Basta de guerra
Durante a contemplação dos cinco mistérios gloriosos e a oração a Maria, presidida pelo cardeal arcipreste Mauro Gambetti, ressoou o “basta!” à violência, à exploração e à discriminação repetidamente pronunciado por Francisco. “Juntemos nossa voz à do Papa”, disseram os membros da assembleia sinodal dos mais diversos contextos do mundo: “Basta de guerra, de violência atroz e sem sentido! Basta de ódio que só alimenta o ódio e nos impede de ver outros caminhos! Basta da lógica da vingança a qualquer custo pelos males sofridos! Basta da desumanidade crescente que faz ouvidos surdos à dor e às lágrimas das crianças, dos idosos, dos deficientes e daqueles que não podem se defender”.
A vida vence a morte
A oração mariana abraçou particularmente as mulheres, mães, irmãs, filhas, vítimas de violência. “Queremos nos tornar cada vez mais portadores de vida, esperança e paz, especialmente para aqueles que sofrem e estão sujeitos ao horror da violência que devasta tantos povos hoje”, “seguir os passos do Senhor ressuscitado, implorar sua luz para testemunhar que a vida é mais forte do que a morte e rezar pela paz para todos”, disseram os participantes do Sínodo, pedindo à Virgem Maria em oração o dom de se tornar “uma fonte de encorajamento e esperança para todos aqueles que se sentem desfavorecidos, marginalizados e excluídos”.
Para além das diferenças
Embora partindo de culturas, histórias e países diferentes, “alguns dos quais pegaram em armas uns contra os outros”, o Terço pela Paz da noite desta quarta-feira pretendia ser um sinal visível do dom de Deus da comunhão para além das diferenças de cada um, experimentado nas últimas semanas no Vaticano: “é de fato possível buscar caminhos para o futuro juntos, partindo de culturas e histórias diferentes”. “Por meio dessa oração mariana, juntos”, disse um dos participantes, “queremos mostrar que é possível respeitar uns aos outros, encontrar-se e dialogar. Aprender a ouvir o outro escutando o Espírito, sem querer que prevaleça o próprio ponto de vista”.
Testemunhas de fraternidade
O Terço foi também uma oportunidade para agradecer ao Senhor pelo Sínodo sobre a Sinodalidade, definido como um “novo Pentecostes”: “um processo para buscar a verdade e discernir juntos maneiras de servir ao bem comum à luz do Evangelho”. Uma oração no sinal também da alegria que ressoou na Basílica Vaticana: “a alegria da fraternidade dos batizados em Cristo”, experimentada no Sínodo, a alegria que nos faz exclamar juntos que Jesus ressuscitou. Uma intenção especial foi dirigida à unidade dos cristãos, para que “seu testemunho de fraternidade possa se converter em fermento de paz”.
Com Francisco, uma Igreja sinodal para todos
Não poderia faltar uma meditação sobre o cuidado com a criação. “Maria, que cuidou de Jesus, agora cuida do mundo ferido”: os participantes do Sínodo assumem o compromisso de cuidar da Casa comum, proteger a natureza, criar relações mais justas, estar perto dos pobres e dos que sofrem, fazer crescer o amor à imagem do amor trinitário e, em plena sintonia com os desejos de Francisco expressos também durante a JMJ de Lisboa, desenvolver uma Igreja sinodal para “todos, todos, todos”.
Por: Paolo Ondarza – Vatican News
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