Afinal, o que é um diácono permanente?
O ministério eclesiástico, que é o ministério dos homens dedicados ao serviço de Deus, compreende três diferentes graus do sacramento da ordem sacerdotal: os bispos, os sacerdotes e os diáconos. Dois destes graus participam ministerialmente do sacerdócio de Cristo: a ordem episcopal, correspondente aos bispos, e a ordem do presbiterado, correspondente aos padres.
A ordem do diaconato, segundo o Catecismo da Igreja Católica (n. 1554), destina-se a ajudar e a servir os bispos e presbíteros. Por isso, o termo “sacerdote” designa os bispos e presbíteros, mas não os diáconos.
No entanto, a doutrina católica estabelece que o grau de diaconato é um grau de serviço, estabelecido desde a época dos apóstolos, como testemunham os Atos dos Apóstolos e a Carta de São Paulo a Timóteo: (Atos 6, 1-6)
“Do mesmo modo, os diáconos sejam honestos, não de duas atitudes nem propensos ao excesso da bebida e ao espírito de lucro; que guardem o mistério da fé numa consciência pura. Antes de poderem exercer o seu ministério, sejam provados para que se tenha certeza de que são irrepreensíveis.” (I Timóteo 3, 8-10)
Diakonia é a palavra grega que define a função dos diáconos. Esta palavra significa serviço, e é de tanta importância para a Igreja, que se confere por um ato sacramental chamado “ordenação”, ou seja, pelo sacramento da Ordem.
Santo Inácio de Antioquia comentou a importância dos diáconos: “Que todos reverenciem os diáconos como Jesus Cristo, como também o bispo, que é imagem do Pai, e os presbíteros, como o senado de Deus e como a assembléia dos apóstolos: sem eles, não se pode falar de Igreja” (Trall. 3, 1).
Mas qual é o serviço que os diáconos prestam à Igreja?
“Os diáconos participam de modo especial na missão e na graça de Cristo. O sacramento da Ordem marca-os com um selo (‘caráter’) que ninguém pode fazer desaparecer e que os configura com Cristo, que se fez ‘diácono‘, isto é, o servo de todos. Entre outros serviços, pertence aos diáconos assistir o bispo e os sacerdotes na celebração dos divinos mistérios, sobretudo da Eucaristia, distribuí-la, assistir ao Matrimônio e abençoá-lo, proclamar o Evangelho e pregar, presidir aos funerais e consagrar-se aos diversos serviços da caridade, e também o Ministro do Batismo.” (Catecismo da Igreja Católica, 1570)
Entendido desta maneira, o diaconato não é somente um passo intermediário rumo ao sacerdócio, mas oferece à Igreja a possibilidade de contar com uma pessoa de grande ajuda para as tarefas pastorais e ministeriais.
Um diácono pode batizar, abençoar matrimônios, assistir os enfermos com o viático, celebrar a Liturgia da Palavra, expor o Santíssimo Sacramento, pregar, evangelizar e catequizar, fazer a homilia, abençoar, fazer palestras e formações.
Numa paróquia pode exercer muitas funções em conjunto com o pároco. O Diácono é responsável por cuidar da liturgia e estar em comunhão com tudo o que acontece na paróquia e participar diretamente do CMPP e outras pastorais.
Porém, não pode, ao contrário do sacerdote, celebrar o sacramento da Eucaristia (Missa), confessar e nem administrar a unção dos enfermos.
Com tudo o que ele pode fazer, sua ajuda é importantíssima, especialmente na época atual, na qual faltam tantas pessoas para ajudar os padres em suas tarefas.
Como no caso dos sacerdotes, somente homens batizados recebem validamente a sagrada ordenação para serem diáconos. E isso é assim porque Jesus escolheu homens para formar o colégio dos 12 apóstolos.
No entanto, há uma diferença muito importante entre diáconos e sacerdotes.
Enquanto os sacerdotes ordenados da Igreja latina são geralmente escolhidos entre homens crentes que vivem como celibatários, ou seja, que não se casam e que têm o propósito de guardar o celibato pelo Reino dos Céus, os diáconos podem se casar.
O diácono pelas leis da Igreja não pode se casar novamente se ficar viúvo. Ainda assim poderá ser ordenado sacerdote se atender às exigências da Igreja.
Este diaconato permanente é um enriquecimento importante para a missão da Igreja.
Desde o Concílio Vaticano II, a Igreja latina restabeleceu o diaconato como um grau particular dentro da hierarquia, enquanto as Igrejas do Oriente sempre o mantiveram assim.
Dessa forma, os homens casados que se dedicam a ajudar a Igreja por meio da vida litúrgica, pastoral ou nas obras sociais e caritativas podem se fortalecer recebendo a ordem do diaconato, unindo-se mais intimamente ao altar, para cumprir seu ministério com maior eficácia, por meio da graça sacramental do diaconato.
Assim, a Igreja Católica, como na parábola do homem que tira algo novo e velho do seu tesouro, está sempre oferecendo formas novas de entrega em sua tarefa de ajudar a humanidade inteira.
Foto: Divulgação
Por: Diácono João Antônio R. Lourenço/Catedral de Joinville(SC)
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