“Sinto gratidão e admiração. Ouvi o testemunho de uma Igreja viva”, disse o purpurado na conclusão do encontro. “A partilha destes dias mostra que o caminho já está em andamento e que temos muito a aprender uns com os outros. Tenho grande esperança em nossa tarefa, que é e continua sendo, antes de tudo, a evangelização: o anúncio da boa nova de Jesus Cristo. Este é o caminho sinodal”.
“Neste caminho – continuou o cardeal Mario Grech – não devemos ter medo das tensões, que também podem ser saudáveis. Não devemos excluir ninguém e escutar a todos! Mesmo aqueles que estão fora do recinto formal da Igreja, porque, às vezes, a Igreja está presente onde pensamos que não a encontraríamos”.
Encontro com o Papa
Na tarde de segunda-feira, 28 de novembro de 2022, o Santo Padre Francisco recebeu os participantes em audiência. Após uma saudação de abertura do cardeal Jean-Claude Hollerich, arcebispo de Luxemburgo e Relator Geral da 16ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, os Presidentes ou Coordenadores das Assembleias continentais se revezaram para apresentar os frutos do processo em andamento em seus respectivos continentes ou regiões, seguido de um tempo de diálogo. O encontro, realizado em uma atmosfera de grande fraternidade, durou duas horas.
Nas suas palavras o cardeal Jean-Claude Hollerich saudou ao Santo Padre, agradecendo-lhe “por nos receber e por nos dar seus conselhos para o processo sinodal”. Com a fase continental do processo – continuou o arcebispo – iniciamos nosso discernimento missionário. Com esta etapa do Sínodo já estamos, de fato, – disse ainda – experimentando uma primeira dimensão universal do processo. Esta etapa diz, de fato, que as diversas Igrejas não devem estar isoladas no seu caminho e o diálogo circular das assembleias continentais irá beneficiar as Igrejas de todos os continentes.
O cardeal Jean-Claude Hollerich dirigindo-se ao Papa Francisco recordou que uma sinodalidade que quer ser católica, precisa dos cuidados e conselhos de Pedro. “Precisamos do senhor, porque precisamos de uma indiferença saudável que testemunhe a liberdade no Espírito, mas também porque percebemos algumas tentações neste caminho.
O Relator Geral da 16ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos falou então sobre uma tentação que às vezes se vê na mídia: é a tentação da “politização” na e da Igreja, ou seja, o viver e pensar a Igreja com a lógica da política. Alguns têm uma agenda para a reforma da Igreja; sabem muito bem o que precisa ser feito e querem usar o sínodo para esse fim: isto é instrumentalizar o Sínodo. Isto é politização. Do lado oposto estão – para retomar a sua palavra – os “indietristas” que não entendem que uma verdadeira tradição católica evolui mesmo permanecendo tradição em seu tempo. Também eles gostariam de colocar os freios no processo do Sínodo. Nós, por outro lado – e ouvimos isso esta manhã nos nossos trabalhos – queremos poder entrar em um verdadeiro discernimento, um discernimento apostólico, missionário, para que a Igreja sinodal possa realizar a sua missão no mundo. Queremos caminhar juntos, com o senhor e, sobretudo, com o Espírito Santo e com Jesus, a fim de embelezar a nossa Igreja.(Vatican News)
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