“A Quaresma é o caminho de nossa transfiguração em Cristo”, diz Dom Aldemiro durante homilia

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A Transfiguração do Senhor é, pois, um sinal e uma antecipação não só da glorificação de Cristo na sua Ressurreição, mas também da nossa própria glorificação, quando formos revestidos do fulgor da glória de Deus e «o nosso corpo miserável se tornar semelhante ao Corpo glorioso de Jesus».

Na manhã deste domingo (17), o bispo diocesano de Guarabira, Dom Aldemiro Sena, presidiu a celebração eucarística na Catedral de Guarabira. Como acontece semanalmente, muitos fiéis participaram da Santa Missa.

Em sua homilia, Dom Aldemiro lembrou: estamos no 2º domingo da Quaresma.  A Liturgia nos convida a subir o Monte Tabor  para fortalecer a nossa fé em nossa caminhada quaresmal. A Quaresma é o caminho de nossa transfiguração em Cristo. O Tabor é uma parada que Jesus faz em sua caminhada para o Calvário.  É o lugar onde Deus reanima seus amigos e lhes dá as forças necessárias para chegar também eles à cruz.

As leituras deste domingo convidam-nos a refletir sobre a nossa “transfiguração”, a nossa conversão à vida nova de Deus; nesse sentido, são-nos apresentadas algumas pistas.

A Transfiguração do Senhor é, pois, um sinal e uma antecipação não só da glorificação de Cristo na sua Ressurreição, mas também da nossa própria glorificação, quando formos revestidos do fulgor da glória de Deus e «o nosso corpo miserável se tornar semelhante ao Corpo glorioso de Jesus».

No Evangelho, relato da transfiguração de Jesus, mais do que uma crônica fotográfica de acontecimentos, é uma página de teologia; aí, apresenta-se uma catequese sobre Jesus, o Filho amado de Deus, que através da cruz concretiza um projeto de vida.

O episódio está cheio de referências ao Antigo Testamento. O “monte” situa-nos num contexto de revelação (é “no monte” que Deus Se revela e que faz aliança com o seu Povo); a “mudança” do rosto e as vestes de brancura resplandecente recordam o resplendor de Moisés, ao descer do Sinai (cf. Ex 34,29); a nuvem indica a presença de Deus conduzindo o seu Povo através do deserto (cf. Ex 40,35; Nm 9,18.22;10,34).

Moisés e Elias representam a Lei e os Profetas (que anunciam Jesus e que permitem entender Jesus); além disso, são personagens que, de acordo com a catequese judaica, deviam aparecer no “dia do Senhor”, quando se manifestasse a salvação definitiva (cf. Dt 18,15-18; Mal 3,22-23). Eles falam com Jesus sobre a sua “morte” (“exodon” – “partida”) que ia dar-se em Jerusalém. A palavra usada por Lucas situa-nos no contexto do “êxodo”: a morte próxima de Jesus é, pois, vista por Lucas como uma morte libertadora, que trará o Povo de Deus da terra da escravidão para a terra da liberdade.

Foto: Pascom da Catedral

O bispo diocesano continua: a mensagem fundamental é, portanto, esta: Jesus é o Filho amado de Deus, através de quem o Pai oferece aos homens uma proposta de aliança e de libertação. O Antigo Testamento (Lei e Profetas) e as figuras de Moisés e Elias apontam para Jesus e anunciam a salvação definitiva que, n’Ele, irá acontecer. Essa libertação definitiva dar-se-á na cruz, quando Jesus cumprir integralmente o seu destino de entrega, de dom, de amor total. É esse o “novo êxodo”, o dia da libertação definitiva do Povo de Deus.

E o “sono” dos discípulos e as “tendas”? O “sono” é simbólico: os discípulos “dormem” porque não querem entender que a “glória” do Messias tenha de passar pela experiência da cruz e da entrega da vida; a construção das “tendas” (alusão à “festa das tendas”, em que se celebrava o tempo do êxodo, quando o Povo de Deus habitou em “tendas, no deserto?) parece significar que os discípulos queriam deter-se nesse momento de revelação gloriosa, de festa, ignorando o destino de sofrimento de Jesus.

Texto e fotos: Pascom – Pastoral da Comunicação
Diocese de Guarabira-Paraíba

 

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