52 mil fieis lotam estádio em Salvador, na primeira missa de homenagem a Santa Dulce dos Pobres

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A primeira cerimônia de homenagem a Santa Dulce dos Pobres no Brasil foi realizada neste domingo (20), com a presença de 52 mil pessoas, na Arena Fonte Nova, em Salvador (BA). A programação contou com missa, espetáculo teatral sobre a vida da santa e atrações musicais. Irmã Dulce foi canonizada no último domingo (13), no Vaticano.

 Uma semana depois de ela se tornar a Santa Dulce dos Pobres , com a canonização no Vaticano, 52 mil admiradores da religiosa praticamente lotaram o estádio de futebol para o evento que culminou em uma missa, iniciada por volta das 17h e conduzida pelo arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, dom Murilo Krieger.

Entre os fiéis que chegaram para assistir à cerimônia, muitos funcionários e voluntários das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID). Quatro grupos musicais e a cantora Patrícia Ribeiro animaram o público. Ainda como parte da programação, 530 crianças participaram do espetáculo Império de Amor, que contou a vida do Anjo Bom da Bahia ao público presente.

As crianças encenaram toda a trajetória da beata desde a infância. A peça também fez referências às obras de Irmã Dulce e a luta da primeira santa brasileira para cuidar dos pobres e enfermos.

O arcebispo Dom Murilo Krieger acompanhou todo o espetáculo do altar. Na platéia, estavam os miraculados Cláudia Araújo e José Maurício Moreira, além da sobrinha de Santa Dulce, Maria Rita Pontes.

O espetáculo contou com a participação da cantora Margareth Menezes, que subiu ao palco vestida de freira. Além disso, o sanfoneiro Waldonys cantou o hino oficial a Santa Dulce e emocionou o público.

Os cantores Saulo e Tuca Fernandes também participaram do espetáculo e cantaram a música “Doce Luz”, que também homenageia o legado da Santa Dulce dos Pobres.

Além das crianças, o Império de Amor também teve a participação de pacientes e voluntários das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID). Um coral também esteve no palco, entoando os cânticos à santa. Uma estátua de Irmã Dulce foi colocada no centro do altar, enquanto o espetáculo acontecia.

Depois disso, os miraculados fizeram a procissão conduzindo as relíquias de Santa Dulce. Os cantores Adelmário Coelho, Targino Gondim e o sanfoneiro Waldônys entoaram o hino dedicado à santa, e foram acompanhados a plenos pulmões pelo público.

Uma imagem do Santo Antônio, santo de devoção de Irmã Dulce, e de Nossa Senhora da Conceição e do Senhor do Bonfim foram apresentadas em procissão. O tenor Thiago Arancam cantou o hino ao Senhor do Bonfim, que também foi cantado pelo público. O momento despertou a plateia, que gritava e aplaudia em um dos momentos mais fortes da celebração.

Bispos, padres, diáconos e seminaristas seguiram em procissão para a entrada da missa. A cerimônia começou a ser presidida por Dom Murilo Krieger, por volta das 17h40.

Todo o momento da celebração foi cantado e respondido pelos fiéis. Entre os pontos altos da missa, o Glória e o Credo fizeram o público rezar junto com Dom Murilo Krieger e padre Edson, que conduziram a cerimônia.

No momento do Pai Nosso, as luzes foram apagadas para que os religiosos tivessem um momento íntimo de oração. Depois do ofertório, padre Edson anunciou Quênia fiéis teriam uma surpresa após a comunhão.

 Os cânticos para comungar foram entoados e ministros entraram no campo e nas arquibancadas para distribuir as hóstias. O momento emocionou os presentes, que aguardaram pacientemente para a comunhão.

“Santa Dulce dos Pobres, hoje Salvador está em festa, a Bahia está em festa, o Brasil todo se alegra com o reconhecimento de sua santidade ocorrida no domingo passado na Praça São Pedro no Vaticano. Quem esteve lá fez uma experiência única, emocionante, daquelas que só a fé nos possibilita viver”, disse Dom Murilo logo no início da homilia.

A reflexão do arcebispo foi sempre se dirigindo à nova santa, mencionando seu modo de viver, sua santidade e, assim, os ensinamentos que ela deixou a todos. Ele ressaltou que todos estavam ali reunidos por causa, na verdade, da Santíssima Trindade, fonte de toda santidade, inclusive da santidade de Santa Dulce dos Pobres.

Dom Murilo recordou os motivos pelos quais irmã Dulce se tornou conhecida e amada ainda em vida: seu amor e trabalho em prol dos mais pobres. “Estamos aqui porque a senhora colaborou com a graça divina e se tornou uma discípula de Jesus Cristo”.

O título que também a fez conhecida – o “Anjo Bom da Bahia” – não passou despercebido na homilia de Dom Murilo. Ele disse que ela foi exatamente isso: um anjo que passou pelas ruas de Salvador, que ajudou muitos a descobrir o valor da palavra ‘dignidade’. E agora, é o Anjo Bom do Brasil.

E neste dia em que os fiéis se reúnem para agradecer, neste dia de festa, é dia também de aprender com o jeito de ser de santa Dulce, disse Dom Murilo: sua vida de oração, sua luta para que os mais pobres tivessem não somente o pão, mas também valores.

“A senhora fez a sua parte, cabe-nos agora imitá-la e fazermos a nossa parte. O mundo precisa de muitas ‘irmãs Dulce’. Se a Igreja a coloca agora em destaque é para que a luz de Cristo que se reflete na senhora seja vista por nós e nos ajude a fazer o que estiver ao nosso alcance para fazer um mundo melhor”.

“Obrigado por sua vida e testemunho, Santa Dulce dos Pobres, obrigado pela lição que nos deixou. Obrigado, muito obrigado, Anjo Bom do Brasil”, concluiu Dom Murilo.

A surpresa do final ficou por conta da imagem de Santa Dulce dos Pobres, que foi venerada por centenas de fiéis que se aglomeravam na frente do altar. A santa missa foi encerrada com o hino à Irmã Dulce, antes dos fiéis dispersarem na Arena Fonte Nova.

Biografia de Irmã Dulce
Irmã Dulce (1914-1992) foi uma religiosa católica brasileira que dedicou a sua vida a ajudar os doentes e os mais necessitados.
Foi beatificada pelo Papa Bento XVI, no dia 10 de dezembro de 2010, passando a ser reconhecida com o título de “Bem-aventurada Dulce dos Pobres”. Foi canonizada pelo Santo Padre o Papa Francisco em uma celebração no Vaticano no dia 13 de outubro de 2019.
Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes (1914-1992) nasceu em Salvador, Bahia, no dia 26 de maio de 1914. Filha de Augusto Lopes Pontes, dentista e professor da Universidade Federal da Bahia, e de Dulce Maria de Souza Brito Lopes Pontes. Desde criança, Irmã Dulce desejava seguir a vida religiosa e rezava
muito, pedindo algum sinal que mostrasse se deveria ou não seguir esse caminho.
Ainda na adolescência, começou a desenvolver a sua missão de ajudar os mendigos, carentes e enfermos.
Formação Religiosa
Aos 13 anos foi recusada pelo convento de Santa Clara por ser muito jovem. Em 8 de fevereiro de 1932, formou-se professora primária e no ano seguinte entrou para a Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, em São Cristóvão, Sergipe.

Confira a Biografia de Santa Dulce dos Pobres:
https://www.ebiografia.com/irma_dulce/

Foto:Valter Junior 

Por: Anara Passos/Portal Católico.Net

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