O testemunho de um padre ao resgatar migrantes no Mar Mediterrâneo

“Não dá para ficar parado olhando isto. Não dá simplesmente para assistir. Você tem que agir”

Aagência humanitária espanhola Open Arms (Braços Abertos) resgata migrantes no Mar Mediterrâneo, onde ficam à deriva em águas internacionais enquanto tentam escapar de guerras e miséria nas suas nações de origem. Essas tentativas desesperadas de migração têm sido crônicas na região, com refugiados procedentes da África, do Oriente Médio e da Ásia Central tentando chegar à Europa em embarcações precárias e superlotadas.

Quando o padre italiano Luigi Usubelli viu uma dessas embarcações de madeira com cerca de 70 migrantes, incluindo quatro crianças e seis mulheres, pensou imediatamente:

“Não dá para ficar parado olhando isto. Não dá simplesmente para assistir. Você tem que agir”.

Ele mesmo conta que entrou em ação ajudando a içar os refugiados a bordo de um barco da Open Arms. E relata:

“Foi uma experiência muito especial. Estar no meio do mar e ver em primeira mão a coragem daquelas pessoas que sobem a um barco, sem recursos, e esperam no meio de um mar agitado, é uma experiência poderosa”.

Centenas de migrantes no Mar Mediterrâneo morrem anualmente em naufrágios durante as tentativas de travessia – possivelmente, milhares. O Papa Francisco chegou a declarar, em junho deste ano, que “o Mediterrâneo se tornou o maior cemitério da Europa”.

Junto com estas palavras impactantes, Francisco recordou o naufrágio histórico de 18 de abril de 2015, quando afundou nas águas entre a Europa e a África um barco procedente da costa da Líbia com 700 refugiados que tentavam chegar à Itália. Apenas 28 foram resgatados vivos.

A preocupação do Papa com os migrantes no Mar Mediterrâneo e em quaisquer outras regiões do globo está no centro do seu pontificado. Todos os anos, ele celebra uma Santa Missa para recordar a visita a Lampedusa e voltar a reforçar a urgência de se resolver o drama persistente dos refugiados. A importância simbólica daquela visita de Francisco é tamanha que o dia 8 de julho foi designado por uma aliança global de organizações sem fins lucrativos como o Dia Internacional do Mar Mediterrâneo, visando aumentar a conscientização sobre esta prolongada emergência humanitária – que não parece próxima de ser superada.(Aleteia)

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