A Basílica Santuário Senhor Bom Jesus do Bonfim, em Salvador, foi o templo escolhido para a Celebração Eucarística que marcou um momento histórico para a Igreja Católica. Nesta segunda-feira, 26 de agosto, 26 homens e mulheres foram instituídos no Ministério de Catequista, sendo esses os primeiros no Regional Nordeste 3 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A Missa também deu início à 61ª Assembleia de Patoral, que segue até 29 de agosto.
Presidida pelo Arcebispo de São Salvador da Bahia, Primaz do Brasil, Cardeal Dom Sergio da Rocha, a Missa foi concelebrada por todos os arcebispos e bispos das 26 arquidioceses e dioceses da Bahia e de Sergipe. “Bendito seja Deus por esta Eucaristia; bendito seja Deus que aqui nos reúne como Igreja do Regional Nordeste 3; bendito seja Deus pelos catequistas que têm essa missão tão valiosa, que desempenham esse ministério tão valioso em nossa Igreja”, disse o Cardeal.
Durante a homilia, Dom Sergio destacou que o reconhecimento da catequese enquanto Ministério foi um pedido enviado pelo Brasil ao então Papa Bento XVI. “No ano de 2012, quando ocorreu o Sínodo para a Nova Evangelização, eu tive a graça de ser um dos delegados da Conferência Episcopal, isto é, um dos representantes da CNBB naquele Sínodo, e o episcopado brasileiro solicitou que um dos temas a serem apresentados naquela ocasião fosse da Catequese, pela especial importância em toda a Igreja. Mas, de modo particular, foi feito um pedido para que na Igreja a catequese fosse reconhecida como um Ministério. Eu fiquei surpreso com a acolhida generosa de todos os que lá estavam, muitos bispos – chamados padres sinodais – manifestaram o seu apoio para que o Papa pudesse declarar como Ministério esse serviço tão valioso prestado por nossos catequistas”, disse Dom Sergio.
“Como graça de Deus e inspiração do nosso Papa na época, Bento XVI, uma das conclusões do Sínodo foi justamente na perspectiva de continuar a dar passos para que, de fato, pudéssemos instituir em toda a Igreja o Ministério de Catequista. Por isso, quero dizer que se em todo o mundo houve alegria e reconhecimento pela iniciativa do Papa Francisco em definir, em 2021, para toda a Igreja a instituição do Ministério de Catequista, para nós, episcopado brasileiro, Igreja no Brasil, foi ainda mais, porque nós fazemos parte dessa história que permitiu chegar a essa decisão do nosso amado Papa Francisco”, afirmou o Cardeal.
Logo após a homilia, os catequistas foram instituídos no Ministério e receberam, das mãos de Dom Sergio, o crucifixo. “Nós nos alegramos com os catequistas que estão sendo instituídos, agradecemos mais uma vez pelo sim manifestado nesse momento e, certamente, ao longo de todo esse serviço que já vem sendo prestado e que, agora, vocês passam a exercer como Ministério instituído pela Igreja”, disse Dom Sergio.
O presidente do Regional Nordeste 3, Dom Dirceu de Oliveira Medeiros, falou aos catequistas. “Agradeço a Dom Genivaldo, que é o bispo referencial da Catequese, e a todos os que estão envolvidos na preparação dessa Celebração tão sóbria. Nossa saudação aos catequistas que hoje recebem o reconhecimento da importância desse Ministério na vida da Igreja. Nós nos alegramos com a ministerialidade da Igreja e com o sim e o testemunho de vocês. Eu acredito que hoje nós recebemos três bênçãos aqui aos pés do Senhor do Bonfim, Aquele que ensinava como quem tem autoridade: primeiro, todo o nosso Regional está aqui unido, as 26 dioceses estão em comunhão, atendendo o apelo do Papa Francisco; em segundo lugar, estamos reconhecendo o papel do laicato: os homens e as mulheres que se dedicam à obra da evangelização da Igreja no mundo e que vivem o seu protagonismo; e a última bênção é também o compromisso com a transmissão da fé, e nós queremos pedir a Deus a graça de cuidarmos cada vez melhor dessa missão tão importante que é transmitir a fé às futuras gerações”, afirmou Dom Dirceu.
