Mês da Bíblia

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A partir do documento DEI VERBUM (palavra de Deus) do Concílio Vaticano II, houve enorme valorização da Bíblia. O concílio pede que a Igreja colocasse a Bíblia no centro de sua atuação pastoral, catequética, litúrgica. Segundo o documento, a Igreja sempre considerou a Escritura Sagrada “regra suprema de sua fé”. Os fiéis são convidados a se alimentar da palavra de Deus. Para isso, o concílio pede que se façam traduções esmeradas, a partir dos originais, nas línguas que o povo possa ler e compreender.

Com o incentivo do Vaticano II e a partir dele, surgiram no Brasil várias traduções confiáveis: umas mais aplicadas para o estudo, outras com linguagem mais acessível ao povo. O concílio ainda incentiva para que a Bíblia volte novamente às mãos do povo. Ela é propriedade da comunidade cristã. De fato aos poucos, a Bíblia foi encontrando outra vez seu espaço no seio da comunidade. As dioceses e as paróquias foram convidadas a promover o contato com a Escritura e propor a formação para os fiéis.

A partir do concílio, houve grande movimento em torno da Bíblia, isto é, houve grande despertar para com a Bíblia. Começam a surgir cursos bíblicos para os leigos, círculos bíblicos, semanas bíblicas, nasceu o CEBI (1979), que é o estudo popular da Bíblia.

Foi, portanto, desse grande movimento que nasceu também o MÊS DA BÍBLIA em 1971, em Belo Horizonte, por ocasião dos cinquenta anos da arquidiocese. Aos poucos, vai se espalhando em todas as dioceses do Brasil. A partir de então, cada ano a CNBB sugere um texto bíblico ou um livro da Bíblia para ser estudado durante o mês.

Portanto, setembro é conhecido, há muitos anos, como MÊS DA BÍBLIA. Setembro justamente pelo fato de que no dia 30 a Igreja comemora são Jerônimo, grande estudioso da Bíblia, que a traduziu para o latim, a chamada VULGATA. Ainda hoje usada como base na liturgia.

Este ano a CNBB nos propõe o estudo do Evangelho de Lucas, o evangelho do ANO C dentro do calendário litúrgico. O tema: “discípulos missionários a partir do evangelho de Lucas” e o lema: “alegrai-vos comigo, encontrei o que tinha perdido” nos colocam no espírito do Documento de Aparecida. O Evangelho de Lucas, como o conhecemos hoje, foi redigido pelos anos 80 DC e é o terceiro livro em ordem no Novo Testamento.

Alguns elementos importantes que nos levam a ter uma visão panorâmica do Evangelho de Lucas: 1) a salvação universal: todos são chamados à salvação que não pode ser vista apenas como prêmio do céu, mas a realização integral da pessoa aqui e agora; 2) Espírito Santo, presença marcante neste evangelho; 3) a misericórdia de Deus para com seu povo, de geração em geração; 4) mulheres são acolhidas por Jesus e marcam forte presença em Lucas; 5) oração: Jesus reza com frequência, ensina a rezar e pede oração.

Por Nilo Luza/Pastoral do Dízimo

Paróquia Santa Rita de Cássia de Itabuna(BA)

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