Missa Solene celebra dia litúrgico da Santa Dulce dos Pobres

, Eventos

A celebração marca primeira festa da Santa após a sua canonização.

 O Dia litúrgico da primeira santa brasileira, Santa Dulce dos Pobres, o anjo bom da Bahia é celebrado em 13 de agosto. Para celebrar a primeira Festa, após a canonização da Santa, foi realizada, na manhã desta quinta-feira (13), Missa Solene, no Santuário Santa Dulce dos Pobres, presidida pelo Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Cardeal Dom Sergio da Rocha. 

Em conformidade com as medidas de proteção contra o novo coronavírus, a liturgia foi restrita e com transmissão exclusiva pela internet.

A cerimônia da primeira Festa de Santa Dulce teve início com a reza da Ave Maria e a apresentação das intenções. Para o momento da procissão de entrada, uma pessoa caracterizada de Santa Dulce entrou no templo com uma sanfona ao som de uma canção, costumeiramente, tocada pela santa em seus dias de vida. As leituras da liturgia foram realizadas no livro de Tobias, na primeira carta de São João e no Evangelho de São Mateus. 

Homilia

“Estamos celebrando pela primeira vez, como bem sabemos, a Festa de Santa Dulce dos Pobres, depois de sua canonização. Nós louvamos e bendizemos a Deus pelo testemunho de santidade que elas nos deixou. Pelos inúmeros frutos da sua santidade e testemunho de caridade vivido por ela na igreja, frutos que permanecem na vida dos fiéis e nas obras sociais, frutos que, aos poucos, o mundo e a igreja, vai tendo a graça de experimentar”, falou o arcebispo de Salvador, dom Sérgio da Rocha. 

O mês de agosto é conhecido como mês vocacional, a mensagem destacou a importância e o chamado, em todas as vocações, à santidade. “Santa Dulce mostra que é possível ser santo hoje, e recorda que todos nós, nas diferentes vocações que temos na igreja, todos somos chamados à santidade. É possível viver a vocação à santidade em nossos dias. Ela ouviu a palavra de Deus que nós ouvimos. Foram muitas as vezes que ela teve a graça de escutar essas passagens da bíblia em diferentes ocasiões. E ela acreditou nessa palavra de Deus. E ela viveu essas palavras”, disse.

A primeira leitura, no livro de Tobias, traz a reflexão sobre a manifestação das obras de Deus. “Por várias vezes o livro de Tobias repetia esse grande convite ao louvor a Deus, a reconhecer os sinais da presença de Deus em nossa vida, na nossa história, na nossa igreja e no meio do nosso povo. Mas, ressaltava claramente a importância da oração acompanhada da caridade, do louvor a Deus acompanhado da vivência da caridade para com os doentes, com os pobres fala-se também ali, dos enlutados, daqueles que necessitavam de atenção passando pela própria mortes”, observou. 

Dom Sérgio acrescentou ainda que “na vida dela [Santa Dulce], o louvor a Deus, a oração se prolongou na vida. Ela glorificou a Deus pela vida que teve, pelo testemunho de santidade. A eucaristia, a oração são fontes daquilo que somos chamados a vivenciar no dia-a-dia da vida. Nós somos convidados, como povo de Deus, a louvar e glorificar ao Senhor pela vida. Que o nosso viver, o nosso testemunho seja motivo de ação de graça e louvor a Deus, como aconteceu na vida dela e como hoje ela nos ensina a fazer”.

Pontuou também que o nome com o qual a igreja nomeou a santa é em reconhecimento daquilo que foi a vida de Dulce para a igreja. “Santa Dulce nos ensina justamente isso. O seu nome, o nome com o qual a igreja designou Santa Dulce, isso é, dos Pobres, reconhecimento daquilo que foi a sua vida e mais no sentir da nossa igreja. Todos recorremos a ela nas nossas necessidades, na nossa pobreza, mas, de modo especial, aqueles que mais sofrem: os enfermos, pobres, as pessoas mais sofridas. Recorrem a ela, reconhecendo nela, uma irmã muito querida, uma mãe verdadeira, um anjo protetor”.

