Como deve ser presidida a santa missa? Veja as orientações do documento da CNBB.

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A Pastoral Litúrgica e a diocese de Itabuna têm realizado Encontro de Formação Litúrgica para membros das equipes/pastorais de liturgia das três Faronias: Centro, Norte e Sul que são compostas por 33 paróquias em 19 municípios do Sul da Bahia.  Em agosto de 2019, mais 450 membros participaram e a diocese disponibilizou as orientações de como deve ser presidida a santa missa. Veja abaixo as orientações do documento da  Conferencial Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

1.COMENTÁRIOS INICIAIS
Não mais haverá os costumeiros comentários iniciais. O Animador ou o Comentarista inicia a Celebração com a saudação “louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo” ou outra oportuna, convidando o povo para o canto de abertura. Após a saudação do Sacerdote ao povo, o Comentarista situará o povo na Celebração e lerá as intenções da Missa, conforme orientações litúrgicas: “Feita a saudação do povo, o sacerdote, o
diácono, ou um ministro leigo, pode com brevíssimas palavras introduzir os fieis na Missa do dia”. (IGMR 50. Conf. IGMR 124 e Doc. 43/CNBB, 243) “Só depois desta saudação convém situar a celebração, no tempo ou festa litúrgica e na realidade da comunidade com a recordação da vida.”
Evitem-se os costumeiros comentários iniciais”. (GLP/CNBB, III, 5.1)

2. INTENÇÕES DA MISSA

Deverão ser lidas junto com o comentário inicial (conforme orientações acima). Os nomes dos falecidos serão lidos novamente na Oração Eucarística no memento dos mortos. “A recordação da vida é o espaço
ideal para manifestar os fatos marcantes como aniversários, bodas, momentos de dor e de luto, missas de 7º e 30º dia e, principalmente, os acontecimentos importantes que ocorreram durante a semana que passou, na comunidade, na cidade, na região e no mundo”. “O lugar próprio da lembrança dos falecidos é nas intercessões da Oração Eucarística (memento dos mortos). Não se exclui a possibilidade de rezar pelos defuntos também na Oração dos Fieis, especialmente em missas pelos falecidos. Deve-se evitar fazer a leitura de uma lista de intenções antes da missa, menos ainda antes da oração do dia (coleta), após o oremos”. (GLP/CNBB, III, 5.1)

3. O lugar do COMENTARISTA

O comentarista não sobe ao Presbitério nem entra na Procissão de Entrada. “Ao desempenhar sua função, o comentarista fica em pé em lugar adequado voltado para os fieis; não, porém, no ambão.” (IGMR 105)

4. VÊNIAS (Inclinações)

Não se faz vênia (inclinação) ao ambão, pois não há nenhuma orientação litúrgica para este gesto. “Não fazem genuflexão nem inclinação profunda aqueles que transportam os objetos que serão usados na celebração que se vai realizar, por ex.: a cruz, os castiçais, o Evangeliário.” (Cerimonial dos Bispos, 70) “Os ministros que levam a cruz processional e as velas em vez de genuflexão, fazem inclinação de cabeça.” (IGMR 274)

5. O lugar dos LEITORES

Os leitores deverão sentar-se em cadeiras dispostas no mesmo lado onde fica o ambão, seja no presbitério ou não, e para ir ao ambão, não precisa ir até o altar (se não passar na frente) para fazer reverência! Evitem-se os movimentos desnecessários! O altar já foi saudado no início da celebração. “O lugar do sacerdote celebrante, do diácono e dos OUTROS MINISTROS é o presbitério.” (IGMR 294) “O presbitério é o lugar onde sobressai o altar, onde se proclama a palavra de Deus e onde o sacerdote, o diácono e os outros ministros exercem as suas funções.” (IGMR 295) O Leitor “Ao chegar ao altar, faz com os outros uma inclinação profunda. Se levar o Evangeliário, sobe ao altar e sobre ele depõe o Evangeliário. Depois ocupa o seu lugar no PRESBITÉRIO, junto com os outros ministros.” (IGMR 195)

6. PRECES – (IGMR 69-70)

As Preces serão feitas na Mesa da Palavra (ambão). Tão logo encerre as preces, o Leitor retira-se para seu lugar de origem. (Não precisa continuar próximo ao ambão durante o canto mandai Senhor). Deverão ser feitas, no máximo, 06(seis) Preces e, após a última, será cantado o Mandai Senhor…

7. As Vestes do LEITOR

O Leitor, no desempenho de sua função, deverá vestir a veste própria da Diocese e sob esta, uma veste sóbria que não desentoe das cores litúrgicas. “Na Igreja que é o Corpo de Cristo, nem todos os membros
desempenham a mesma função. Esta diversidade de funções na celebração da Eucaristia manifesta-se exteriormente pela diversidade das vestes sagradas, que por isso devem ser um sinal da função de cada ministro. Importa que as próprias vestes sagradas contribuam também para a beleza da ação sagrada.” (IGMR 335)

8. O USO DO DATA SHOW NA MISSA

O projetor multimídia na Missa poderá ser utilizado exclusivamente para projeção dos cantos, sem projeções de nenhuma espécie de figurinhas, pois isso caracteriza distração. Também não deverão projetar os textos da Oração Eucarística, Leituras, Comentários, Preces, etc. “O uso do projetor multimídia na liturgia, como estamos vendo, além de interferir na ação ritual, entra em competição com a liturgia, gerando distração.” (O uso do Projetor Multimídia na Liturgia, nº 13 – CNBB)

