O arcebispo do Rio de Janeiro, cardeal Orani João Tempesta, presidiu a missa de reabertura da igreja matriz de são Cristóvão, na capital fluminense, na quarta-feira, 9 de fevereiro. A igreja de 394 anos esteve fechada por sete meses para obras de restauração.
Em sua homilia, o arcebispo falou da importância da beleza e da restauração, que “pode levar as pessoas a verem no belo uma inspiração para fazer o bem”.
“Pode parecer algo muito supérfluo o ato de fazer uma restauração. Não é. Faz parte de uma cultura humana, faz parte do nosso belo interior, que faz com que venha à tona tantas coisas importantes”, afirmou.
Dom Orani lembrou que a igreja de são Cristóvão “nasceu na época dos jesuítas” e, com o passar do tempo, “foi sendo embelezada pelos vários padres que passaram por aqui até ter essa beleza de hoje e essa história de 394 anos de presença dessa igreja aqui nesse lugar”. Segundo ele, “de certa forma, ela [a igreja], por sua presença, chama as pessoas à oração, à fé ao passarem por aqui”.
“Por isso, nós louvamos a Deus de poder ter justamente esta restauração, e restaurar um pouco dessa beleza de um templo que representa os templos de Deus que somos todos nós”, afirmou. “Pedimos que a beleza restaurada dessa igreja possa levar muitos a buscar Deus e a fazer o bem”, completou.
Igreja de São Cristóvão, no Rio de Janeiro. Foto: Wikimedia (CC BY-SA 3.0)
Pelos documentos guardados no arquivo da igreja, sabe-se que, no ano de 1627, ela já existia e era chamada de ‘igrejinha’. Construída à beira-mar, tinha as águas da baía de Guanabara quase à porta de entrada.
Os aterros feitos na baía de Guanabará afastaram o mar.
Membros da família imperial, incluindo dom Pedro II frequentaram a “igrejinha”. Em 1856, por decreto imperial, foi criada a paróquia de São Cristóvão, desmembrada da freguesia de São Francisco Xavier do Engenho Velho.
Ao longo de sua história, a igreja passou por algumas reformas. “Uma das reformas foi realizada por dom Pedro I, a pedido da Marquesa de Santos, que residia no bairro e frequentava esta Igreja”, segundo relato histórico do site da Comissão de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural da arquidiocese do Rio, retirado do livro ‘Templos Católicos do Rio de Janeiro’, de Orlindo José de Carvalho.
Outra grande reforma aconteceu entre 1898 e 1902. No ano de 1996, foi trocado o telhado. Em 1997, o pároco iniciou uma grande campanha para conseguir reformar a Igreja, que estava em estado precário. No final de 1999, a igreja foi interditada e foi realizada reforma que durou dois anos.(ACI)
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