O Santo Padre condena “de maneira enérgica tais atos violentos de terror”, assegurando “sua proximidade à comunidade católica da França e a todo o povo francês que chama à unidade”.
Pouco antes, respondendo aos jornalistas, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, afirmou que este “é um momento de dor, num tempo de confusão. Terrorismo e violência nunca podem ser aceitos. O ataque de hoje semeou morte num lugar de amor e consolação, como a casa do Senhor”.
Bruni referiu que o Papa “reza pelas vítimas e seus entes queridos, para que cesse a violência, para que as pessoas voltem a se olhar como irmãos e não como inimigos, e para que o amado povo francês possa reagir unido ao mal com o bem.”
A crônica
O prefeito de Nice, Cristian Estrosi, declarou tratar-se de um ataque terrorista. O ministro do interior francês, Gerald Darmanin, afirmou que a Polícia está conduzindo uma operação de segurança. Fontes da imprensa falam que um homem foi preso. O ataque perpetrado com uma faca ocorreu esta manhã, por volta das 9h, na Basílica situada no centro de Nice, na avenida Jean-Medecin.
O primeiro-ministro francês, Jean Castex, deixou apressadamente a Assembleia Nacional, onde deveria apresentar as novas medidas introduzidas para combater a pandemia de coronavírus. Ele deverá participar da reunião de crise organizada no Ministério do Interior pelo ministro Gerald Darmarin em decorrência do ataque.
Oração e a proximidade dos bispos da França
O presidente da Conferência Episcopal Francesa, dom Éric de Moulins-Beaufort, imediatamente expressou seus sentimentos à Diocese de Nice e a seu pastor, através do tuíte: “A minha oração muito especial pelo povo diocesano de Nice e pelo bispo dom Marceau. Que eles saibam como se sustentar nesta prova e apoiar aqueles que são provados em sua carne.” Rezando pelas vítimas e lembrando a proximidade da Solenidade de Todos os Santos, acrescentou: “No domingo, de Todos os Santos, ouviremos o Senhor: Bem-aventurados os que promovem a paz, eles serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados vocês que são perseguidos pelo meu bem. Pois grande é a sua recompensa no céu”.
O pároco: fomos avisados do risco
“Tínhamos sido avisados há dois ou três dias que havia risco de outros ataques com o aproximar-se da Solenidade de Todos os Santos, porque alguns faziam a ligação entre a comemoração cristã dos mortos e o fato de aumentar o número de mortos.” Foi o que disse o pároco de Nice-Centre, Gli Florini, entrevistado pela BFM-TV após o atentado contra a Basílica de Notre-Dame. “Estávamos atentos, mas não pensávamos que fosse acontecer desta maneira”, acrescentou.
Duas semanas atrás, a morte de Samuel Paty
O ataque foi perpetrado num momento em que a França ainda está em choque com a decapitação de Samuel Paty, o professor morto em 16 de outubro por ter falado aos alunos sobre as caricaturas de Charlie Hebdo retratando o profeta Maomé. Além disso, a tensão aumentou nas últimas horas depois que Charlie Hebdo publicou novas caricaturas contra o presidente turco Erdogan e depois das declarações do presidente francês, Emmanuel Macron.
O massacre de 2016
Retorna à mente o massacre perpetrado em Nice às 22h30 do dia 14 de julho de 2016, que ceifou a vida de 84 pessoas. Um homem, dirigindo um caminhão, acelerou voluntariamente contra a multidão que participada das festividades por ocasião do Dia da Bastilha, feriado nacional francês, na avenida Promenade des Anglais. O veículo percorreu 1.847 metros, durante os quais o motorista atirava de forma selvagem, forçando a zona de pedestres e ziguezagueando, causando um número elevado de vítimas. A estimativa dos feridos foi posteriormente atualizada para duzentos, cinquenta dos quais se encontravam em estado muito grave. O agressor foi ligeiramente desacelerado pela intervenção de um homem, que tentou se colocar do lado do veículo com sua lambreta. Depois de tentar imobilizar o motorista, procurando pular dentro da cabine do caminhão, ele caiu no chão. O agressor foi morto por tiros da Polícia disparados contra a cabine do motorista e o caminhão parou por volta das 22h50.
Fonte e foto:Vatican News
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