“Padrinho, nós te amamos! Vida longa ao papa!”
A história deles remonta a décadas atrás. Quando Mildred nasceu, seu pai, Héctor Camacho, era sacristão na catedral de Chulucanas e tinha apenas 14 anos. Naquele tempo, o padre Robert Prevost acabara de chegar ao Peru como missionário, dedicando-se a sua missão entre 1985 e 1986, e logo se tornou uma figura central na vida de Héctor.
“Ele sempre nos ensinou a importância de acreditar em Deus, a ter fé e a sermos respeitosos e educados. Ele nos incentivava a nos destacarmos na vida”, lembra Héctor, revelando a influência duradoura que o padre teve sobre ele e sua família.
A trajetória de Héctor levou-o a Trujillo para estudar, e o destino o uniu novamente ao padre Prevost. Este, como sempre, estava lá para apoiar espiritualmente Héctor e incentivá-lo em suas ações de caridade. Foi então que, ao saber da morte da mãe de Prevost, Héctor pediu permissão para dar à sua filha o nome dela: Mildred. Não só isso, mas também pediu que o padre se tornasse o padrinho de batismo da menina.
O batismo de Mildred aconteceu na paróquia de San José Obrero, em Chulucanas, e é uma memória que ela carrega com carinho. Mesmo que na infância não tenham se encontrado muito, os ensinamentos e o exemplo de vida de seu padrinho sempre estiveram presentes em sua mente. “As lembranças que tenho dele não são tantas, mas sei que tudo o que ele fez o levou aonde está agora”, reflete Mildred, admirada.
As trocas de mensagens que manteve com o padre Prevost se tornaram um verdadeiro tesouro para ela. Em cada missa ou evento em que ele estava presente, ele reservava um tempinho para saudar a família, criando momentos que, embora breves, eram cheios de significado.
“Ele sempre me dizia: ‘Viva com alegria, viva feliz.’ E eu guardo isso com carinho, junto com seu pedido de orações”, conta Mildred, descrevendo como as palavras dele a acompanharam em sua jornada. “Ele sempre nos ensinou que fé não é apenas ir à missa, mas viver em caridade e ser luz para os outros. Isso sempre me inspirou a ter esperança, mesmo nas dificuldades.”
Sonhando em reencontrar seu padrinho, Mildred pensa em como seria o momento. Se Leão XIV um dia visitar o Peru, ela não hesitaria em acampar na rua para vê-lo de perto, abraçando-o e dizendo do fundo do coração: “Padrinho, nós te amamos!”
O padre Prevost viveu na paróquia de San José Obrero, em um quarto pequeno e simples, e naquele mesmo lugar residiu um servo de Deus, o padre Juan Magnif, um agostiniano amado por sua caridade e que viveu até os 85 anos. Ele é lembrado como o único agostiniano americano autorizado por Fidel Castro a permanecer em Cuba após a revolução de 1959. Atualmente, um mausoléu está sendo construído ao lado da igreja paroquial, onde seus restos mortais, que foram levados dos EUA, serão sepultados, perpetuando sua memória entre o povo que tanto o amou.(Texto e foto:Aleteia)
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