Diálogo sobre o 7 (com uma cabeça Vazia)

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Para uns o número 7 representa a perfeição, o completo, a totalidade. É um número que entrelaça fortemente a cultura de vários povos, sendo numas de uma forma místicas e noutras como superstição. De que maneira você entende o número “sete”, de forma supersticiosa ou de forma mística? Vejamos a implicação deste número cardinal em nossa vida.

O sete (7, em algarismo arábico e VII em algarismo romano) é o número natural que segue o seis e precede o oito. É o quarto número primo. Um polígono de 7 lados recebe o nome de heptágono. Para quem gosta de mentir é o número dos mentirosos. Para a doutrina Cristã pode se referir aos 7 sacramentos, os pecados capitais, aos dons do Espírito Santo, as virtudes teologais e cardeais, as dores de Maria, as trombetas, as pragas do Egito, os livros sapienciais e poéticos, as Igrejas da Ásia.

“Na família do rico composta por seis irmãos (ele mais seis), faltava aquele que a tornaria completa; Lázaro _ Deus ajuda_ é esta ajuda necessária para completar o imperfeito. Lázaro dava-lhe a possibilidade da prática efetiva da caridade. Lázaro era a grande ajuda para ensinar-lhe a partilha e a solidariedade. Nos Lázaros jogados à nossa porta, Deus se revela faminto, sedento, sem roupa, encarcerado, doente. Acolhendo-os, o abismo intransponível se desfaz, e pode-se passar para a feliz eternidade, pois nada nos impede. A ajuda de Deus é-nos oferecida sempre, portanto, Lázaro é sétimo irmão que não pode faltar” (Mensagem de WhatsApp).

Podemos falar, buscando no Antigo Testamento, dos sete irmãos que foram presos por acreditar na Ressurreição: “Naqueles dias: Aconteceu que foram presos sete irmãos, com sua mãe, aos quais o rei, por meio de golpes de chicote e de nervos de boi, quis obrigar a comer carne de porco, que lhes era proibida” (2Mc 7,1-2). Porém, no Novo Testamento encontramos os sete irmãos que casaram para deixar descendência: “se alguém tiver um irmão casado e este morrer sem filhos,
deve casar-se com a viúva a fim de garantir a descendência para o seu irmão. Ora, havia sete irmãos” (Lc 20,27-38).

Também pode representar cultura: os anões, os monstrinhos, as maravilhas do mundo antigo, as maravilhas do mundo, cores do arco-íris. Para os supersticiosos ainda se fala nas 7 vidas do gato. E, para incluir a cultura, temos as 7 artes.

Em 1911, Ricciotto Canudo estabeleceu o “Manifesto das Sete Artes”, que seria publicado apenas em 1923, e, nele listou, pela primeira vez, o Cinema como a “sétima arte”. Antecedendo-o há a Música, a Pintura, a Escultura, a Arquitetura, a Literatura e a Dança.

Portanto, darei, pois, 7 pistas de frases que podem tão facilmente ser proferidas por nossos lábios ou escutadas pelos nossos ouvidos. São frases que representam um Diálogo com uma cabeça Vazia. Falamos ou escutamos tantas coisas sem sentido. Eis, todavia, uma reflexão vazia em 7 pontos:

1) Muito vago esta crítica;
2) Coloco reflexões filosóficas;
3) Não sei que tipo de reflexão será ofensivo;
4) Pode remover como removeu dos outros grupos;
5) Não gosto de pensar como todos pensam;
6) Isso que não faz o Brasil desenvolver;
7) Ficar neste mundo como se fosse ator de ideias de manobras, não tem sentido: sou original.

Embora tenhamos uma só vida, em meio à tantas possibilidades de vivências, errar ou arriscar, ir ou ficar devia ser bem mais fácil. Pois dos “sete” que conheço a repetição bíblica nos encoraja na misericórdia diante da falha para com o irmão: 70 vezes 7 é a multiplicação do perdão, da misericórdia infinita com o erro humano. O número “sete” tão bem usado não pode servir de azar, todavia se de tudo o fizermos, relembro a você, a semana tem 7 dias para o erro consertar. Quem nunca pintou o “sete”? Ou já teve uma ideia supersticiosa ou de forma mística em relação ao “sete”? Porém, para concluir eu vos advirto: Não se esqueça: você não tem sete vidas. Viva a bondade de sua vida em meio a sua cultura.

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@Padre Joacir d’Abadia,
‎ [Filósofo especialista em Ensino Universitário, autor, dentre outros, do livro que fala sobre Depressão “A Incógnita de Cully Woskhin” (Palavra e Prece, 2018)]

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