Amor à Padroeira motiva vocações de padres e irmãs. Entre eles, de três possíveis santos brasileiros
A Igreja Católica celebra, no próximo domingo (25), o 58º Dia Mundial de Oração pelas Vocações. A data, que coincide com o Domingo do Bom Pastor, como é chamado o quarto domingo após a Páscoa, é dedicada à reflexão e súplica a Deus em favor das vocações sacerdotais e religiosas.
Na história da devoção à Nossa Senhora Aparecida, diversas são as pessoas que descobriram sua vocação visitando a Padroeira do Brasil ou acompanhando as celebrações da Basílica pelos meios de comunicação. Entre os Missionários Redentoristas, responsáveis pelo atendimento aos peregrinos no Santuário Nacional, não é difícil encontrar testemunhos vocacionais motivados pela ação evangelizadora do Santuário.
Foi ainda criança que o missionário redentorista, padre Domingos Sávio da Silva, sentiu o chamado sacerdotal. “Minha vocação nasce pela Rádio Aparecida. O que me chamava muita atenção era o programa do padre Galvão, chamado de Marreta na Bigorna. Era muito polêmico, porque quando alguém falava mal da Igreja ele vinha marretar com uma catequese correta”, recorda o sacerdote.
Inspirado pelas pregações que ouvia pela rádio, padre Domingos entrou no Seminário Redentorista em 1960, sendo ordenado sacerdote em 1975. O religioso exerceu seu ministério presbiteral em diversas localidades do Brasil e fora dele.
Trabalhando hoje na pastoral do Santuário Nacional, ele se recorda do despertar de sua vocação e aconselha: “Não tenham medo de alimentar uma vocação para a vida religiosa ou para o sacerdócio”.
Desde criança, a presença da Virgem Aparecida marcou a vida do missionário redentorista, padre Reinaldo Benjamin. “Eu tinha uma Nossa Senhora pequeninha e rezava fazendo pequenos altares e colocando flores para ela, cantando ‘Mãezinha do Céu’”, recorda o sacerdote.
Auxiliando na Comunidade Nossa Senhora Aparecida, em sua cidade natal, Bom Repouso (MG), teve sua vocação ainda mais despertada. A decisão se fortaleceu quando lia uma das publicações do Santuário Nacional.
“Lendo a Revista de Aparecida, encontrei o convite para ser Missionário Redentorista. A partir daí, resolvi dar este passo a mais para não ser missionário na minha Comunidade, mas ir além”, afirma o sacerdote, ordenado em julho de 2017.
Santas Vocações – A devoção à Padroeira também inspirou a vida e a vocação de brasileiros que se encontram a caminho dos altares. Em Aparecida (SP), o Servo de Deus padre Vitor Coelho de Almeida, é exemplo da ação de Nossa Senhora na vocação.
Enviado ao Seminário contra sua vontade, o jovem Vitor Coelho, de personalidade forte e desobediente, estava prestes a voltar para sua casa quando sentiu que deveria ficar e ser sacerdote. Foi ele mesmo quem contou esta narrativa, atribuindo a Nossa Senhora Aparecida seu processo de conversão e sua escolha vocacional naquele momento decisivo. “Sou filho da Misericórdia de Deus. Ele me tirou do lodo, de lá de baixo, para me colocar em alto na vocação sacerdotal”, afirmava.
Seu ministério foi marcado pelas transmissões de grande audiência na Rádio Aparecida, pela disseminação da devoção a Nossa Senhora Aparecida e profundo zelo às vocações por meio da catequese. Com fama de santidade, morreu em 21 de julho de 1987. Dez anos depois, em 1997, o sacerdote redentorista teve sua Causa de Beatificação aberta, recebendo o título de Servo de Deus.
Outro sacerdote que também deve sua vocação à Padroeira do Brasil é o Beato padre Donizetti Tavares de Lima. Famoso por sua devoção à Nossa Senhora Aparecida, o religioso de Tambaú (SP), beatificado em 2019, devia a ela sua vocação.
“Eu tinha a vocação graças à oração a Nossa Senhora, porque tive um encontro esclarecedor com o Bispo e, no entanto, foi precisamente aí que Nossa Senhora me ajudou a ver claramente qual devia ser a minha missão”, afirmava.
Também a caminho dos altares, Madre Tereza Margarida, iniciou sua caminhada vocacional rezando na Capela do Santíssimo da Basílica Velha. Foi ali que a religiosa sentiu no seu coração o chamado de Deus.
“A vocação da Serva de Deus nasceu na Casa de Nossa Senhora Aparecida, quando ela veio visitar a Imagem com sua família. Ela nutria uma devoção muito grande e esta devoção foi passada para nós, suas filhas espirituais”, ressalta a irmã Maria Elisabeth da Trindade, que vive no Convento Carmelita de Três Pontas (MG), fundado por Madre Tereza.
A religiosa nutriu a devoção à Virgem Aparecida até o dia 14 de novembro de 2005, quando morreu em fama de santidade no Carmelo mineiro. Em março de 2012, seu processo de beatificação foi aberto, e encontra-se em andamento.
O milagre da vocação – Na Sala das Promessas da Basílica, ex-votos testemunham a intercessão mariana na vocação de sacerdotes, bispos e religiosas. No espaço, uma vitrine apresenta paramentos religiosos, convites de ordenação, cartas e outros objetos que demonstram, de forma visível, o agradecimento pelo milagre da vocação, frutificado no serviço a Deus e à Igreja.
Fonte: Santuário Nacional de Aparecida(SP)
(Foto: Thiago Leon / A12)
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