Antes da bênção final, os catequistas instituídos receberam a Palavra de Deus, cada um das mãos do bispo da arquidiocese ou diocese onde exercem este ministério.
Foram instituídos: Cristiane Conceição de Assis (Diocese de Amargosa), Andrea Rocha Amorim Guedes (Diocese de Paulo Afonso), Erivaldo de Jesus Coutinho (Diocese de Barreiras), Maria do Carmo Dias Rodrigues (Diocese de Juazeiro), Maria do Socorro Oliveira (Arquidiocese de Feira de Santana), Gilmara Oliveira Santana (Diocese de Jequié), Maria D’Ajuda Andrade (Diocese de Teixeira de Freitas / Caravelas), Rozeangela Guimarães Barbosa (Diocese de Livramento de Nossa Senhora), Artulita Pereira Santos (Diocese de Caetité), Davina Conceição Ribeiro (Diocese de Irecê), Irone Magna Veloso Ledo de Oliveira (Diocese de Bom Jesus da Lapa), Daniela Souza Cruz Silva (Diocese de Propriá), José Carlos Santos Silva (Arquidiocese de Salvador), Adelaide Aparecida de Lima (Diocese de Serrinha), Ednalva da França Santos (Diocese de Camaçari), Maria Valdinete Dias Santos (Diocese de Itabuna), Rosana Nogueira Santos (Diocese de Ilhéus), Paula Luciana Sampaio dos Santos Silva (Diocese de Ruy Barbosa), Erlainy dos Santos Neris (Diocese de Bonfim), Maria José Pinheiro dos Santos (Diocese de Estância), Nadja Costa de Andrade (Diocese de Alagoinhas), Luciano Lunardi (Diocese de Barra), Elenice Dantas Campos (Arquidiocese de Vitória da Conquista), Débora Schmidke Ribeiro (Diocese de Eunápolis), Fátima Santos Prado (Arquidiocese de Aracaju) e Eliene Moreira Pimentel (Diocese de Cruz das Almas).
O Ministério de Catequista
Instituído pelo Papa Francisco em 2021, no Motu proprio “Antiquum ministerium”, o Ministério de Catequista foi destacado pelo pontífice como “uma necessidade urgente para a evangelização no mundo contemporâneo, a ser realizada sob forma secular, sem cair na clericalização”.
Para a Igreja, o catequista tem uma missão importante, sendo chamado a exprimir a sua competência no serviço pastoral da transmissão da fé desde o primeiro anúncio até a preparação para os Sacramentos da Iniciação Cristã (Batismo, Eucaristia e Crisma), incluindo a formação permanente. Mas tudo isso só é possível “através da oração, do estudo e da participação direta na vida da comunidade, para que a identidade do catequista se desenvolva com coerência e responsabilidade”, conforme disse o Papa Francisco ao instituir este Ministério.
Assim, o Ministério de Catequista, intensifica o compromisso missionário dos homens e das mulheres. “Os leigos são antes de tudo chamados a tornar a Igreja presente e atuante nos lugares e circunstâncias em que ela não pode se tornar sal da terra a não ser por meio deles”, conforme afirma a Constituição Dogmática Lumen Gentium.
É importante ressaltar que este Ministério não visa substituir os sacerdotes ou as pessoas consagradas, mas, como leigos, objetiva expressar da melhor maneira possível a vocação batismal com um maior compromisso missionário. “O ministério laical de catequista também tem um forte valor vocacional porque é um serviço estável prestado à Igreja local que requer o devido discernimento por parte do bispo. Ao mesmo tempo, os catequistas devem ser homens e mulheres de fé profunda e maturidade humana”, destacou o Papa.
Fotos: Sara Gomes
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