A missa em ação de graças na Catedral de São Sebastião foi presidida pelo arcebispo metropolitano, Cardeal Orani João Tempesta, e concelebrada pelos bispos auxiliares, entre eles, Dom Joel Portella Amado, representando na qualidade de secretário geral, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e o bispo da Diocese de Nova Iguaçu (RJ), Dom Gilson Andrade da Silva, representando o Regional Leste 1 da CNBB.
Bispo auxiliar do Rio de Janeiro
Bispo titular de Tunes e auxiliar do Rio de Janeiro, Dom Antonio Catelan foi nomeado pelo Papa Francisco no dia 24 de novembro de 2021, e ordenado por Dom Orani como sucessor dos Apóstolos no último dia 5 de fevereiro, na Catedral do Divino Espirito Santo, em Umuarama, no Paraná. Ele é o primeiro padre do clero diocesano a chegar ao episcopado.
“Louvamos a Deus e agradecemos ao Papa Francisco por nos conceder mais um bispo auxiliar, Dom Antônio Catelan, que recebemos oficialmente em nossa arquidiocese. Ele que já conhece a realidade de nossa arquidiocese, pedimos a Deus que o abençoe na sua nova missão. Temos nove vicariatos em nossa arquidiocese, e sua presença significa a partilha de serviços e facilitará a uma maior proximidade com os sacerdotes e o povo de Deus”, disse Dom Orani.
Bispo auxiliar de Cracóvia
Missionário fidei donum, Dom Robert exerceu o ministério sacerdotal na Arquidiocese do Rio de Janeiro durante 15 anos, quando foi nomeado pelo Papa Francisco como auxiliar da Arquidiocese de Cracóvia, no dia 11 de novembro de 2020. Foi ordenado no dia 6 de fevereiro de 2021, no Santuário São João Paulo II, em Cracóvia, na Polônia, por Dom Marek Jędraszewski.
“Por causa das limitações da pandemia, não foi possível participar da ordenação de Dom Robert em sua terra natal. Estamos felizes por ele ter aceitado nosso convite para celebrar o primeiro aniversário de ordenação entre nós. Agradecemos a Deus por sua eleição ao episcopado e nos comprometemos com ele para rezar na sua intenção para que possa cada vez mais ser o bom pastor, o servo do Senhor junto do povo de Deus”, disse Dom Orani.
Logo no início da celebração, o reitor do Santuário Cristo Redentor e pároco da Paróquia São José, na Lagoa, no Rio de Janeiro, padre Omar Raposo, fez a leitura e apresentou a bula pontifícia de nomeação de Dom Antonio Catelan. Também durante a celebração, foi lida pelo chanceler da Cúria Metropolitana, monsenhor Helio Pacheco Filho, a ata de tomada de posse como bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro.
Maria, mãe e intercessora
Na homilia, Dom Orani recordou que, por ser sábado, estava celebrando a Missa Votiva de Nossa Senhora, destacando a presença de Maria junto com os Apóstolos, no Dia de Pentecostes e quando, no alto da cruz, Jesus entregou sua mãe a João, o discípulo amado, e ele a levou para a sua casa. “Fiz menção a esses dois episódios para destacar a importância e a presença de Maria na vida de um bispo”, disse.
Como exemplo de devoção a Maria, Dom Orani destacou a figura de São João Paulo II, recordando que quando esteve na Polônia, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, em 2016, o então cônego Robert o levou ao Santuário de Nossa Senhora, na cidade de Kalwaria Zebrzydowska, para conhecer um episódio da vida do Santo Polonês. Nesta igreja, distante 14 quilômetros de Wadowice, ao ficar órfão, o pai do menino Karol Józef Wojtyła o entregou a Maria, para que fosse sua mãe e cuidasse de sua vida.
“Assim compreendemos a devoção de São João Paulo II por Maria, ao declarar seu amor filial: ‘Totus tuus’, ‘todo teu, Maria’, que foi o lema de seu pontificado”, disse o arcebispo.
