Na primeira fase, no início do mês, um grupo de 11 bispos de recente nomeação do Brasil participou do curso anual de formação em Roma. Agora é a vez da segunda turma com a presença de 19 brasileiros, entre eles, dom Maurício da Silva Jardim. Ele conta que as atividades acontecem em modo sinodal e de escuta ao trazer problemas e buscar respostas para situações concretas vividas no mundo, como a exploração e o desmatamento ilegal na Amazônia.
Por: Andressa Collet – Vatican News
Já está em pleno andamento a segunda fase do curso anual de formação para os bispos de recente nomeação. Como aconteceu no primeiro grupo (1 a 8 setembro), com a presença de 11 representantes brasileiros, também agora as atividades na Universidade Pontifícia Regina Apostolorum, em Roma, contam com a participação de 19 bispos do Brasil, além de uma expressiva presença da América Latina. Entre eles está dom Maurício da Silva Jardim, de recente ordenação, que vai assumir a diocese de Rondonópolis-Guiratinga (MT) em 23 de outubro, Dia Mundial das Missões.
Desafios atuais em análise, como a Amazônia
O curso está sendo direcionado à análise do anúncio do Evangelho em uma época de mudança e após a pandemia, sobretudo através da grande “influência do magistério do Papa Francisco”, conta dom Maurício, inclusive através de um método bem específico:
“Um modo muito sinodal, da escuta. Os expositores trazem um tema e dão a palavra para que a assembleia se manifeste, traga as perguntas e problemas concretos da realidade: como a fome, a violência, a desigualdade social, as migrações, as crises política e sanitária, ética e social no mundo inteiro. Além disso, o grande desafio da mineração, da exploração e desmatamento ilegal da Amazônia. Todos, assim, caminham juntos, procurando respostas.”
Um curso para cuidar do rebanho
Junto ao olhar que está sendo dado aos desafios emergentes da humanidade, dom Maurício conta que nestes primeiros dias de curso também estão sendo aprofundados os textos do Papa Francisco, com “a atualização da exortação apóstolica Amoris Laetitia, a implicação sinodal da Fratelli tutti”, por exemplo. Uma oportunidade para se caminhar juntos em diferentes frentes, mas levando em comum o espírito missionário da Igreja, sendo encorajados a serem “pastores do povo”:
“E fica muito claro que o ministério do bispo é muito bem cuidado, ‘o cuidado do rebanho’, está no coração do ministério episcopal, dando elementos para depois atuar em nossas dioceses, como desafios pastorais da Igreja e através do princípio colocado pelo Papa Francisco de uma Igreja missionária, sinodal, de comunhão e de participação. Então, o magistério do Papa tem nos ajudado muito, através dos seus grandes textos. E a beleza de servir a Igreja como pastores do povo! O Papa tem insistido muito nisso: somos pastores do povo, uma Igreja samaritana, que ‘desce ao encontro’, uma Igreja discípula que se coloca à escuta dos gritos dos pobres e da terra, uma Igreja que promove a cultura do encontro e próxima das pessoas para poder escutá-las.”
Cerca de 200 pessoas participam desta segunda turma provenientes de todos os continentes e, nos dois grupos, há a participação de bispos do Dicastério para as Igrejas Orientais. O curso promovido pelo Dicastério para os Bispos termina na próxima segunda-feira (19), inclusive com uma audiência no Vaticano com o Papa Francisco, assim como aconteceu com o primeiro grupo dos bispos de recente nomeação.
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