Sábados de oração
“Venite adoremus” é a frase que Francisco recorda com “emoção”. Os vários adoradores a usavam para acordar a pessoa que tinha seu turno depois deles. De sua casa em Flores, nos arredores de Buenos Aires, o jovem Jorge – lembra a revista – ia de ônibus até o centro da cidade para chegar à Basílica do Santíssimo Sacramento, e foram muitas as noites de sábado passadas em oração. A adoração começava por volta das nove da noite, depois do sermão do Padre Aristi”, explica o Papa na carta. Nele, a chama da vocação já estava acesa, mas, escreveu, a sua vida era “uma vida cristã normal”. Depois veio a experiência daquelas noites de adoração que o marcaram profundamente.
Esta cruz não pode acabar no subsolo
Quando Padre Aristi faleceu, na Vigília Pascal de 1996, Dom Bergoglio, então bispo auxiliar, desceu à cripta da Basílica, no subsolo onde estavam velando o corpo. “Enquanto colocava algumas flores”, escreve, “num gesto de impulso, peguei a cruz do rosário e arranquei com um pouco de força”. Naquele momento olhei para o sacerdote confessor disse: ‘Dai-me metade da tua misericórdia’. Senti algo forte que me deu coragem para fazê-lo”, continuou, “e logo coloquei a cruz aqui, no meu pequeno bolso”. A única testemunha desse gesto, observa a revista, é o sacerdote sacramentino Andrés Taborda. “Lembro-me que ele disse: ‘Ele era meu confessor’. Com este rosário na mão, ele absolveu muitos, muitos pecadores; não é possível para ele levá-lo para o subsolo”. “As camisas do Papa”, escreve Francisco, “não têm bolsos, mas eu o carrego sempre em uma pequena bolsa de pano, e desde então até agora, a minha mão vai sempre aqui. Sinto a graça! O exemplo de um padre misericordioso, de um padre que se aproxima das feridas e faz muito bem…”.
Por lessandro De Carolis e Benedetta Capelli /Vatican News
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