Ao recordar a tradição portuguesa marcante no Brasil das igrejas dedicadas à Nossa Senhora da Conceição, com destaque para a padroeira Nossa Senhora Aparecida, Dom Orani lembrou que os vários nomes de Maria possam representar a sua intercessão para quem tem a missão de servir o povo de Deus. “Confiamos Dom Antonio Catelan e Dom Robert nas mãos e intercessão de Maria”, disse.
“Temos muito carinho por Maria, que nos foi dada por Jesus como mãe, para levar para a casa do nosso coração, da nossa vida e da nossa missão. Ela que vem ao nosso encontro e nos conduz ao Senhor. Juntos com Maria, reunidos como apóstolos, rezemos pedindo a ação do Espírito Santo para que sejamos iluminados e possamos enxergar os melhores caminhos, para viver nestes tempos complexos e ser, para o nosso povo, sinais da presença amorosa e da bondade do Senhor, nosso Deus”, concluiu a arcebispo.
Dom Antonio Catelan
No final da celebração, o novo bispo auxiliar, Dom Antonio Catelan, fez vários agradecimentos, apresentou seus familiares, explicou o significado de seu Brasão Episcopal, contou um pouco de sua história de vida e da experiência de exercer nos últimos quatro anos o ministério sacerdotal na Arquidiocese do Rio de Janeiro, sendo também professor na Pontifícia Universidade Católica, a PUC-Rio.
“Venho do interior do Paraná, de uma pequena diocese, mas pujante e rica em vocações, tanto para o ministério ordenado como para os vários ministérios laicais. Dedicada ao Divino Espírito Santo, a Diocese de Umuarama estará comemorando no próximo ano 50 anos de criação. Nesta diocese, que é uma joia, uma perola, foi onde Deus me deu a graça de nascer, de receber o dom da fé e da vocação ao sacerdócio. Carrego no coração toda gratidão, sobretudo ao bispo diocesano, Dom João Mamede Filho, ao qual manifesto todo o meu amor e gratidão”, disse.
Dom Antonio Catelan observou que veio do interior e de uma pujante diocese para uma capital grande, antiga, mas também muita rica de história e testemunhas. “A história dessa arquidiocese, desde que foi criada como prelazia no seculo XVI até nos dias de hoje, é uma história de testemunho de vida cristã de acompanhamento da vida humana, em geral, e do desenvolvimento de toda essa região”, disse.
Entre as grandes figuras que permearam a vida e a história da Arquidiocese do Rio de Janeiro, Dom Antonio Catelan apontou o Cardeal Sebastião Leme, fundador da PUC-Rio junto com o padre Leonel Franca, e Dom Eugenio de Araujo Sales, que “acompanhou a arquidiocese num momento delicado da vida nacional com grande fidelidade ao Evangelho e ao seu povo”.
Também citou os atuais pastores, entre eles, Dom Orani, que definiu “como alguém que não vive para si mesmo, um modelo de pastor que, junto com o grupo dos bispos que o auxiliam no governo pastoral da arquidiocese, conduz com grande dedicação e testemunho”.
Lembrou da afinidade com os escritos (sobre São João da Cruz e do Cardeal John Henry Newman) do grande teólogo monsenhor Maurílio Teixeira Leite Penido, conhecido internacionalmente, mas que viveu e lecionou seus últimos anos no Rio de Janeiro. Recordou, ainda, dos Servos de Deus, a menina Odetinha e o jovem Guido Schäffer: “É uma Igreja rica em santidade e testemunho de fé”, disse.
“Desde quando cheguei ao Rio de Janeiro, há quatro anos, encontrei aqui uma Igreja que cuida com diligência de sua missão principal, que é transmitir e cultivar a fé, a vida litúrgica, a vida fraterna. Uma Igreja atenta aos pobres, aos sofredores, uma Igreja solidária e servidora. Uma Igreja que sabe que sua missão é de ordem espiritual, mas não se esquece a promoção dos valores humanos, sobretudo do amor, da justiça, da paz e muito contribui para o crescimento do Reino de Deus até que ele chegue a sua plenitude. É uma Igreja que testemunha no mundo, na sociedade, com os órgãos oficiais, sem fazer discursos partidários ou ideológicos. Se conserva fiel a Jesus Cristo, ao Evangelho e ao seu povo”, disse o novo bispo auxiliar.
