdotal na Polônia, na cidade universitária de Gliwice, Silésia, como catequista e capelão do Hospital Ontológico. De Gliwice foi destinado para missionário na Argentina e trabalhou no Norte argentino, na província del Chaco, nas cidades de Charata e Villa Angela. Em Villa Angela dedicou-se à catequese atendimento das escolas rurais, e à formação de catequistas, dando aulas na Escola Superior de Catequese da Diocese da Presidência Roque Saeñs Peña. De Villa Angela foi transferido para Quilmes em Buenos Aires, dedicando-se lá à pastoral familiar, preparando os noivos para o matrimonio e pregando missões populares.

Depois de seis anos de trabalho na Argentina, os superiores o mandaram para o Brasil, para, com os outros quatro padres vindos diretamente da Polônia, dar início à Missão Redento­rista da Bahia, em Bom Jesus da Lapa. Chegou ao Brasil no dia 12 de abril de 1972.

Em Bom Jesus da Lapa ocupou as funções de Superior da Missão Redentorista da Bahia durante 9 (nove) anos, Reitor do Santuário Bom Jesus da  Lapa, Pároco da Paróquia, Vigário Geral da Diocese, Professor do Colégio de São Vicente, Diretor da Gráfica “Bom Jesus”, Assistente Eclesiástico e orientador da Congregação das Filhas de Fátima e pregando também as missões populares. Aqui escreveu um pequeno “Catecismo Popular”.

Pelo seu trabalho de acolhida aos romeiros e as construções para os melhor atender, ajudou a divulgar a beleza deste Santuário que hoje se tornou a “Primeira Maravilha” do Brasil.

Depois de 12 anos de trabalho em Bom Jesus da Lapa foi transferido em 1984 para Salvador, para a Comunidade de São Lázaro e Paróquia da Ressurreição no bairro Ondina. No início assumiu a função de Vigário Paroquial e Diretor Espiritual do Encontro dos Casais com Cristo (ECC) e do “Grupo Repartir”. Com predileção dedicou-se à Pastoral Familiar. Trabalhou como professor na Escola Superior de Fé e Catequese “Lumen Christi”. Depois foi nomeado Superior da Comunidade Redentorista de São Lázaro, Pároco da Paróquia de Ondina, funções que desempenhou até a nomeação do bispo. Como Pároco, iniciou a construção da igreja de Ondina, no dia 6 de maio do ano 1989.

Neste período, dedicou-se mais ainda Pastoral Familiar, sendo nomeado pelo Arcebispo D. Lucas Cardeal Moreira Neves, Diretor Arquidiocesano do ECC. Foi eleito Coordenador da pastoral do Zonal II, membro do Conselho Presbiteral Arquidiocesano, Coordenador do Conselho Presbiteral da Arquidiocese e nomeado Vigário Forâneo da Forania 2 da Arquidiocese.

Para melhor identificar-se com o povo brasileiro, naturalizou-se brasileiro pela portaria n.° 00948, recebendo o Certificado de Naturalização no dia 24 de março de 1988 em Salvador.

Nomeado Bispo Diocesano de Floresta – Pernambuco, pelo Santo Padre o Papa João Paulo II, no dia 23 de agosto de 1989, recebeu a Consagração Episcopal na Paróquia de Ondina, Como bispo da Diocese de Floresta foi eleito bispo referencial da Pastoral Familiar, animador da  Vida Consagrada na CNBB Regional NE II.

Na Diocese de Floresta assolada pelas grandes secas, conseguiu construir quatro açudes e uma adução de água potável de extensão de  4 km , até o povoado Ari.

Iniciou a edição do Boletim Diocesano, edição mensal, “Voz que Clama no deserto”.

Transferido pelo Papa João Paulo II para a vacante diocese de Itabuna, tomou pose no dia 26 de outubro de 1997.

Continua dedicar-se a pastoral familiar no Regional NE III, que abrange os Estados Bahia e Sergipe. Foi eleito o Presidente da CNBB Regional NE III e desempenhou esta função durante quatro anos.

Continuou a edição mensal do Boletim Diocesano “Voz que Clama”, que se tornou hoje a fonte de pesquisas para os que se interessam com a vida e acontecimentos, principalmente religiosos, da região.

Lutou pela implantação do Curso de Medicina na UESC, como provam os ofícios dirigidos neste sentido para o Secretário da Educação naquela época  Dr. Eraldo Tinoco, e ao próprio Governador do estado Cesar Borges.

Mantém já oito anos a coluna “Voz que Clama” no Jornal “Agora” onde está escrevendo semanalmente o artigo.

Editou livros: “O cotidiano da Igreja” em 2009 pela Editora “Bom Jesus”; “Em sintonia com a Igreja” em 2010, também pela Editora “Bom Jesus” e recentemente (20 de maio deste ano 2013) “Semente Caída”,  pela mesma Editora Bom Jesus. Em preparação esta outro livro – quarto.

Dom Ceslau é o Membro da Academia Grapiúna de Letras.

Alem disso tem alguns artigos publicados em varias revistas em polonês, italiano e espanhol.

Conseguiu fazer várias construções importantes para Diocese como para a região tais como: aumento do  prédio do Seminário Diocesano para  mais 20 estudantes; construiu o Centro Pastoral, lugar de formação encontros etc;  construiu a Residência Oficial dos Bispos de Itabuna etc.

São estes pequenos traços da vida e atuação de Dom Ceslau. Ama o povo sertanejo, nordestino, a qual dedicou uma boa parte da sua vida. Neste momento servindo o povo na região cacaueira, animando o povo e lutando pela paz na região.

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