Já na primeira carta de São João ele destaca a questão da gratuidade do amor de Deus. “Deus ama por primeiro, Deus ama a todos, a quem também não são capaz de amá-lo, Deus ama antes que nós pudêssemos expressar qualquer forma de amor diante dele, visto que o seu amor é graça, é dom. O amor de Deus não se esgota no esquema de recompensa que nós, muitas vezes, entendemos nesse mundo, isto é; ama-se quem já ama, procura-se fazer o bem para quem já faz o bem”, exortou, “Foi assim que Santa Dulce amou. Santa Dulce dos pobres amou aqueles que não tinham como retribuir com bens deste mundo. Ela amou aqueles que não eram amados. Não eram valorizados. Ela amou de modo especial pessoas que mais sofriam, justamente, doentes, crianças, famílias ou pessoas em situação de pobreza e vulnerabilidade social”, expressou.

Ressaltou ainda que é necessário iniciativas comunitárias, chamando atenção da igreja para os serviços da caridade com ações que envolva, não apenas a boa vontade de alguém, mas uma vivência comunitária. “Daí a importância das Obras Sociais Irmã Dulce, expressando a vivência de forma organizada, de maneira comunitária, contando sempre, claro, com a graça e amor de Deus e a colaboração de tanta gente que, espontaneamente, oferece ajuda”.

Outro ponto, foi a confiança no Altíssimo Deus, manifestada também através da vida de Santa Dulce. “Ela viveu a santidade e a caridade em momentos que não era fácil conseguir recursos, como tantas vezes não é fácil hoje. Em que a saúde e a fragilidade humana podem pesar, mas ela jamais desistiu diante dessas limitações, pelo contrário, sempre seguiu em frente confiando na providência de Deus, como nós devemos fazer quando queremos viver o amor e a caridade ao próximo”, declarou.

Na oportunidade, dom Sérgio chamou atenção para a responsabilidade do poder público no cuidado com aqueles que mais precisam, agradeceu ao Prefeito Municipal de Salvador, ACM Neto, que estava presente na celebração.

Ofertória e Comunhão Eucarística 

Após o momento da palavra, a cerimônia seguiu as liturgias do ofertória, da comunhão eucarística e a apresentação das oferendas. Já na procissão do ofertório, a coroa usada por Santa Dulce, na profissão dos seus votos, adentrou o Santuário, na ocasião, uma chamada para refletir a disposição dos corações enquanto a obediência para cumprir a chamada de Deus.

A entrega da eucaristia, por sua vez, foi feita seguindo todas as medidas de higienização. Na fila para receber a hóstia, os fiéis recebiam o álcool para adequada higiene das mãos, antes de pegar o chamado “corpo de Cristo”. 

Ao final da cerimônia, Dom Sérgio da Rocha foi presenteado, ele, por sua vez, manifestou a sua gratidão e direcionou mais agradecimentos a Santa Dulce. “Nós homenageamos Santa Dulce pelo cuidado, não só da própria saúde, mas da saúde dos irmãos e irmãs, portanto, fazendo os sacrifícios, as renúncias que forem necessárias para preservar a vida e a saúde. Ela que se dedicou tanto, se gastou, se doou para que outros tivessem vida e saúde. Nós também queremos, nesse tempo de pandemia, seguir o seu exemplo: acolher a vida como dom de Deus a ser cuidado com responsabilidade”, comentou.

Dom Sérgio finalizou a celebração com a benção convidando aos fiéis a contemplar a relíquia de Santa Dulce e agradecendo pela inauguração do Caminho da Fé programada para acontecer após a Missa Solene. (fecatolica)
 

Foto: Manoel Eloy

Deixe uma resposta