Ao concluir sua mensagem, Dom Antonio Catelan disse: “Tendo percebido isso ao longo desses quatros anos, me sinto encorajado e amparado a procurar dar o melhor de mim e também de não viver para mim, mas para o ministério ao qual fui consagrado, apesar da minha fraqueza e de meus pecados, pela graça e misericórdia de Deus”.
Dom Robert Chrząszcz
Também transmitiu uma mensagem aos presentes o bispo auxiliar de Cracóvia, Dom Robert Józef Chrząszcz, começando com uma citação da Carta de São Paulo aos Tessalonicenses: “Alegrai-vos sempre. Orai sem cessar. Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (1Tes 5,16-18).
“É com grande alegria que retorno ao solo brasileiro, terra de Santa Cruz, para rezar e dar graças a Deus por tudo que Ele realizou. Agradeço-lhe pela graça do Batismo pelo qual me tornei seu filho e membro da Igreja, agradeço pela graça imerecida da vocação sacerdotal, que por ela me tornei seu servo, e por sua infinita misericórdia ao me escolher para o episcopado”, disse.
Dom Robert manifestou sua alegria por celebrar o primeiro ano de sua ordenação episcopal, no mesmo dia em que a Arquidiocese do Rio de Janeiro acolhia o novo bispo auxiliar Dom Antonio Catelan.
“Gostaria de dizer a todos, que os anos que passei aqui no Rio de Janeiro, entre vocês, trouxeram inúmeros frutos em minha vida e em meu ministério. Bendito seja Deus, que me permitiu conhecer e trabalhar nesta realidade da vinha do Senhor. É graças a esse trabalho e convívio que consigo olhar a Igreja como verdadeira mãe e mestra das nações”, disse.
Dom Robert confessou que transferiu toda a experiência adquirida no Brasil para a Polônia, onde, também lá, como no Rio de Janeiro, ele precisa dar testemunho da fé, amor e fidelidade a Cristo Jesus, além de ser referência de temor a Deus. Disse que a Eucaristia une não somente os corações, mas como toda a Igreja, por isso, é N’ela que está a verdadeira ação de graças!
“Sempre que estou presidindo a Santa Missa na Polônia, rezo durante as súplicas da oração Eucarística “Lembrai-vos, ó Pai, da vossa Igreja que se faz presente pelo mundo inteiro…” abraço o Brasil e a esta arquidiocese com o pensamento e o coração”, disse.
Na conclusão de sua mensagem, Dom Robert pediu orações pelo seu ministério, dirigiu uma mensagem a Dom Antonio Catelan, e disse a todos: “Deixo-vos ainda, a exclamação que escolhi como lema do meu episcopado: “Abre as portas para Cristo! ” Assim como no alto do Corcovado, diante dos nossos olhos, Jesus abre os braços para todos nós, que possamos abrir as portas do nosso coração para Ele! ”
Dom Joel Portella
Antes da conclusão da celebração, fez uso da palavra o bispo auxiliar do Rio de Janeiro e secretário geral da CNBB, afirmando que sua presença era de “motivos e sentimentos”. Mais que uma presença institucional pelo oficio que desempenha na Igreja no Brasil, era também motivo de “fraternidade, saudades e ação de graças”.
Dom Joel Portella informou que a Igreja no Brasil possui 278 dioceses e 471 bispos. Destacou as limitações da pandemia, a necessidade de rezar pelo fim dela e manifestou a fraternidade de seu coração, quando um bispo é ordenado, na certeza do auxílio de Deus.
“Por um lado, a vida nos faz sentir medo, nos assusta. Ao olhar para cada bispo, nós dizemos: Deus não nos deixa abandonados. O Senhor, pelo seu Espírito, envia ao seu rebanho pastores para cuidar deles. Não isolados, mas uma comunhão de pastores. Hoje também é um dia de ação de graças ao bom Deus, na fragilidade dos nossos pecados, Ele faz de nós instrumentos desse carinho, dessa missão”.
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