Do Colo da Mãe à Mansão da Misericórdia: milhares de fiéis participaram da Caminhada Penitencial neste domingo (4)

Moradora da região de Cajazeiras, Nilza das Virgens Almeida acordou cedo na manhã deste domingo, dia 4 de março, para participar da Caminhada Penitencial. O percurso de 8km, da Basílica Santuário Nossa Senhora da Conceição da Praia, no Comércio, à Basílica Santuário Senhor Bom Jesus do Bonfim, foi feito com uma vela nas mãos. A cera que derretia caía sobre os dedos de Nilza, mas ela não se importava com a dor e a entregava a Jesus como uma forma de penitência. “Esta vela que eu seguro é para iluminar a minha casa, os meus filhos, o trabalho que eu consegui com a graça de Deus. Foram dez anos procurando emprego e agora eu consegui e vim agradecer”, contou.

Assim como Nilza, milhares de fiéis tomaram as ruas da Cidade Baixa durante a Caminhada Penitencial, organizada pela Arquidiocese de Salvador. Às 6h30 o Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, deu início à Missa em frente à Basílica Nossa Senhora da Conceição da Praia. “A Caminhada Penitencial, que já é uma rica tradição de nossa Arquidiocese, tem o sentindo de nos lembrar que nós somos peregrinos nessa terra. Caminhamos para a Jerusalém celeste”, afirmou Dom Murilo.

Logo após a Celebração Eucarística, por volta das 7h30, teve início a Caminhada Penitencial. Neste mesmo horário, enquanto os fiéis saíam em procissão da Conceição da Praia, na Matriz da Paróquia Nossa Senhora dos Mares, o bispo auxiliar, Dom Gilson Andrade da Silva, presidia a Missa para os fiéisMG_0035 que se encontravam no Largo dos Mares. Muitos deles tinham saído em procissão às 6h da Paróquia Nossa Senhora das Dores, no Lobato, já que este ano, em virtude da reforma da Matriz, não houve Missa no local.

“A Caminhada Penitencial é um dos momentos fortes de expressão da nossa Igreja aqui em Salvador, e no tempo da Quaresma tem um significado: primeiro, realmente, da necessidade de nos despojarmos, do sacrifício, para estarmos mais dispostos a ouvirmos a Palavra de Deus. Por outro lado, também é um testemunho de fé diante da cidade e também uma oportunidade para as pessoas pensarem que é preciso caminhar para a Páscoa”, disse Dom Gilson. Nos Mares, a Missa foi concelebrada pelo bispo auxiliar, Dom Estevam dos Santos Silva Filho.

Ao lado de dez outros jovens da Paróquia São João Evangelista (Mussurunga), o jovem Edson Gabriel Foto-Daniela-Andrade-12Bomfim participou pela primeira vez da Caminhada Penitencial. “Esta caminhada é muito importante, pois nos faz refletir sobre o tempo quaresmal que estamos vivendo”, disse.

“Vós sois todos irmãos”

Ao passar pelas ruas da Cidade Baixa, Dom Murilo abençoou famílias que acompanhavam a Caminhada Penitencial das janelas e das varandas de casas e prédios. Ao chegar ao Hospital Santo Antônio, das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), o Arcebispo se aproximou do gradil que dá acesso ao local para também abençoar os enfermos que conseguiram acompanhar a distância, mas também aqueles que não tiveram condições físicas para estar ali. Dom Murilo também pediu aos enfermos para que rezem pela Arquidiocese de Salvador e pelo pastoreio dos bispos.

Todos os anos durante a Caminhada Penitencial também são realizados gestos concretos, como a doação de alimentos não perecíveis. Este ano, dois caminhões do Exército foram colocados no Largo de Roma, próximo às Obras Sociais Irmã Dulce (OSID) para que os alimentos pudessem ser recolhidos.

Outro gesto concreto é o recolhimento de garrafas pet durante todo o percurso. A ação é realizada pela Pastoral Universitária da Arquidiocese de Salvador (PU) e todo o material será destinado para a Igreja da Trindade – que acolhe pessoas em situação de rua – e para o projeto Levanta-te e Anda. “Há muitos anos a Pastoral Universitária realiza o Gesto Ecológico durante a Caminhada Penitencial, repetindo essa Foto-Sara-Gomes-65ação na Procissão de Domingo de Ramos. Com o Gesto Ecológico, que é uma atividade ligada ao eixo socioeducativo da Pastoral Universitária, buscamos despertar nas pessoas a consciência para o quanto é importante cuidarmos da nossa cidade, e deixá-la limpa durante as nossas atividades. Essa é uma maneira de manifestarmos a nossa fé; o cristão deve se importar e se preocupar com as consequências do descarte  inadequado  dos resíduos”, afirmou a coordenadora da PU, Taciane Barros.

Na Colina Sagrada

Ao hino do Senhor do Bonfim, os fiéis subiram a Colina Sagrada por volta das 10h. Já em frente à Basílica Santuário Senhor Bom Jesus do Bonfim, a imagem peregrina do Senhor do Bonfim foi carregada em meio à multidão, até chegar às mãos de Dom Murilo, Dom Gilson e Dom Estevam.

Fotos: Sara Gomes, Daniela Andrade e Antônio Araújo

Fonte:Arquidiocese de Salvador

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