Na vida tomamos algumas decisões que nos causam grandes desgates. Agindo de forma impensável, podemos perder nossa identidade. Contudo, a peleja do desgaste de uma decisão infrutuosa recai em um grande constrangimento de qualquer ação que culmina na falta de identidade da pessoa. Estar de costas para essa identidade traz a cada pessoa um sofrimento incalculável, desgastando, assim, toda e qualquer relação que significa a busca do sentido de sua própria vida. Negar a identidade em troca de um constrangimento das suas ações é o mesmo que desprezar a comida do almoço em benefício à janta.
Sem a identidade das ações, o sujeito deixa seu conhecimento de lado. Deste modo, saltar os pensamentos ao abandono permite que eles vão embora. Depois, tentar conquistar o significado desses próprios pensamentos se torna um exercício árduo. É como olhar por uma janela transparente e, no entanto, ela estar voltada para o escuro. Você tem certeza de que há uma janela e que ela é transparente, mas o escuro impossibilita que enxergue o que está do outro lado.
Lute, todavia, para conquistar a transparência de toda ação e ludibriar seus próprios sentimentos. Assim, conhecer a identidade da pessoa e suas decisões infrutuosas, o sentido da própria vida, o desprezar a comida em benefício de outra, saltar os pensamentos dos próprios pensamentos e tentar enxergar o ludibriar das palavras, transforma qualquer impossibilidade em uma prévia de ação. Antes de qualquer fato, existe a prévia da ação.
Contudo, é o esforço de cada indivíduo que vai prevalecer na busca pela ação, e é o desejo de conquistar a identidade que torna a pessoa um ser de sonhos. Frente à identidade malograda na busca daquilo que se enxerga através de uma vidraça, ajuda também enxergar, “de longe”. Num outro sentido ainda mais próximo da mesma pessoa que tenta atingir sua identidade nas ações, se pode pensar em uma comilança gradativa de três pontos. Primeiro, a perda do encanto que modifica a vida; e o segundo passo, o controle mais próximo dos desejos que alivia a própria vida e, por último, o estímulo que possa ajudar a prolongar a vida do sujeito.
Entende-se que a perda do encanto e aquele controle necessário dos próprios desejos possibilita a própria pessoa receber estímulos para alcançar, gradativamente, sua total identidade no resultado de sua ações, como por exemplo, número um: a identidade fica forte; número dois: o alívio no controle das próprias escolhas; e o terceiro ponto está dividido em dois condicionamentos: primeiro condicionamento – a raiz da essência do homem se prolonga na sua vida de modo que estimula e fortifica a própria vida. Já o segundo condicionamento diz respeito à proteção da vida quando o homem é afetado pelas suas escolhas e pode oferecer, a partir das suas escolhas, o que vai pintar, pôr em destaque, nas escolhas subsequentes, como sendo de suas próprias ações.
Atravessar o pórtico do conhecimento existencial das coisas, encontrando, assim, a luz que decepa e ameniza toda escuridão faz com que a identidade de cada existente repouse na sua ação; transforme a melancolia que poderia ser constantemente na vida do homem em ingredientes que alcançariam a linha mais tênue entre as escolhas de um homem que possui identidade própria de um outro que não age segundo seu certame.
A base para sustentar toda identidade forjada sobre as frestas da frustração do agir pode deixar a pessoa nua de suas escolhas sem que, no entanto, pudesse ao menos descobrir que somente através das suas escolhas se poderia entrar em plena posse da sua identidade marcada pelas suas ações. Agindo, o homem deixa claro sua identidade, por fim.
Texto: Padre Joacir d’Abadia, filósofo, autor de 15 livros, Especialista em Docência do Ensino Superior, Bacharel em Filosofia e Teologia, Licenciando em Filosofia, Professor de Filosofia Prática. Acadêmico: ALANEG, ALBPLGO, AlLAP, FEBACLA e da “Casa do Poeta Brasileiro – Seção Formosa-GO”_Contato: (61) 9 9931-5433
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