28ª edição do Grito dos Excluídos acontecerá durante as comemorações pela Independência do Brasil

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Como em anos anteriores, o ato que acontece em todo o país é construído por comitês religiosos, movimentos populares, sindicatos e organizações civis

No dia 7 de setembro, data na qual se comemora a independência política do Brasil, será realizada a 28ª edição do Grito dos Excluídos, que tem como tema permanente “Vida em primeiro lugar!”, e este ano aborda o lema “BRASIL: 200 anos de (In)dependência. Para quem?”. O ato, que acontece em todo o país, é construído por comitês religiosos, movimentos populares, sindicatos e organizações civis. A iniciativa tem como objetivo denunciar a estrutura agressiva e excludente da sociedade que gera a violência, o massacre e a perda dos direitos dos trabalhadores, bem como o fim de privilégios para poucos, o que se caracteriza como uma grande violência institucional.

Em Salvador, o Grito dos Excluídos está confirmado! As diversas representações sociais e a sociedade civil mantêm o ponto de encontro em frente ao Teatro Castro Alves, no Campo Grande, em uma concentração que inicia às 8h30. Por volta das 9h terá início a caminhada até a Praça Castro Alves. Durante todo percurso, serão refletidos sete eixos, em quatro paradas, que serão no Campo Grande, Praça da Piedade, Mosteiro de São Bento e Praça Castro Alves.

A manifestação ocorre todos os anos na mesma data em contraponto ao Grito da Independência, questionando os padrões de independência do povo brasileiro e promovendo uma reflexão sobre a necessidade de construção de um Brasil mais justo e igualitário para as pessoas.

Participam deste momento as diversas pastorais sociais, grupos, entidades e movimentos, como: Pastoral do Menor, Pastoral da Saúde, Pastoral Povo de Rua, Pastoral da Juventude, Pastoral da Sobriedade, Fraternidade Cristã de Pessoas com Deficiência (FCD), Projeto Força Feminina, Rede Um Grito pela Vida, Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), Conferência dos Religiosos da Bahia (CRB), Cáritas, Direitos Humanos, Levante Popular da Juventude, Sindicatos, Movimentos Populares, entre outros.

Preparação

A preparação do Grito, construída democraticamente, acolhe as diversas bandeiras. Movimentos, comunidades e organizações são essenciais para o fortalecimento, e, sobretudo, para se mostrar contra um sistema opressor e que promove tanta desigualdade. A Arquidiocese de São Salvador da Bahia, através da Ação Social Arquidiocesana (ASA), por intermédio da articulação das pastorais sociais, apoia a causa, assim como o Papa Francisco, que convoca toda a sociedade a refletir e a lutar por mudanças reais dentro do sistema capitalista, destacando que uma economia que só visa lucro acima da pessoa humana e do bem comum não está em sintonia com as exigências éticas do Evangelho. “O dinheiro deve servir e não governar! Não se pode permitir que o dinheiro domine tudo, provocando a destruição do tecido social” (EG 58).

Para garantir a preparação e formação dos articuladores que estão à frente da organização do Grito, a equipe de articulação da ASA realizou reuniões periódicas com os diversos representantes das pastorais sociais, movimentos, entidades e sindicatos. O objetivo é realizar o estudo dos eixos formativos que interagem com o lema, além da organização e preparação do movimento, que acontece no dia 7 de setembro.

Breve histórico

O Grito dos Excluídos é um conjunto de manifestações populares que ocorre no Brasil, desde 1995, e surgiu a partir da 2ª Semana Social Brasileira da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). As manifestações buscam abrir caminhos para pessoas excluídas e marginalizadas na sociedade, denunciar os mecanismos sociais de exclusão e propor caminhos por uma sociedade mais justa e igualitária.

O primeiro Grito dos Excluídos, em 1995, teve como tema “A vida em primeiro lugar” e ocorreu em 170 localidades diferentes. Desde 1996, o Grito foi assumido pela CNBB, sendo aprovado em sua Assembleia Geral como parte do Projeto Rumo ao Novo Milênio (PRNM), e a cada ano agrega novos participantes.                                                           Por: Sara Gomes

Foto:Divulgação

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