“Galinhas, ovos e horta garantem o sustento financeiro e alimentar para as crianças”: são palavras das Irmãs de São José de Chambéry (CSJ), satisfeitas por terem vencido o desafio da economia de subsistência de uma pequena realidade missionária na Tanzânia.
A criatividade e a iniciativa empresarial das Irmãs de São José de Chambéry (CSJ), evitaram o fechamento da creche e da escola primária na paróquia de Msalaba Mkuu, no sul da Tanzânia.
Crise econômica e menos doações
A busca de recursos financeiros tornou-se um grave problema para a sobrevivência de muitas obras missionárias no mundo inteiro. A crise econômica dos últimos anos levou a uma grande diminuição das doações. Segundo as mais recentes estatísticas, o número de benfeitores não cresceu como na primeira década dos anos 2000 e a tendência é diminuir ainda mais.
Segundo uma pesquisa apresentada pelo Instituto Gfk e publicada pelo jornal italiano de economia “Il sole 24Ore”, só na Itália os doadores são 9,75 milhões, com uma redução de 6 milhões nos últimos doze anos. Isso significa uma drástica diminuição de recursos a disposição para as missões estrangeiras.
Missionários idosos
À escassez de recursos econômicos soma-se o envelhecimento dos missionários. Atualmente os missionários italianos são cerca de 10 mil – entre religiosos, irmãs e leigos – espalhados na África, Ásia, América Latina e Oceania. Mas o número é muito menor se for comparado a 1991, quando eram 20 mil, ou seja, diminuíram pela metade em pouco menos de 30 anos.
Necessidade da subsistência
Outra informação preocupante, segundo uma recente pesquisa da revista “Povos e Missão” da Fundação Missio Italia, é que a idade média dos missionários é de 63 anos. Colocando em risco a continuidade de muitos trabalhos e projetos missionários. Por isso é fundamental a subsistência para garantir um futuro com serviços que, com o tempo, tornem-se essenciais para as populações locais. A creche e a escola primária de Msalaba Mkuu, na província de Namtumbo, foram fundadas em 1965 pelos beneditinos e depois passaram às irmãs josefinas. Durante alguns anos as atividades educativas eram sustentadas pelas CSJ missões, a ONG das irmãs, em cooperação com a ONG Cope, que se dedicava ao fornecimento de alimentos e a manutenção da estrutura. Por causa da crise econômica, o afluxo de doações diminuiu e a Cope reduziu sua contribuição ao pagamento do salário dos funcionários.
Encaminhado o projeto agrícola
Em 2016, as irmãs decidiram montar um galinheiro com galinhas poedeiras porque na Tanzânia o comércio de ovos é muito remunerativo. Graças às doações vindas da Itália, foi construído o galinheiro e compradas 135 galinhas. A produção começou logo e a resposta econômica foi positiva. Logo a demanda superou a capacidade de produção de ovos. Apesar das dificuldades ligadas a uma epidemia que matou muitas galinhas, o projeto foi adiante. O sucesso convenceu as irmãs a comprar novos frangos e, com as entradas garantidas pelos ovos, a comprar também alguns suínos, além de aumentar a horta. “No momento ainda não somos autosuficientes”, explicam as irmãs josefinas, e “os pais pagam uma pequena mensalidade, garantindo-nos outros fundos e a Cope garante o pagamento dos funcionários. Mas acreditamos que, no máximo em dois anos, teremos os fundos necessários para levar adiante o projeto sem ajuda externa. Um grande desafio, mas dentro de nossas capacidades”, concluem as irmãs missionárias.(Vatican News)
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