São Vicente de Paulo nasceu a uma terça-feira de Páscoa, em 24 de abril de 1581, na aldeia Pouy, sul da França. Como era então frequente, Vicente foi batizado no mesmo dia de seu nascimento. Era o terceiro filho do casal João de Paulo (Jean de Paul) e Bertranda de Moras (Bertrande de Moras), camponeses profundamente católicos. Seus seis filhos receberam o ensino religioso em casa através de Bertranda.
Desde cedo destacou-se pela notável inteligência e devoção. Fez seus primeiros estudos em Dax, onde, após 4 anos, tornou-se professor. Isto lhe permitiu concluir os estudos de teologia na Universidade de Toulouse. Foi ordenado sacerdote, aos dezenove anos, em 23 de setembro de 1600.
Tema: “Misericórdia e Caridade sob o Olhar da Igreja”.
Atualmente, a Igreja sente a necessidade de transmitir o Evangelho da misericórdia, e para tal os ensinamentos dos Padres e da Tradição sempre viva da Igreja são instrumentos essenciais para experimentar, contemplar e transmitir em toda a sua riqueza o mistério da misericórdia, fonte da verdadeira alegria.
Na idade patrística, era tradição da Igreja de Roma não limitar a sua ação caritativa ao âmbito do seu território e à assistência a cristãos romanos em dificuldades que viviam longe da sua comunidade. Roma realizava o que Santo Inácio de Antioquia (Roma, + 107 ca.) dizia dela, ou seja, que «presidia à caridade». Dionísio de Corinto (+ 175 ca.), escrevendo ao Papa Sotero (166-175) sobre a tradicional solidariedade romana, afirmava: «Desde o início vós tendes o bonito hábito de beneficiar todos os irmãos, de enviar ajudas a numerosas Igrejas constituídas em cada cidade. É assim que aliviais os necessitados, mediante as vossas ajudas, que já desde os primeiríssimos tempos continuais a enviar, e socorreis com o necessário os irmãos que desfalecem nas minas. Sois romanos e guardais zelosamente as tradições dos vossos avós, os romanos: Sotero, o caríssimo bispo que tendes, não somente as manteve, mas até as desenvolveu, socorrendo com generosidade os santos nas suas necessidades» (Cf. EUSÉBIO, História eclesiástica 4,23).
Estas afirmações sobre a caridade da Igreja romana foram confirmadas por numerosos testemunhos de outras províncias do Império Romano: por exemplo, o bispo Dionísio de Alexandria (190-265 d.C.) deixou-nos um louvor ao Papa Estêvão (254-257), porque, em nome da Igreja da urbe, enviava regularmente muitas ajudas e socorros às Igrejas da Síria e da Arábia (cf. Eusébio, História eclesiástica 7,5,2). As formas de solidariedade cristã da comunidade romana e de outras cidades do império eram realmente numerosas e foram muitas vezes louvadas até por escritores pagãos, como Luciano de Samósata (+ depois de 180 d.C.), o imperador Juliano (+ 363 d.C.) e outros.
Por Tiago Sousa
Pastoral da Comunicação
Paróquia Nossa Senhora de Fátima
Diocese de Itabuna-Bahia
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