Uns questionamentos da vida

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Tenho questionado, algumas vezes, umas palavras com seus significados. Por isso me pergunto, como poder dizer todas estas palavras ânimo, aflição, certeza, palavra, vida e Senhor, acolhendo cada significado? Vou um pouco além desta pergunta, perguntando a respeito de cada uma dessas palavras.

O que anima o homem nesta imensidão de mundo? Quais as grandes aflições que mexem com o interior do homem? O que é certo na vida deste homem que cultiva temores? Qual palavra poderá celebrar o encanto perdido pela vida? Qual vida se pode discorrer, a vida de verdade ou a vida que tentam criar?

Se me permite ainda mais indagações eu vou fazer um questionamento porque quero saber onde está o Senhor que permite ao homem perguntar por Ele mesmo. Onde está o Senhor? Por acaso, o homem está sozinho neste mundo?

O Senhor
_ Inicialmente se pode dizer que o Senhor está no abandono do homem. Os questionamentos sobre o Senhor não ganham significado prático porque a insensibilidade tomou conta da vida do homem, pois “A não significação e a contradição são cultivadas por si próprias” (Albert Camus). Uma estranheza radical contra o sagrado instalou no homem preenchendo a abertura para o Senhor. Todavia, o homem está cheio da vida que ele mesmo criou.

A vida
_ Que vida é esta que o homem cria enterrando, definitivamente o seu Senhor? Uma vida que se vive tão somente o que é efêmero, passageiro, sem profundidade, sem tendência para o futuro, ao passo que o “agora” se basta com palavras carregadas de letras, mas abandonada de sentido.

A palavra
_ As palavras que saem deste homem que vive seu “agora” são todas de derrota, fracasso e desalento. Nelas imperam o medo do futuro com suas certezas. É como interrogar com o padre Ailbe O’Reilly, “Como é possível para um pai de família saber quais serão os efeitos de certas palavras bem-intencionadas nos seus filhos?”

A certeza
_ Ao certo na vida é que se vive na incerteza do futuro. As horas passam, os dias vão seguindo, as semanas são formadas e, assim, o tempo como tempo é formado. Contudo, o segundo seguinte sempre será incerto, pois o futuro é incerto, mas ao atingi-lo ele se tornou uma realidade em minha vida.

É certo que a vida é incerta e isso causa aflição na vida. O padre Hubert van Dijk diz que “A vida diária coloca-nos sempre perante situações novas, nas quais não é imediatamente claro como se deve reagir” (O meu anjo e eu: sete degraus para caminhar com o Anjo da Guarda, 2ª edição revisada – Goiânia-GO. Hubert van Dijk, p. 51, 2019)

As aflições
_ As aflições, quando vividas de forma coerente, conseguem levar o homem a uma descoberta que nem sempre ele percebe na medida que se vive em plena harmonia: que ele é falho. A estas pessoas se deve ensinar a superar seus medos, como fez o irmão Maximilian M. Plöchl: “Peça também por todas as pessoas aflitas que estão diante de um grande sofrimento, para que recebam as forças e graças que lhes são necessárias para suportá-lo” (Passio Domini, p. 9. 2012).

O ânimo
_ Por se descobrir falho, totalmente entregue ao seu humano, o homem pode desanimar frente à sua vida criada por eles mesmo, mas o que lhe animará a se erguer nas suas fraquezas é o Senhor. Assim, o homem poderá dizer em forma de grito: “O que me anima na aflição é a certeza: vossa palavra me dá a vida, ó Senhor” (Sl 118,50).

Bibliografia

Camus, Albert. O homem revoltado. Tradução: Valerie Rumjanek. 2ª Ed. Rio de Janeiro: BestBolso, p. 113, 2017.

Dijk, Hubert van. O meu anjo e eu: sete degraus para caminhar com o Anjo da Guarda, 2ª edição revisada – Goiânia-GO: Hubert van Dijk, p. 51, 2019.

O’Reilly, Ailbe. Os dons do Divino Espírito Santo. 1ª edição-Goiânia: Gráfica e Editora América, p. 73, 2014.

Plöchl, Maximilian M. Passio Domini, p. 9. 2012.

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