Dom Peña Parra: Cristo mantém a Igreja em pé

O enviado do Papa para a celebração do centenário da dedicação do Santuário de Nossa Senhora de Altagracia em Santo Domingo, celebra a Missa na conclusão de sua visita e recorda: somos chamados a construir a Igreja de acordo com o plano de Deus e com a sua graça a transformar a cultura da morte em uma cultura da vida.
 

“Nosso fundamento é Cristo”, Ele é “a pedra angular que sustenta todo o edifício”. Celebrando em Santo Domingo, como enviado especial do Papa, a Missa do centenário da dedicação do Santuário Arquidiocesano de Nossa Senhora de Altagracia, Mãe e Padroeira da República Dominicana, o substituto para os Assuntos Gerais da Secretaria de Estado, dom Edgar Peña Parra recorda que “a construção da Igreja não é apenas a construção de uma obra material, mas de um templo vivo composto pelos filhos e filhas de Deus, do qual brota a água capaz de dar vida ao mundo”. Essa água, explica ele, é “a graça de Deus” que “refresca e transforma as almas dos fiéis”. Com a comemoração encerra-se o intenso programa que marcou a visita do arcebispo ao país centro-americano desde 14 de agosto.

Com as portas abertas

“Nossas comunidades devem ter sempre suas portas abertas para acolher a todos, para que qualquer um que olhe para nós possa experimentar a presença de Deus em nosso meio, e ser transformado pela água viva que flui de seu templo, a Igreja”. Porque”, continua dom Peña Parra, “sua poderosa e fecunda graça nos permite transformar a cultura da morte em uma cultura da vida”.

Um trabalho artesanal

A construção da Igreja”, acrescenta ele, “é um trabalho artesanal, que Nossa Senhora nos ensina a fazer com humildade, porque somente aqueles que se reconhecem como pequenos são capazes de ver Jesus”. Como Zaqueu, um homem de pequena estatura que, para buscar sinceramente saber quem era o Senhor e alcançá-lo com seu olhar, subiu em uma árvore de sicômoro. “Somos chamados, como Zaqueu”, exorta o prelado, “a mudar os padrões de vida que nos afastam do Senhor e a empreender iniciativas que façam resplandecer a nova vida e dar bons frutos”.

Experimentar o limite

“Com Zaqueu sempre experimentamos o limite, às vezes não conseguimos ver claramente os planos de Deus, e também nos confundimos no tumulto de ideias e modos de pensar que nem sempre concordam com o Evangelho. E mesmo que nossos sonhos sejam altos, percebemos que nem sempre podemos alcançar todas as coisas boas que nos propusemos a fazer com as nossas próprias forças”.

Agora, o nosso momento

“Os cem anos de história” da dedicação do Santuário de Nossa Senhora de Altagracia “nos mostram que foram outros que lançaram as bases desta Igreja Dominicana, mas ao mesmo tempo nos lembram que este é o nosso momento”. Seguindo a advertência de São Paulo, “cada um deve ter cuidado com a forma como constrói: porque a mundanização nos impulsiona a construir estruturas que muitas vezes contradizem o plano de Deus, que prejudicam a família, que ameaçam a vida, que ferem os jovens e seus sonhos”. Entretanto”, conclui dom Peña Parra, “não devemos perder a esperança, mas estar atentos, buscar o Senhor com um coração justo, deixá-lo permanecer em nossa humilde morada, que é nossa consciência, e deixá-lo ser o alicerce sobre o qual construímos a Igreja e a sociedade”.

O Terço do Papa

No final da celebração eucarística, o substituto para Assuntos Gerais da Secretaria de Estado, em nome do Papa Francisco, colocou aos pés da imagem de Nossa Senhora um Terço que ele abençoou como sinal do amor e devoção mariana do Bispo de Roma, e também como “penhor de seu afeto e constante oração por todo o povo dominicano”. Em 15 de agosto passado, na solenidade da Assunção da Virgem, o prelado celebrou o encerramento do Ano Jubilar de Altagracia, comemorando o centenário da Coroação canônica da Virgem de Altagracia. “É como se Nossa Mãe de Altagracia estivesse nos dizendo que sua coroa somos nós, o Povo Santo de Deus, a Igreja inteira”.

Paolo Ondarza – Vatican News

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