Padre Adriano Fernandes reflete sobre vocação e conta um pouco de sua trajetória

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No mês de agosto é comemorado o Dia do Padre e o período é destinado pela Igreja Católica a uma reflexão mais aprofundada sobre questão vocacional. O padre Adriano Fernandes , Reitor no Seminário  Propedêutico da Diocese de Itabuna e pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, concedeu uma entrevista a este Portal e afirmou que jovens não devem ter medo de seguir Jesus com sua vocação religioso (a) (seja padre, diácono, freira) ou consagrada, entre outras. Pois, o chamado é de Deus.

Além disso, o padre falou como foi o seu chamado sacerdotal. Confira!

Portal Católico: Como nasceu a sua vocação sacerdotal?

Padre Adriano: A minha vocação começa desde muito cedo. Ingressei cedo na Catequese, onde fui desenvolvendo a minha integração na comunidade e isso foi me ajudando a perceber o chamado de Deus na vida, na minha adolescência, que comecei, a discernir e decidir a responder este desejo de Deus para minha vida. Então, mais ou menos, aos meus 12 anos, eu já tinha isso como meta: ser padre, apesar dos desafios, apesar de todos os empecilhos que vinham, sobretudo os preconceitos por parte de amigos, de familiares…mas eu enfrentou isso para ser fiel ao chamado que Deus me fez.

Portal Católico: Ser padre é a melhor profissão do mundo?

Padre Adriano: Não diria a profissão porque profissão visa um serviço em prol de interesses ou tem que ter respaldo em questão de dinheiro. Mas, diria que é a vocação, pois nós respondemos ao chamado de Deus justamente para servir, se trata de uma renúncia de nós mesmos para se colocar a serviço do povo de Deus.

Portal Católico: A educação recebida pelos seus pais ajudou a abraçar a vocação sacerdotal?

Padre Adriano: Eu venho de uma família católica mas a minha família ensina que é comprometida com a Igreja, mas no entanto, toda educação que eu recebi em base familiar, sim, contribuiu pra que eu chegasse a responder o meu chamado com fidelidade.

Portal Católico: Quais os elementos que favorecem o desenvolvimento vocacional?

Padre Adriano: Nós precisamos primeiro ter consciência daquilo que somos e claro, nos identificarmos a Jesus. À medida que a gente vai conhecendo Jesus e a sua Igreja, a gente consegue fazer um discernimento mais sincero, mais autêntico, mais firme. Então, precisamos sobretudo, estarmos engajados nas nossas igrejas, nas nossas comunidades, porque o discernimento, ele vai acontecendo na medida que a gente tem uma vida comunitária, porque  a partir do serviço na comunidade, que vai nascendo, brotando o desejo de servirmos com específicas particularidades a vocação que o Senhor nos chama. É dentro da comunidade que a gente vai percebendo o chamado específico. É dentro da comunidade que vamos percebendo os carismas que devem ser desenvolvidos dentro de nós.

Portal Católico: Tem jovem que tem medo do chamado de Deus. Deixe uma mensagem para esses jovens.

Padre Adriano: O medo é algo comum, isto acompanhou todos os profetas, todos os apóstolos, acompanhou todos os que seguiram a Jesus. No entanto, não pode deixar que se tome pelo medo. Devemos ter a coragem, o incentivo de respondermos a nossa vocação. Claro que o desafio é grande e é isso que provoca o medo. São os desafios, são os preconceitos, são as medidas que a sociedade impõe. Isso tudo inibe o jovem diante da resposta, do chamado. Mas, é ter certeza de que o Senhor que nos chamou, Ele nos dá capacidades para respondermos, nos dá força e nos mostra sempre presente para que a gente possa responder com fidelidade o seu chamado. É preciso que a gente caminhe com Deus. Quando a gente caminha com Deus, a gente consegue responder mais firmemente o nosso chamado.

Portal Católico: Em que ano o senhor entrou para o Seminário e foi ordenado?

Padre Adriano: Eu ingressei no Seminário em 2007 e em 2012 estava indo para o Rio de Janeiro para concluir os meus estudos de Teologia. Em dezembro de 2013 fui ordenado diácono e em 15 de novembro de 2014 fui ordenado sacerdote.

Reportagem: Valdeni Elias

Foto: Arguivo/Portal Católico.Net

Edição de texto: Anara Passos (Jornalista DRT 7574)

 

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