Na vastidão dos sentimentos humanos, encontramos a dor da ausência. Ela se manifesta como uma sombra fria, envolvendo os corações e perturbando a harmonia da existência. Quando alguém a quem amamos se afasta, a sensação de vazio nos consome, e procuramos desesperadamente por explicações e significados.
A ausência é um paradoxo intrigante. Ela é um estado de não presença, uma lacuna na tapeçaria da vida. Mas, ao mesmo tempo, pode ser uma presença poderosa, uma força motriz que molda nossa experiência e transforma nossa percepção do mundo. É como uma peça que falta em um quebra-cabeça, deixando uma imagem incompleta e deixando-nos questionando o que poderia ter sido.
No entanto, é importante reconhecer que a ausência de alguém em nossas vidas não é necessariamente uma maldade deliberada. Às vezes as pessoas partem por motivos além de nosso controle, levadas pelos ventos imprevisíveis da vida. Podem ser chamadas a cumprir outras missões, ou talvez tenham encontrado sua própria jornada solitária. Nesses momentos, é essencial lembrar que não é sobre nós, mas sim sobre o caminho que cada um precisa trilhar.
Mas e se essa ausência, mesmo involuntária, se tornar uma fonte de inspiração? O que isso diz sobre nós e nosso relacionamento com a pessoa que partiu? Pode-se argumentar que essa ausência acaba se tornando uma força que nos impulsiona a crescer, a explorar novos horizontes e a descobrir nossa própria força interior. É uma lembrança constante, uma vez que não podemos depender exclusivamente de outros para nossa felicidade e satisfação.
Essa ausência também pode nos desafiar a examinar profundamente nossos próprios sentimentos e emoções. Ela nos leva a confrontar nossas vulnerabilidades, a lidar com a solidão e a descobrir a resiliência que existe dentro de nós. Nesse sentido, a ausência pode se tornar uma ferramenta de autorreflexão e crescimento pessoal.
Por outro lado, a ausência pode nos mostrar o quanto nos importamos com alguém. Quando sentimos sua falta, o vazio em nossos corações é um lembrete de que fomos tocados por sua presença e que sua ausência é sentida profundamente. Essa percepção pode nos fazer valorizar ainda mais os momentos preciosos que compartilhamos juntos e nutrir um desejo ardente de reencontrar essa conexão perdida.
Entretanto, devemos ter cuidado para não nos apegarmos excessivamente à ausência. Ela pode se tornar uma armadilha emocional e nos impedir de avançarmos. É importante reconhecer quando é hora de deixar ir, de aceitar que a ausência pode ser permanente e que a vida continua, mesmo sem a presença física daquela pessoa especial.
No final das contas, a ausência pode ser uma fonte de inspiração paradoxal em nossas vidas. Ela nos desafia, nos transforma e nos faz confrontar nossas próprias emoções mais profundas. Pode nos mostrar o poder do amor e da conexão humana, mas também nos lembrar da importância de buscar a nossa própria felicidade e completude. A ausência pode despertar em nós a coragem de seguir em frente, de explorar novos caminhos e de descobrir novas formas de preencher o vazio deixado por aqueles que partiram.
Em vez de nos lamentarmos pela ausência, podemos nos permitir ser inspirados por ela. Podemos transformar essa lacuna em uma oportunidade de crescimento e autodescoberta. A ausência nos lembra que somos seres em constante evolução, capazes de nos adaptar e superar os desafios que a vida nos apresenta.
Ao nos tornarmos conscientes do impacto da ausência em nossas vidas, podemos escolher aproveitar essa experiência como um catalisador para a transformação pessoal. Podemos buscar novos interesses, nutrir nossas paixões e buscar relacionamentos e conexões que nos permitam crescer e florescer.
A ausência também pode nos ensinar a apreciar e valorizar as pessoas que ainda estão presentes em nossas vidas. Ela nos lembra da importância de expressar amor, gratidão e cuidado pelos outros enquanto temos a oportunidade. Podemos aprender a não dar nada como garantido, pois a vida é fugaz e as pessoas podem partir sem aviso prévio.
No entanto, é importante lembrar que a ausência não define nossa própria existência. Somos seres completos em nós mesmos, independentemente de quem está presente ou ausente em nossas vidas. Enquanto a ausência puder nos afetar profundamente, devemos lembrar que temos o poder de encontrar alegria, propósito e significado em nossa própria jornada.
Portanto, não devemos permitir que a ausência se torne um fardo insuportável, mas sim um lembrete constante de nossa própria força e resiliência. Podemos usar essa ausência como um leme para navegar pelos mares turbulentos da vida, transformando-a em uma fonte de sabedoria e crescimento. Assim, a ausência em sua vida pode ser uma oportunidade para se reinventar, para buscar a felicidade em lugares inesperados e para encontrar a plenitude em si mesmo. Não deixe que a ausência seja apenas um vazio doloroso, mas sim um convite para descobrir quem você é e o que realmente deseja. Permita-se ser inspirado pela ausência e encontre o seu próprio caminho em direção à realização e à alegria.
Padre Joacir d’Abadia, Filósofo, autor de 16 livros, Especialista em Docência do Ensino Superior, Bacharel em Filosofia e Teologia, Licenciando em Filosofia, Professor de Filosofia Prática. Acadêmico: ALANEG, ALBPLGO, AlLAP, FEBACLA e da “Casa do Poeta Brasileiro – Seção Formosa-GO”_ Contato: (61) 9 9931-5433 | Segue lá no Instagram: https://www.instagram.com/padrejoacirdabadia/
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