Faleceu Dom Pedro Casaldáliga

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Religioso ficou conhecido pelo ativismo dos Direitos Humanos e ações sociais com povos indígenas

Faleceu na manhã deste sábado, 8, em Batatais, Dom Pedro Casaldáliga, Bispo Emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia. Com problemas de saúde ocasionados pelo Mal de Parkinson, pneumonia e um derrame pulmonar, o bispo foi levado, no dia 4 de agosto, para Ribeirão Preto, onde seguiu em uma UTI móvel direto para a Santa Casa de Batatais, permanecendo internado até sua morte devido a uma embolia pulmonar.

O corpo de Dom Pedro Casaldáliga será velado em três locais. Neste sábado,ele foi velado naCapela do Claretiano, do Centro Universitário de Batatais, unidade educativa dirigida pelos Missionários Claretiano.

No domingo, 9,  15h, neste local, também na Capela Claretiano, acontecerá a missa de corpo presente, presidida por Dom Moacir, Arcebispo de Ribeirão Preto, que será aberta ao público em geral e transmitida ao vivo pelo Claretiano TV, no Youtube.

No dia 10, segunda-feira, o corpo do religioso seguirá para Ribeirão Cascalheira, no Mato Grosso, onde será velado no Santuário dos Mártires. Em seguidaserá levado para São Félix do Araguaia, onde será velado no Centro Comunitário Tia Irene. Na mesma cidade, ocorrerá o sepultamento será, conforme desejo manifestado em sua vida.

Trajetória

Dom Pedro Casaldáliga nasceu no dia 16 de fevereiro de 1928, em Balsareny, na província de Barcelona, na Catalunha. É o segundo filho de Montserrat Pla Rosell e Luis Casaldaliga Ribera, que tiveram quatro filhos. Em 1943 ingressou na Congregação Claretiana, Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria e em 1952 foi ordenado sacerdote em Montjuïc, Barcelona. Até a sua vinda para o Brasil, que se deu em 1968, trabalhou na formação de futuros missionários claretianos, com a Pastoral da Juventude e com a Pastoral do Cursilho de Cristandade.

Ao chegar no Brasil, junto com  o Padre Manoel Luzón, ajudou a fundar a Missão Claretiana no Estado do Mato Grosso, que na época era uma região com um alto grau de analfabetismo, marginalização social, violência e concentração fundiária. No estado fixou residência e foi defensor ativo dos Direitos Humanos e das grandes causas ainda não totalmente resolvidas, como as causas indígenas, racismo a defesa da Amazônia. Logo após sua chegada, em 1969, o Vaticano criou a Prelazia de São Félix do Araguaia e em 1970 foi nomeado administrador apostólico da Prelazia.

Já em 1971 foi nomeado Bispo Prelado de São Félix do Araguaia pelo Papa Paulo VI. Neste mesmo ano publicou a Carta Pastoral “Uma Igreja na Amazônia em Conflito com o Latifúndio e a Marginalização Social”, denunciando a situação de miséria e violência na região Amazônica. Com uma vida totalmente dedicada ao próximo e ajudando os mais necessitados fundou o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) com Dom Tomás Balduino e juntos criaram a Comissão de Pastoral da Terra (CPT).  Dom Pedro teve seu nome ligado à Reforma Agrária, à denúncia da escravidão moderna e a defesa dos povos indígenas.

Além do exercício como sacerdote, Dom Pedro reservava parte do seu tempo à escrita. Deixou uma obra riquíssima composta por livros, poemas, cartas, cantigas e orações. Inclusive seu livro ‘Descalço sobre a Terra Vermelha’, virou filme com a direção de Oriol Ferrer, em 2012. Além disso, ele participou do filme ‘Anel de Tucun’, em 1994; da Missa dos Quilombos, produzida pelo cantor Milton Nascimento, no ano de 1982.(Revide)

Imagem: Divulgação

Confira a nota da CNBB

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