O novo Bispo de Ilhéus, Dom Giovanni Crippa, tomou posse na manhã deste sábado (9), numa cerimônia de posse que teve início às 9h na Cadetral de São Sebastião em Ilhéus (BA). Ontem, antes da entrevista coletiva que ele concedeu para a imprensa local, ele concedeu uma entrevista especial para o telejornal da TV Santa Cruz, o Bahia Meio-dia. Ele foi entrevistado pela repórter Franciele Caetano, ao vivo, e por Olga Amaral, apresentadora do jornal. Na oportunidade, ele falou sobre a sua nova missão na Diocese de Ilhéus, como sucessor de Dom Mauro Montagnoli.
Dom Mauro completou 75 anos de vida e de acordo com o Código de Direito Canônico da Igreja Católica, ao chegar nesta idade, o Bispo precisa renunciar, por isso, Dom Mauro encaminhou o pedido de renúncia para o Papa Francisco, que aceitou, e nomeou o Dom Giovanni Crippa como o novo bispo diocesano da Diocese de Ilhéus que atende a 27 municípios, onde estão sediadas 41 paróquias. Na entrevista, ele falou o que a Diocese de Ilhéus pode esperar do seu serviço nesta nova missão: “É um motivo de alegria voltar para a Bahia, apesar de ter passado o período de oito anos em Sergipe, onde me encontrei, como se fosse na minha casa, na minha família. Graças a Deus, eu sempre tive essa graça de ter um grande acolhimento, sempre experimentei a bondade, o calor das pessoas, como pude experimentar ontem, na minha chegada, adentrando para o território da Diocese de Ilhéus. As pessoas, as comunidades, as paróquias, acolhendo àquele que é o novo pastor. Foi um momento de grande alegria! E o quê se pode esperar? Eu acho que um bispo deve ter duas características: primeiro, tem que ter o perfume de Cristo porque nós somos enviados em nome de Cristo para anunciar a alegria do Evangelho. Então, este perfume deve penetrar na vida das pessoas. Mas também um bispo tem que sentir o cheiro das ovelhas, ou seja, ser uma pessoa próxima das pessoas, que caminha com o povo, que sabe enxergar, dialogar, e sobretudo, uma pessoa que sabe perceber que Deus está presente, está atuando, está conosco, na história da Humanidade e da Igreja.”
Dom Giovanni também falou sobre o sentimento ao receber a notícia de que estaria indo para a Diocese de Ilhéus: “Foi uma surpresa! Mas como eu sempre digo, Deus é sempre maior do que nossos sonhos e projetos. O meu sonho era ficar em Sergipe mas eu acolhi o convite de Deus, sempre estive aberto ao projeto de Deus. Eu costumo dizer que nós não temos uma missão, é a missão que nos tem. É a missão que conta com a gente. Por isso, que eu acho que a missão é algo que nos chama, nos impulsiona. E achei até muito bonito, providencial, esta posse acontecer no mês de outubro, no mês missionário, que tem como tema: ‘Jesus Cristo é a missão’. Então, eu não venho em nome próprio, venho em nome da Igreja, venho em nome de Deus. Isso me consola e me dá também esta serenidade, que apesar do meus limites, da minha pequenez, é Deus, através do meu pequeno sim, irá realizar grandes coisas.”
Para finalizar, Dom Giovanni falou sobre o que vai fazer ao assumir a Diocese: “Na metade do mês de setembro, eu tive a oportunidade e a graça de me encontrar com todo o clero da Diocese de Ilhéus, ficar aqui uns três dias, para poder conhecer um pouquinho. Então, a minha primeira atitude é conhecer a realidade, para amar esta realidade e para servir de uma forma melhor. Mas, desde já, eu posso dizer que não tenho projeto. O projeto nós vamos construir juntos. Mas, uma coisa é clara: nós temos que ser pessoas de grande comunhão porque é através do diálogo e através de um caminho em conjunto, para podermos realizar a grande missão que Deus nos confiou.”
Vale ressaltar que Dom Giovanni nasceu em Milão, Lombardia, itália. Em 13 de setembro de 1981, professou os votos perpétuos no Instituto da Consolata. Foi ordenado presbítero no dia 14 de setembro de 1985. Doutorou-se em História da Igreja pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em 1996. Viveu seus primeiros anos de sacerdócio na Itália, onde foi animador missionário e vocacional, professor na faculdade de Missiologia da Pontifícia Universidade Urbaniana e membro da equipe de Coordenação do Departamento Histórico do Instituto da Consolata. Desde 2001, está no Brasil, passou por Feira de Santana, Estância e Salvador.
Em 21 de março de 2012, o Papa Bento XVI o nomeou bispo-auxiliar da arquidiocese de São Salvador e titular de Accia. Sua sagração episcopal ocorreu em 13 de maio seguinte, na Igreja de Santo Antônio, em Feira de Santana, comandada pelo arcebispo dom Frei Itamar Navildo Vian, com auxílio do arcebispo-primaz dom Murilo Krieger e por dom Walmir Alberto Valle, bispo emérito de Joaçaba, que também é missionário. Em 25 de setembro de 2013, foi designado pelo Papa Francisco para ser administrador apostólico da diocese de Estância, cujo bispo titular, dom Marco Eugênio Galrão Leite de Almeida, fora igualmente investido auxiliar da arquidiocese de Salvador. Em 9 de julho de 2014, dom Giovanni foi efetivamente nomeado bispo da dita sé vacante, e sua posse ocorreu em 24 de agosto seguinte.
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