Papa Francisco fala do estado atual da relação da Santa Sé com a China

O papa Francisco terminou hoje (4) a sua viagem apostólica à Mongólia, país que tem mais de 4,6 mil quilômetros de fronteira com a China.

Durante o voo de volta a Roma, a jornalista da agência de notícias espanhola EFE, Cristina Cabrejas, perguntou ao papa como estão as relações da Santa Sé com a China nesse momento, especialmente depois de as autoridades comunistas “não terem permitido que os bispos fossem à Mongólia”.

O papa Francisco respondeu: “As relações com a China são muito respeitosas, muito respeitosas. Pessoalmente, tenho uma grande admiração pelo povo chinês, os canais são muito abertos, para a nomeação dos bispos há uma comissão que vem trabalhando há algum tempo com o governo chinês e com o Vaticano”.

Em setembro de 2018 a Santa Sé e a China assinaram um acordo provisório sobre a nomeação de bispos, cujo conteúdo é secreto.

Este acordo foi renovado duas vezes, a última vez em setembro de 2022.

“A comissão presidida pelo cardeal Parolin está fazendo isso de forma amigável: estão fazendo um bom trabalho, e também do lado chinês, as relações estão em andamento. Eu tenho um grande respeito pelo povo chinês”, disse o papa.

O papa Francisco disse que “devemos avançar no aspecto religioso para nos entendermos melhor e para que os cidadãos chineses não pensem que a Igreja não aceita sua cultura e os seus valores e que a Igreja dependa de uma outra potência estrangeira”.

Falando sobre a viagem do cardeal Matteo Zuppi a Pequim e a sua missão na Ucrânia, o papa recordou que ao cardeal foi confiada “uma missão de paz”.

“Ele fez um plano que previa visitar Moscou, Kiev, Estados Unidos e também Pequim. O cardeal Zuppi é um homem de grande diálogo e visão universal, ele tem na sua história a experiência do trabalho feito em Moçambique na busca pela paz e por isso eu o enviei”, disse.

O papa Francisco começou a sua visita à Mongólia na sexta-feira (1º). Durante estes dias, um grupo de fiéis chineses, especialmente aqueles que se autodenominam “católicos clandestinos”, participaram em alguns dos eventos

Alguns deles optaram por proteger as suas identidades usando máscaras e óculos de sol para evitar possíveis represálias do governo chinês. Outros agitavam bandeiras chinesas com entusiasmo em eventos enquanto o papa Francisco passava por eles.(ACI)

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