Depois de algumas etapas como animação vocacional, seminário propedêutico e alguns anos de estudo universitário, o Seminarista passa um ano vivenciando o dia a dia da Diocese. Ederson Tiago Oliveira da Silva, que está em seu nono ano de formação, foi convidado pelo Bispo Dom Jailton para cumprir seu ano pastoral na Diocese Teixeira de Freitas/Caravelas. Durante esse tempo ele reside no Centro Diocesano e atua em especial na paróquia São José Operário.
O Seminarista conta que normalmente esse ano pastoral acontece na Diocese de origem, mas ficou satisfeito em poder conhecer a realidade de outro local, contribuindo da maneira que pode para seu crescimento e desenvolvimento: “Estou aqui há pouco tempo, mas já pude perceber que os fiéis são muito animados e comprometidos. É um povo com grande presença de Deus. São 13 municípios, muitas paróquias, ainda não tive a oportunidade de conhecer todas, mas sei que ao longo do tempo tuso isso será possível e fico muito feliz em poder fazer parte disso tudo”.
“Estou tentando trazer para os fieis da comunidade esse fogo das vocações.”
E você pode estar se perguntando o que exatamente o Seminarista faz durante esse ano. Quais são as suas responsabilidades? No caso de Ederson, uma de suas funções é auxiliar na animação vocacional: “Eu estou tentando trazer para os fieis da comunidade esse fogo das vocações. Para isso, atuarei diretamente com o Padre Roberto, que agora é reitor do Seminário e também assumiu a função de animador vocacional da Diocese. Farei um trabalho não apenas aqui em Teixeira de Freitas, onde estou alocado, mas nas demais cidades vizinhas, conversando e convidando os jovens a ouvir seus chamados. Para isso, já estamos organizando os encontros vocacionais. Serão momentos diferentes e específicos, tendo opções tanto mais gerais, englobando até os casais de namorados que querem seguir o matrimônio, quanto direcionado só a meninos e só a meninas que querem seguir a vida consagrada”.
Durante a semana, Ederson fica no Centro Diocesano organizando sua agenda das vocações e também cumprindo algumas funções administrativas que são necessárias para a Diocese. Mas no fim de semana, vivencia um momento de maior proximidade e intimidade com a comunidade, indo diretamente para a paróquia São José Operário, que fica próxima do local. Ele é acompanhado por alguns meninos que integram o seminário propedêutico, que também precisam desenvolver algumas funções e atuar nas paróquias.
Vida vocacional
“Às vezes temos que ouvir com atenção e perceber os delicados sinais que o Senhor nos dá.”
Ederson tem 24 anos e já está em seu nono ano de Seminário. Tudo começou em sua Diocese de origem, em Osório, no Rio Grande do Sul. Ele sempre foi acostumado à caminhada da igreja, participava das missas e acompanhava sua mãe, que sempre foi muito devota. Segundo ele, seu chamado aconteceu depois de um momento muito triste e difícil: “Após 35 anos de matrimônio, meu pai se separou da minha mãe. Foi um momento extremamente complicado e delicado para ela. Sou o filho mais novo, na época tinha 13 anos, e me tornei ainda mais apegado a ela. Queria fazer companhia e não deixar que ela se sentisse sozinha. Nunca tinha pensado em ser padre, mas às vezes temos que ouvir com atenção e perceber os delicados sinais que o Senhor nos dá”.
Como sempre gostou muito de futebol e jogava nos times da cidade, ficou surpreso ao receber o convite do padre para jogar com ele uma partida. “Eu achava que os padres só ficavam na missa ou rezando em casa. Nunca achei que eles pudessem fazer coisas tão normais quanto jogar futebol, por exemplo. Achei esse lado diferente da vida sacerdotal interessante, algo que eu não conhecia e muito menos imaginava. Depois desse dia, recebi o convite para o encontro vocacional”.
O adolescente inicialmente não queria aceitar o convite, principalmente porque não conseguia se enxergar sem a sua mãe. Mas ela o incentivou a pelo menos tentar e disse que mesmo que não desse certo “estaria sempre de braços abertos para recebê-lo em casa novamente”. Ele participou do Kairós, que tem a proposta de levar os meninos durante um fim se semana, longe da família, para conviver com outros vocacionados. “Depois de pouco mais de um ano, perto de completar meus 15 anos, recebi o convite para permanecer no caminho da vocação, ficar realmente no seminário. Eu tinha muito receio de deixar minha mãe, mas ela foi minha grande incentivadora”.
Caminhada do Seminarista
Ederson entrou realmente no seminário quando tinha 16 anos. Ele passou um ano no seminário menor e completou o terceiro ano do Ensino Médio. Ele conta que cada dia sentia uma intensidade maior em sua vocação e no chamado que Deus tinha para sua vida. Em seguida, em 2011, fez o seminário propedêutico na cidade de Gravataí, na mesma região, onde fica o seminário da Arquidiocese de Porto Alegre. No ano seguinte, ingressou no curso de Filosofia, fazendo três anos dessa formação universitária. Em 2015 ele fez uma pausa. Iria ingressar em Teologia, mas por ser ainda muito jovem, em conjunto decidiram que seria melhor esperar um pouco para dar continuidade aos estudos. Em 2016 e 2017 iniciou o curso de Teologia e agora em 2018 realiza seu ano pastoral. Quando retornar ao Sul finalizará seus estudos.
PASCOM-Diocese de Teixeira de Freitas/Caravelas-Ba.
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