O sofrimento nos aproxima de Deus e é no Pai que devemos depositar nossa confiança
Já estamos há um tempo considerável nessa pandemia e a sensação de insegurança em relação ao futuro só aumenta. Tenho recebido algumas partilhas de pessoas perguntando se Deus mandou tudo isso ou mesmo onde está Deus. Filhos, não podemos nos desesperar diante do sofrimento.
Deus é infinitamente misericordioso e está sempre pronto a nos escutar. Por isso, tenhamos certeza de que não é indiferente às situações de nossa vida, muito menos ao nosso sofrimento nessa pandemia.
Ele não manda as provações, porém, como Pai zeloso, utiliza esses desafios para transmitir lições valiosas, porque nos ama. Como afirma a Carta aos Hebreus:
“O Senhor corrige a quem ele ama e castiga a quem aceita como filho. Em vista da educação é que vocês sofrem. Deus trata-os como filhos. E qual é o filho que não é corrigido pelo pai? Pelo contrário, se vocês não são corrigidos como acontece com todos, então vocês são bastardos e não filhos” (Hb 12,6-8).
Sofrimento aproxima de Deus
Devemos entender que Deus faz isso para fortalecer a nossa fé e assim nos santificar. Náo podemos nos desesperar diante do sofrimento, pois ele aproxima-nos de Deus e é no Pai que devemos depositar nossa confiança. Para superar esses momentos de tribulação, não concentremos nossa atenção nas dificuldades, mas sim na presença de Jesus, que disse: “Neste mundo, vocês terão aflições, mas tenham coragem; eu venci o mundo” (Jo 16,33).
Ele é nosso parceiro de caminhada, dando-nos força e segurança. Ele é o vencedor da morte que prometeu estar conosco até o fim. Com Ele nos amparando, não há o que temer.
Na verdade, toda tribulação traz consigo um estímulo à verdadeira conversão, pois leva-nos à perseverança e a uma profunda experiência de Deus. Por isso, não devemos pedir que Ele nos livre delas, mas sim que nos dê a força necessária para conseguirmos vencê-las.
Fé e confiança
Muitas vezes o que falta à nossa oração é a confiança necessária. A fé deve ser confiante, cheia de esperança, mas também paciente. É preciso saber esperar o tempo de Deus, que não é o mesmo que o nosso, como ensina o Livro do Eclesiástico:
Mesmo quando não conseguimos enxergar a luz no fim do túnel, não desanimemos, ela existe. Não cessemos de rezar e esperar no Senhor. A seu tempo, as graças serão concedidas, pois o tempo de Deus não segue os ponteiros do nosso relógio.
Mas somos frágeis e na hora da necessidade, desesperamo-nos e até questionamos o poder de Deus. Felizmente, até isso Ele compreende, porque nos ama como somos e só quer o nosso bem.
Por outro lado, também é preciso que fiquemos atentos, pois, às vezes, esperamos que tudo aconteça como pedimos e Deus nos mostra a solução de outra forma, a qual não entendemos, exatamente porque não estamos atentos aos Seus sinais.
Fazer a nossa parte
Com certeza, Deus fará a parte d’Ele, mas nós temos que fazer a nossa. Não basta cruzarmos os braços e esperar sentados que as coisas caiam do céu. Devemos lutar e não ter medo de ousar, ser criativos e, sobretudo, evitar de todas as formas o desânimo e a apatia.
Por fim, lembremo-nos de que a perseverança tudo alcança. Deus é poderoso para realizar muito mais do que pedimos ou imaginamos.
Por Padre Reginaldo Manzotti/Aleteia
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