9. O ALTAR (Ornamentação)

O altar é a mesa da Eucaristia, por isso é importante que esteja sempre bem arrumado. Forrado com uma toalha branca caindo pelas laterais, sem encobri-lo totalmente. As velas e as flores sejam colocadas de modo sóbrio (em cima ou ao redor do altar), para que os fieis possam ver o que acontece sobre ele. “O altar deve ser coberto pelo menos com uma toalha de cor branca. Sobre o altar ou perto dele, dispõem-se, em qualquer celebração, pelo menos dois castiçais com velas acesas, ou quatro ou seis, sobretudo no caso da Missa dominical ou festiva de preceito, e até sete, se for o Bispo diocesano a celebrar.” (IGMR 117) “…O altar sobre o qual se celebra deve ser coberto ao menos com uma toalha de cor branca, que, pela sua forma, tamanho e ornato, deve estar em harmonia com a estrutura do altar.” (IGMR 304) “…Nada se sobrepõe ao altar. Ele pode ser realçado com a toalha, as velas, a cruz processional, as flores. Todos estes elementos devem enfatizar a sua nobreza e sobriedade, sem esconde-lo ou dificultar as ações litúrgicas.” (GLP/CNBB, 5 – O lugar do sacrifício e da ceia). “Haja moderação na ornamentação do altar(…) A ornamentação com flores deve ser sempre sóbria e, em vez de as pôr sobre a mesa do altar, disponham-se junto dele.” (IGMR 305)

10. PURIFICAÇÃO DAS MÃOS

O gesto de lavar as mãos faz parte do rito da Missa, por isso, somente o sacerdote lava as mãos próximo ao altar, exprimindo com este gesto o desejo de purificação interior (IGMR 76), como indica a oração que se faz durante a ação: “Lavai-me Senhor, de minhas faltas e purificai-me de meus pecados” (Sl 24) A ação de lavar só nas pontas dos dedos é para indicar que se devem evitar também as faltas insignificantes no serviço de Deus.

11. PROCISSÃO DO EVANGELIÁRIO (IGMR 175)

Durante o Aleluia oo outro cântico, O Diácono assiste ao sacerdote na preparação do turíbulo, se usar incenso; em seguida, inclinando-se profundamente diante do sacerdote, pede-lhe a bênção(…). O sacerdote abençoa-o(…). Depois de fazer inclinação ao altar, toma o Evangeliário, que está sobre ele, e, levando-o um pouco elevado para o ambão, precedido do turiferário e dos ministros com as velas acesas. No fim da proclamação beija o livro, dizendo em silêncio: Pelas palavras do santo Evangelho e volta para junto do sacerdote. Se estiver servindo ao Bispo, leva-lhe o livro para que ele o beije ou beija-o ele próprio, dizendo em silêncio: Pelas palavras do santo Evangelho. O Bispo, se achar oportuno, benze o povo com o Evangeliário. Terminada a proclamação, o Evangeliário pode ser levado para a credência ou para outro lugar adequado e digno. “Na ausência do diácono, o leitor, com vestes apropriadas, pode levar o Evangeliário um pouco elevado na procissão de entrada até o altar; neste caso, caminha à frente do
sacerdote.” (IGMR 194)

12.USO DE CELULAR NA MISSA

A princípio, não deverão ser usados em nenhum momento, pois, “Não é a tecnologia que determina se a comunicação é autêntica ou não, mas o coração do homem e a sua capacidade de fazer bom uso dos meios ao seu dispor”. (Papa Francisco) “Com a evolução das tecnologias de amplificação de imagem e som, as Igrejas são beneficiadas com os aparatos técnicos que contribuem para maior visibilidade, compreensão e participação da Celebração Eucarística. Cuide-se, no entanto, que eles não ocupem o centro da relevância e da atenção em relação à Palavra e ao rito sacramental, e não criem ambiente de dispersão e de distração.” (Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil da CNBB)

NUANCES LITÚRGICAS •

Canto de Entrada: Pode durar um pouco mais, pelo menos, enquanto os ministros se acomodam em seus lugares. (IGMR 47)
• Salmo: depois de finalizado, não é preciso repetir o refrão.
• Aclamação: Não se repete o Aleluia após o Evangelho. (IGMR 62) Os concelebrantes levantam-se logo que inicia a aclamação ao Evangelho, e somente fica sentado o Bispo que dará a benção ao Padre ou ao Diácono e, se for o Padre quem presida, este permanece sentado para dar a benção ao Diácono.
• Oração Eucarística: bispos e presbíteros rezam juntos onde se diz C.C, mas sem abafar a voz de quem preside! (IGMR 218)
• Na conclusão da Oração Eucarística: “Por Cristo…” Quem preside não mostra a hóstia, pois esta é apresentada ao Pai (não ao povo como em outros momentos). (IGMR 151)
• Na Comunhão: o povo que vai comungar não deve sentar-se enquanto não receber a comunhão. “Os fiéis estão de pé, desde o início do cântico de entrada, ou enquanto o sacerdote se encaminha para o altar, até à oração coleta, inclusive; durante o cântico do Aleluia que precede o Evangelho; durante a proclamação do Evangelho; durante a profissão de fé e a oração universal; e desde o invitatório “Orai, irmãos”, antes da oração sobre as oblatas, até ao fim da Missa, exceto nos momentos adiante indicados.”
(IGMR 43)
ORIENTAÇÕES PARA LITURGIA “O Sacrifício Eucarístico, embora se celebre sempre numa comunidade particular, nunca é uma celebração apenas dessa comunidade (…). Uma comunidade verdadeiramente eucarística não pode fechar-se em si mesma, como se fosse auto suficiente, mas deve
permanecer em sintonia com todas as outras comunidades católicas.” “O Bispo é o princípio visível e o fundamento da unidade na sua Igreja Particular. (LG 23) Seria, por isso, uma grande incongruência celebrar o Sacramento por excelência da unidade da Igreja sem uma verdadeira comunhão como Bispo.” (Ecclesia de Eucharistia, 39)

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