Uma heroína de outros tempos ou, em termos modernos, uma mulher empoderada. Mas para os fiéis, uma religiosa imbuída da graça de Deus e uma forte candidata à honra dos altares.
Estamos falando da beata Bárbara Maix, cuja causa de canonização está em andamento aqui no Vaticano. A postuladora, Ir. Gentila Richetti, está acompanhando de perto o processo e visitou os estúdios da Rádio Vaticano para contar a incrível história desta austríaca de nascença, mas brasileira de atuação.
Num dos trechos mais marcantes da entrevista – que você pode conferir na íntegra na edição semanal do Porta Aberta -, Ir. Gentila narra como a Madre Bárbara veio parar no Brasil em 1848. O destino inicial era a América do Norte, mas depois de 30 dias no porto de Hamburgo, o primeiro navio a atracar era destinado ao Rio de Janeiro. Madre Bárbara e companheiras não hesitaram em partir, não obstante o total desconhecimento da língua e da cultura. Mas era só o começo, outros grandes desafios ainda estavam por vir.
E foi entre Rio de Janeiro e Porto Alegre que a religiosa colocou em prática os princípios basilares do amor a Deus e amor ao próximo, com um refinado sentido de justiça. O fruto de sua obra é a Congregação do Imaculado Coração de Maria, que hoje está presente não só no Brasil, mas também em outros países da América Latina e na África.
O milagre é o dedo de Deus
Agora está sendo estudado o segundo milagre, que pode levar à sua canonização. Curiosamente, seja o caso de cura da beatificação, seja este segundo em estudo no Vaticano, ocorreram na região próxima a Caxias do Sul e ambos dizem respeito a queimaduras.
“O testemunho dos santos é expressão de vitalidade, de vigor da Igreja, que não morre, porque é de Deus. Creio que a canonização de Madre Bárbara – e nós esperamos muito – venha a ser esse sinal de encorajamento para o mundo”, afirma Ir. Gentila.
“‘Não tema, não tenham medo’, nas cartas dela entra como um mantra: ‘Ânimo, coragem, Deus vê a nossa luta’. E ela deixa através de sua vida esse testemunho de uma mulher forte, corajosa por tudo o que viveu e passou. E também esse testemunho de uma compaixão infinita para com os pobres, com os que sofrem. Então eu vejo assim: que os milagres que aconteceram pela intercessão dela são fatos onde a pessoa experimenta até ao fundo o sofrimento humano. E a graça de Deus aponta para a missão. Neste tempo em que há tanto sofrimento, se este fato for aprovado como milagre – e como diz o Papa Francisco -, o milagre é o dedo de Deus, que aponta para a missão da Congregação que foi fundada pela serva de Deus e aponta para a missão da Igreja.”
Por:Bianca Fraccalvieri – Vatican News
Comments
No comment