A 55ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) recebeu neste sábado, dia 29, o bispo auxiliar de Morelia, no México, e secretário geral do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), monsenhor Juan Espinoza Jiménez. O representante da presidência do conselho que reúne todas as Conferências Episcopais da América Latina e do Caribe veio ao Brasil para ser expressão da comunhão eclesial, trazer uma palavra de ânimo e compartilhar os serviços do Celam, além de apresentar quatro grandes linhas de reflexão e meditação para o trabalho pastoral.
Monsenhor Jiménez quis apresentar uma palavra de ânimo aos bispos do Brasil: “estamos com vocês para dar uma palavra de ânimo a todos os bispos. Nós bispos levamos uma cruz peitoral que simboliza o peso da Igreja, mas também o amor à Igreja. Venho trazer uma palavra de ânimo, dizendo que vale a pena carregar essa Igreja com amor”.
O secretário geral do Celam fez questão de ressaltar a importância de visitar a Conferência do Brasil, que entre as 22 conferências da America Latina e Caribe, possui cerca de 500 bispos do total de 1500 das Igrejas particulares latino-americanas.
Jiménez também compartilha nesta visita os serviços de dinamização pastoral oferecidos pelo conselho. Ele convidou o episcopado à reflexão e à meditação sobre o trabalho pastoral em quatro grandes linhas: uma Igreja missionária, uma Igreja pobre para os pobres, uma Igreja que deve se converter e uma Igreja que deve estar sempre em constante diálogo com o mundo.
Igreja missionária, “em saída”
No primeiro ponto monsenhor Jiménez recorda que todos deverão ser eco do magistério do papa Francisco. “Queremos convidar que sejamos todos uma Igreja missionária em saída, que retomemos esse espírito missionário e que todo nosso trabalho que fazemos em nossa Igreja tenha esta dimensão de ir mais adiante das paredes dos templos e dos salões, que possamos ir às periferias, como diz o papa”, afirmou.
Igreja pobre
Também baseada no magistério do papa Francisco está a proposta de uma Igreja pobre para pobres. “Queremos também que a Igreja tenha um estilo próprio de vida que está enraizado precisamente na vivencia de Jesus, que por essência, deixa a riqueza da divindade e se faz homem, se encarna, se faz pobre com os pobres e para os pobres”, considera monsenhor Juan. “Queremos que a Igreja seja pobre para os pobres, que viva esse estilo de Jesus, totalmente confiado ao Pai. Mas também um estilo de compromisso e de dar uma reposta à realidade que se apresenta hoje, tendo um olhar sobretudo aos mais fracos, mais vulneráveis da sociedade. Então, uma Igreja pobre, para os pobres e com os pobres”, ressaltou.
Igreja que se converta
O terceiro ponto refere-se ao desejo de “promover uma Igreja que mude as estruturas, que mude os métodos, a mentalidade, as expressões”. “E por isso queremos motivar a todos os bispos para que sigamos trabalhando nesse caminho da conversão pessoal e conversão eclesial”, sugeriu.
Diálogo
Por último, o constante diálogo com o mundo, com todas as realidades que desafiam a Igreja, como a injustiça, a desigualdade, a corrupção, o narcotráfico e as pessoas que sofrem, por não terem seus direitos. “Então nós também queremos motivar para que estejamos de sempre em diálogo constante com as realidades que vão se apresentando neste mundo”, resumiu.
As quatro linhas de ação propostas pelo secretário do Celam estão em sintonia com o Documento de Aparecida, que completa, em 2017, dez anos. De acordo com monsenhor Juan, os quatro pontos são elementos de Aparecida, “o documento que dá orientação ao trabalho apostólico”.
Membros da CNBB no Celam
Alguns bispos do Brasil fazem parte da estrutura do Celam. O arcebispo de São Luís (MA), dom José Belisário da Silva é o segundo vice-presidente. O bispo coadjutor de Luziania (GO), dom Waldemar Passini Dalbello, é membro do Departamento de Missão e Espiritualidade. No Departamento de Vocações e Ministérios, é o presidente o arcebispo de Maringá (PR), dom Anuar Batisti, e o secretário o padre César Braga de Paula. O arcebispo coadjutor de Montes Claros (MG), dom João Justino de Medeiros Silva, é um dos membros do Departamento de Cultura e Educação; e o arcebispo de Diamantina (MG), dom Darci José Nicioli, do Departamento de Comunicação e Imprensa.
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