Na perspectiva da sinodalidade, a Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF) realizou, no último sábado, 19 de fevereiro, o encontro anual com os movimentos eclesiais que atuam com as famílias. Representantes de 13 movimentos estiveram presentes e puderam discutir sobre processos em curso na Igreja e eventos programados para este ano. O evento, sediado em Brasília (DF), também foi oportunidade para partilhas sobre as iniciativas de evangelização presentes em cada grupo.
O bispo de Rio Grande (RS) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB, dom Ricardo Hoepers, avaliou de forma positiva o encontro e ressaltou a caminhada em conjunto da Pastoral Familiar e dos movimentos eclesiais.
“Nós já começamos a sinodalidade na Pastoral Familiar, porque é um caminhar juntos, é uma força que vem dos movimentos na Igreja, que vão se sentindo Pastoral Familiar. Hoje já não temos mais como trabalharmos isolados, em grupos fechados, somos todos família. Esses movimentos e serviços de família que estão espalhados por todo o Brasil vêm se aproximando cada vez mais e nós nos aproximando deles”, disse.
O casal coordenador da Pastoral Familiar, Luiz e Kathia Stolf, manifestou alegria e fez votos para que sempre aconteça o trabalho em conjunto. Também ressaltou o desejo já antigo de estarem unidos, porque “é um grande serviço que vocês prestam à Igreja”.
Sinodalidade
O bispo apresentou, no início do encontro, uma reflexão sobre “Sinodalidade e Pastoral Familiar”, recordando também o processo sinodal promovido pelo Papa Francisco na Igreja, no qual se aprofunda o tema “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”.
“A riqueza de carismas, de trabalhos, a dinâmica dos movimentos tem nos enriquecido como Pastoral Familiar de maneira muito especial, tanto na produção dos nossos materiais, quanto também na partilha desses trabalhos em nível nacional. Hoje nós demos mais um passo: vimos já o dobro da adesão dos movimentos, esperamos ainda mais, mas já estamos dando passos significativos para que esse caminhar juntos, essa participação, essa missão sejam vividas plenamente na nossa Pastoral Familiar”, destacou o bispo.
Outro tema abordado durante o encontro foi a catequese matrimonial, a partir da reprodução de um vídeo com uma palestra da secretária do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, Gabriella Gambino.
Participação nas programações de 2022
Além da atuação conjunta na missão de promover e evangelizar a família, e defender e cuidar da vida, a CNPF buscou motivar a participação dos movimentos nas atividades nacionais e internacionais ligadas à Pastoral Familiar. Neste ano, a Igreja do mundo inteiro é convidada a se envolver nas atividades do X Encontro Mundial das Famílias, em Roma e em cada diocese, no mês de junho.
Já no Brasil, os movimentos eclesiais são motivados a estarem conectados ao Simpósio Nacional das Famílias, marcado para o dia 28 de maio, de forma virtual. Também deverão enviar representantes para a Assembleia da Pastoral Familiar e a participar ativamente do XVI Congresso Nacional das Famílias, em agosto.
Riqueza partilhada
A última parte do encontro do último sábado foi uma rodada de partilhas dos movimentos. Os representantes puderam falar sobre seus carismas e suas atividades de evangelização e eventos. Também puderam relatar os desafios enfrentados, sobretudo por conta da pandemia do novo coronavírus.
O Encontro de Casais com Cristo (ECC), por exemplo, conseguiu atingir mais de 5 mil casais em 2021, mesmo com as diversas restrições. O contexto da pandemia, inclusive, motiva uma reflexão sobre o formato dos encontros realizados.
Já as Equipes de Nossa Senhora relatam um processo de reinvenção para “manter o mesmo nível de animação”. Neste ano, o movimento tem promovido debates sobre o Sínodo 2023 e trabalha o tema “Casal cristão fermento renovador da família e da sociedade”.
A Renovação Carismática Católica (RCC) agradeceu a caminhada em conjunto com a Pastoral Familiar e ressaltou a articulação como um “canal de graça” para o serviço de evangelização.
A Comunidade Católica Famílias Novas do Imaculado Coração de Maria destacou as articulações realizadas na Semana Nacional da Vida, a promoção de fóruns com outros carismas, a atuação na realidade da educação e no auxílio ao Setor Pré-Matrimonial em São Paulo e ainda um trabalho de incidência política nas casas legislativas.
O Movimento Familiar Cristão também partilhou as diversas adaptações pelas quais tiveram que passar neste tempo de pandemia. Também foram informados eventos que serão promovidos neste ano, como o 27º Encontro Nacional, em Rio Grande, no mês de julho.
O Movimento Orientação para a Vivência Sacramental (Ovisa) destacou a celebração de seu Jubileu de Ouro e o objetivo de trabalho que visa despertar para a vivência dos sacramentos e fazer com que as pessoas sejam envolvidas nas atividades pastorais da Igreja.
O Encontro Matrimonial Mundial destacou o momento de unidade, num trabalho conjunto “por um futuro melhor”.
A Comunidade Católica Shalom, em sua primeira participação no encontro, também partilhou as adaptações que foram promovidas neste tempo de pandemia e destacou entre elas o direcionamento do trabalho para o cuidado com os pobres. Entre as diversas iniciativas da comunidade, há o serviço de evangelização voltado para a família, as crianças e os jovens.
Outro movimento que participou pela primeira vez é o gaúcho “Movimento de Casais Jovens”, que iniciou a atuação em Porto Alegre (RS) e segue expandindo a atuação em outros estados.
O Caminho Neocatecumenal parte das comunidades e interliga sua atuação para o mundo todo. Entre os diversos pontos da dinâmica de evangelização do movimento, existem as famílias missionárias, que são designadas a manter uma pequena comunidade em outro estado ou país. Daqui do Brasil, por exemplo, algumas famílias buscam revigorar a presença da Igreja na Europa.
O Movimento Famílias Novas, dos Focolares, partilhou algumas das várias iniciativas relacionadas às famílias, como um itinerário de aprofundamento da exortação Amoris Laetitia; a motivação para a inserção na realidade paroquial na preparação para o Encontro Mundial das Famílias; o curso de acompanhamento de casais em crise e separados; e um percurso com famílias que têm filhos homossexuais.(CNBB)
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