A Igreja celebra nesta segunda-feira, 4 de outubro, a memória de São Francisco de Assis, santo que atuou de forma importante na história, tanto na fundação da Ordem Franciscana, quanto na própria restauração das realidades eclesiais do seu tempo. É de São Francisco também o compromisso e a dedicação com a criação e o diálogo com outras religiões em vista da promoção da paz. O Papa Francisco, na atualidade, resgata muitas das contribuições daquele que inspirou o nome para seu ministério petrino e algumas direções para seu magistério, de modo particular no campo da fraternidade humana.
Na liturgia, a Igreja pede que Deus, que fez são Francisco de Assis assemelhar-se ao Cristo por uma vida de humildade e pobreza, conceda que, “trilhando o mesmo caminho, sigamos fielmente o vosso filho, unindo-nos convosco na perfeita alegria”.
Bergoglio e São Francisco
Em artigo publicado em Vatican News, na véspera do segundo aniversário da assinatura do Documento sobre a Fraternidade Humana, em fevereiro deste ano, o jornalista Amedeo Lomonaco, recordou que, logo no início do pontificado Bergoglio já indicava a direção que acompanharia o seu magistério. Na homilia do dia 19 de março, o Santo Padre disse: “A vocação de salvaguarda não diz respeito somente a nós cristãos, ela tem uma dimensão que precede e é simplesmente humana, ela diz respeito a todos. É a custódia de toda a criação, a beleza da criação, como nos é dito no Livro do Gênesis e como São Francisco nos mostrou: é ter respeito por toda criatura de Deus e pelo ambiente em que vivemos”.
Mais recentemente, na Fratelli tutti, Francisco recorda o Pobrezinho de Assis: O santo, segundo o Papa, “convida a um amor que vai além das barreiras da geografia e do espaço” e declara abençoado “aquele que ama o outro quando está longe dele, como se estivesse ao seu lado”. Com estas poucas e simples palavras – enfatiza o Papa – São Francisco explicou “o essencial de uma fraternidade aberta, que nos permite reconhecer, apreciar e amar cada pessoa além da proximidade física, além do lugar do mundo onde nasceu ou onde vive”.
Confira o artigo de Amedeo Lomonaco na íntegra.
Na esteira das inspirações franciscanas, no horizonte da Fraternidade Humana, o Papa Francisco tem empreendido caminhos de construção de consensos com autoridades políticas e representantes de outras religiões.
No dia do primeiro aniversário da Encíclica Fratelli tutti, dedicada à fraternidade humana, o Papa Francisco reuniu, nesta segunda-feira, na Sala das Bênçãos, no Vaticano, cientistas, especialistas e líderes religiosos (dentre eles o Grão Imame de al-Azhar, Ahmad al-Tayyeb, e o Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I) para o encontro “Fé e Ciência. Rumo à Cop 26”. Um evento que – como diz o título – olha para a conferência climática anual da ONU programada para se realizar, em Glasgow, na Escócia, de 31 de outubro a 12 de novembro.
O Pontífice entregou aos participantes seu discurso escrito, no qual faz um apelo a adotar comportamentos e ações modelados na ‘interdependência’ e ‘corresponsabilidade’ para neutralizar as ‘sementes do conflito’ que prejudicam o meio ambiente e a pessoa humana.
Uma única família humana
No discurso entregue, o Pontífice recorda que “o encontro de hoje, que une muitas culturas e espiritualidades num espírito de fraternidade, reforça a consciência de que somos membros de uma única família humana: cada um de nós tem a sua própria fé e tradição espiritual, mas não existem fronteiras e barreiras culturais, políticas ou sociais que nos permitam isolar-nos”.
Francisco indica três conceitos-chave para refletir sobre esta colaboração recíproca:
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