O ‘sim’ generoso do bispo eleito da Diocese de Ruy Barbosa, Dom Estevam dos Santos Silva Filho, quando foi ordenado sacerdote no dia 9 de julho de 1995, foi celebrado nesta quinta-feira, no Santuário Santa Dulce dos Pobres, em Salvador. A Missa em Ação de Graças pelo Jubileu de Prata Sacerdotal teve início às 9h e foi concelebrada pelo Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Cardeal Dom Sergio da Rocha; pelo Arcebispo da Arquidiocese de Feira de Santana, Dom Zanoni Demettino de Castro; e por padres que representaram o clero da Arquidiocese de Salvador. Esta Celebração Eucarística também marcou a despedida de Dom Estevam de Salvador.
Logo após a procissão de entrada, a imagem peregrina do Senhor do Bonfim foi introduzida no Santuário e acolhida por Dom Estevam, que a beijo e a ergueu. Durante a homilia, Dom Estevam recordou o dia da Ordenação Presbiteral. “No rito há um chamado do nome do candidato. No dia de nossa ordenação, após sermos chamados pelos próprios nomes, passamos a um rico diálogo com o bispo ordenante. O nosso ‘quero’ é uma resposta amorosa à proposta que nos havia sido feita de seguir Jesus Cristo”, destacou.
Dom Estevam falou, ainda, sobre o momento da prostração diante do altar e da imposição das mãos. “Se bem me recordo deste momento, era por volta das 10h42, quando o meu amado e saudoso bispo, Dom Celso José, sucessor dos apóstolos, impôs as suas mãos sobre a minha cabeça. Em ato contínuo, ele proferiu a oração consecratória, onde a oração mais importante era assim expressa: ‘Dê a seu servidor a virtude sacerdotal, renove nele o espírito de santidade. Faça, ó Deus, com que ele se atenha ao ofício com que recebeu da Sua mão. Que a vida dele seja para todos estímulo e fio condutor. Abençoe, santifique e ordene o servidor pelo Senhor”, recordou.
No dia da Ordenação Sacerdotal, Dom Estevam utilizou a estola que pertenceu ao pároco da Catedral, padre Benedito Soares, onde ele participava, como fiel. “Ele [padre Benedito] sempre repetia que as vestes de um padre não poderiam brilhar e chamar mais atenção do que as vestes usadas por Jesus; e a estola era o avental do servidor. O poder era o serviço do lava-pés. Um canto que me vem hoje à memória, cantado por um antigo sacristão da Catedral de Conquista, o Quelé, é este: ‘ser sacerdote é estar revestido com tal poder tal qual Jesus. É ter a mesma missão divina de ser sal da terra e luz do mundo”, disse.
Após a Comunhão Eucarística, a relíquia de primeiro grau da Santa Dulce dos Pobres foi conduzida até o altar. Em seguida, em nome do clero, o ecônomo da Cúria Metropolitana Bom Pastor, padre Jairon Batista, leu uma mensagem à Dom Estevam. “Dom Estevam, sinto que não sou dotado de grande eloquência, ou mesmo não existam palavras suficientes e significativas que me permitam agradecer com o devido merecimento. Contudo, é tudo o que me resta: me expressar através da limitação de meras palavras, e com elas lhe prestar as sinceras homenagens de agradecimento. Mas, tenha certeza que brota do nosso coração, como também brota do coração de tantos irmãos sacerdotes, como também daqueles que estão acompanhando através das mídias sociais e queriam poder abraçá-lo e homenageá-lo, mas diante do quadro que estamos vivendo, eles estão rezando”, disse.
Padre Jairon contou, ainda, uma profecia que havia sido feita pelo bispo que ordenou Dom Estevam. “Quando o senhor tinha 12 anos, Dom Celso fez uma profecia que, para muitos, parecia uma brincadeira: ‘menino, segura esse báculo que um dia ele será seu. Essa profecia se realizou 34 anos depois”, destacou.
O Cardeal Dom Sergio da Rocha também expressou a gratidão a Dom Estevam, em nome da Arquidiocese de Salvador. “Nosso Arcebispo Emérito, Dom Murilo, me telefonou ontem pedindo que eu o transmitisse, de modo especial, a sua saudação, o seu agradecimento. Quero fazer isso, também, em nome dos nossos bispos auxiliares e, é claro, unidos à sua Arquidiocese de origem, Arquidiocese de Vitória da Conquista, e á sua nova Diocese, a Diocese de Ruy Barbosa. Eu tive a graça de conhecer e de admirar padre Estevam através de um amigo muito querido que nós tivemos em comum, Dom Celso. Convivendo com Dom Celso em Teresina, primeiramente como coadjutor e depois como sucessor, tive a alegria de ver como padre Estevam era querido não só por Dom Celso, mas por tanta gente que o ama. E hoje, sobretudo, neste último mês, tive a graça de conhecer melhor o bispo, nosso querido Dom Estevam. Muito obrigado, Dom Estevam por toda a dedicação imensa e por tudo aquilo que o senhor realizou aqui na Arquidiocese de Salvador”, disse Dom Sergio.
Texto e fotos: Sara Gomes
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