O recente reconhecimento de um segundo milagre atribuído ao então Beato Cardeal John Henry Newman foi uma notícia que encheu de júbilo a Igreja de sua terra natal, Inglaterra, que se prepara para uma futura canonização. Mas o lugar onde se produziu o portento foi a Diocese de Joliet, Estados Unidos, e o médico responsável pela investigação local sobre o milagre informou que esta foi “a experiência mais enriquecedora de minha vida espiritual”.
O Doutor Gerald Casey foi o principal médico especialista comissionado para o processo local por parte da Arquidiocese de Chicago, para onde o caso milagroso foi transferido por contar com mais recursos para sua investigação. Para documentar os fatos, o médico teve que entrevistar a mulher beneficiada pela cura, seu marido, seu médico e também seu diretor espiritual. “A verdadeira experiência espiritual foi na etapa das declarações”, confessou o especialista ao ‘Catholic News Service’. “Eu literalmente chorei quando recebi sua declaração (da mulher). Me chegou diretamente ao coração, porque eu podia sentir uma presença que eu nunca senti em minha vida”.
“Uma coisa era ler os materiais, mas outra coisa distinta era escutá-la relatar o que havia acontecido, não apenas durante esse tempo, mas em gestações anteriores e suas perdas”, acrescentou o médico. A mulher beneficiada sofreu sérias complicações que colocaram sua vida em risco durante a gravidez, mas as condições mudaram completamente de maneira inexplicável quando ela recorreu à intercessão do Beato Cardeal Britânico. O caso é especialmente chamativo, já que a mãe não se encontrava em capacidade de seguir fielmente as instruções dos médicos.
Sua gravidez foi considerada de alto risco devido a sua idade superior a 40 anos e abortos espontâneos anteriores. A mulher já havia apresentado sangramento e diagnosticada com um hematoma subcorionário, pelo qual lhe foi recomendado repouso total. No entanto, a mãe tinha que cuidar de três crianças pequenas, pelas quais ela teve que se manter ativa e em uma manhã, depois de descer as escadas e preparar o café da manhã, o sangramento aumentou consideravelmente.
Com angústia, a mulher se trancou no banheiro e, ao constatar a forte hemorragia, sentiu que iria perder seu bebê. Seu primeiro impulso foi clamar ao Beato: “Cardeal Newman, por favor, detenha o sangramento!”. Contra todas as probabilidades, a hemorragia parou imediatamente. A mulher subiu ao seu quarto e ligou para seu médico, que constatou que a gravidez avançava de forma normal. A mulher pôde retomar as atividades pelo resto da gestação e, além de ter seu filho, teve outros dois em gestações sem complicações.
O Doutor Casey apresentou o caso a dois especialistas materno-fetais, que confirmaram que nunca tinham visto um caso como este nem haviam tido notícia de um fato semelhante. Nenhum dos profissionais teve de emitir um julgamento sobre se se tratava de um milagre, já que sua função era certificar que não havia explicações naturais para o fenômeno. Os dados sobre o milagre foram enviados à Santa Sé e somente em 13 de fevereiro o resultado do processo foi oficialmente revelado através do decreto assinado pelo Papa Francisco, o último passo necessário para a canonização. (Gaudiumpress)
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