As atividades do Papa e da Santa Sé nesta terça-feira. Hoje Francisco completou 83 anos. Publicou dois rescritos: no primeiro, aboliu o segredo pontifício para as investigações de casos de abusos de menores cometidos pelo clero. Em um tuíter para o Advento, recorda que a conversão nasce da misericórdia.
No dia em que comemorou seus 83 anos de idade, Francisco publicou um rescrito segundo o qual o “segredo pontifício” é abolido para documentos relativos a denúncias e testemunhos de processos canônicos em casos de abuso de menores perpetrados por clérigos. A decisão, que pode ser definida histórica, representa um novo passo ligado ao encontro sobre a proteção de menores realizado no Vaticano em fevereiro último. Os documentos processuais relativos aos casos de violência e abuso sexual conservados nos arquivos dos Dicastérios vaticanos, bem como os que se encontram nos arquivos das dioceses, até agora sujeitos ao segredo pontifício, poderão ser entregues aos magistrados de investigação dos respectivos países, atendendo ao seu pedido. Um sinal de transparência e colaboração com as autoridades civis. O rescrito, naturalmente, não diz respeito em algum modo ao segredo da confissão. Também hoje, com um segundo rescrito, Francisco estabeleceu que faça parte dos crimes mais graves reservados ao julgamento da Congregação para a Doutrina da Fé, também a detenção ou divulgação de imagens pornográficas de menores de 18 anos por parte de um clérigo. Até agora, esse limite era fixado em 14 anos.
Também hoje o Papa Francisco aceitou a renúncia por motivos de idade, apresentada por dom Luigi Ventura, núncio apostólico na França. O prelado, que tinha completado 75 anos no passado dia 9 de dezembro, havia renunciado à imunidade jurisdicional para manifestar a sua total disponibilidade para colaborar com as autoridades judiciais francesas em relação às acusações de assédio sexual feitas por alguns homens: acusações sempre rejeitadas pelo núncio.
Hoje a Igreja entra na segunda parte do Advento, tempo forte de conversão: se até ontem a liturgia nos convidava a meditar sobre a última vinda de Cristo, agora nos exorta a preparar-nos para celebrar o seu nascimento na gruta de Belém. O juízo final tem como premissa o Deus que se faz criança para a nossa salvação e é um chamado constante a acolher o amor divino que se propõe com humildade. Assim, no tuíter de hoje o Papa escreve: “Toda conversão nasce de uma antecipação da misericórdia, da ternura de Deus que sequestra o coração”.
Hoje, portanto, é o aniversário de Francisco. Pelos seus 83 anos chegaram felicitações de todo o mundo, dos líderes políticos e religiosos, mas sobretudo de simples fiéis e também de pessoas não católicas que vêem no Papa um testemunho de fraternidade e acolhimento – para além das diferenças -, tão necessário para uma humanidade tentada por medos e divisões. Entre as muitas mensagens recordamos, a de Liliana Segre, senadora italiana e testemunha do Holocausto, que deseja que o Papa continue com êxito o seu compromisso de denuncia da “cultura do descarte” e de promoção da paz baseada na memória. Também as felicitações do cardeal brasileiro João Braz de Aviz, através das ondas da Rádio Vaticano.
Por:Sergio Centofanti/Vatican News
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