A última viagem apostólica de João Paulo II ao Brasil aconteceu em 1997, para o II Encontro Mundial do Papa com as Famílias entre os dias 2 e 5 de outubro daquele ano, quando São João Paulo II reuniu 2 milhões de pessoas numa missa campal no Aterro do Flamengo. “A partir desse dia a família não pôde mais ser ignorada”, disse o bispo de Camaçari e professor da Seção Brasileira do Pontifício Instituto Teológico João Paulo II para as Ciências do Matrimônio e da Família, Dom João Carlos Petrini.
O bispo refletiu sobre o legado de São João Paulo II para a Igreja e a humanidade, durante uma live realizada nesta segunda, 18, pelo canal do Youtube do instituto. Ele recordou que o São João Paulo II é considerado o Papa da Família porque ele lutou e conseguiu reverter a chamada “morte anunciada da família”. Considerado uma pessoa a frente de seu tempo, o Papa João Paulo II é tido como uma resposta de Deus para o mundo. Dom João Carlos revelou que alguns meses depois da vinda ao Brasil, no dia 13 de maio de 1981, o Papa ia anunciar a fundação do instituto da família.
“Ele estava com o papel no bolso, mas antes de fazer essa proclamação, o papa foi baleado quase que mortalmente. Como o próprio papa disse depois, a mão de Nossa Senhora segurou a bala para que o estrago não fosse maior. A fundação do instituto está associada ao atentado e certamente isso tem algum significado, foi como um sacrifício, o derramamento do próprio sangue em vista de uma grande obra. Com João Paulo II a família passou a ter um tratamento inovador”, afirmou o prelado.
O Papa João Paulo II foi o primeiro pontífice a visitar o Brasil. Em 30 de junho de 1980, ele chegou para uma visita de 12 dias, na qual beatificou o jesuíta José de Anchieta e participou do X Congresso Eucarístico Nacional, realizado entre 30 de junho a 12 de julho, em Fortaleza (CE). No total, foram três visitas oficiais e uma rápida passagem pelo aeroporto do Rio de Janeiro, durante uma escala no vôo para a Argentina, em 1982, quando fez um breve discurso.
A segunda visita oficial aconteceu em 1991, quando realizou a beatificação de Madre Paulina, em Florianópolis (SC). Na homilia desse dia, o santo padre afirmou: “O Brasil precisa de santos, de muitos santos! A santidade é a prova mais clara, mais convincente da vitalidade da Igreja em todos os tempos e em todos os lugares”. Na ocasião, o papa também visitou irmã Dulce, em Salvador, na Bahia.
Monsenhor Sérgio Costa Couto, que é capelão da Imperial Irmandade Nossa Senhora da Glória do Outeiro, ressaltou o número de vocações que surgiram na igreja no Brasil a partir do pontificado de João Paulo II.
“São muitos padres, freiras e famílias extraordinárias. Foi um resultado muito além do que se poderia prever. O Papa João Paulo II deixou uma obra fantástica, praticamente tratou de todos os assuntos, ele continuará sendo uma inspiração. Sua mensagem permanece, não devemos esquecê-lo”, observou o sacerdote.
O Papa João Paulo II sempre demonstrou muito carinho pelo povo brasileiro, uma calorosa troca de afeto em episódios memoráveis. Em 1980, a música “A bênção João de Deus” foi composta especialmente para a primeira visita do papa e cantada nas visitas e encontros posteriores. Em 1997 ele mesmo disse com tom de humor: “Se Deus é brasileiro, o Papa é carioca”, tal era seu carinho pelo Brasil e sua gratidão pela acolhida recebida no Rio de Janeiro.
Veja o vídeo com a música “A Bênção João de Deus” e com as visitas do Papa ao Brasil
https://www.youtube.com/watch?v=Q7Ki3To4JrY
Foto: L´Osservatore Romano
Por: Cláudia Brito de Albuquerque e Sá/ACI
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