Quem diria que este tema da menstruação poderia desfilar com todo o seu glamour nas nossas reflexões! Contudo, eu digo a você que a filosofia surpreende até mesmo os filósofos. A reflexão é dinâmica e se movimenta nos seus mais variados temas. O seu único limite é a própria razão com suas arestas. Dito isto, eu vos pergunto: você já ouviu alguma mulher reclamando que está com a cabeça doendo ou que está com “TPM”? Você já percebeu que estamos vivendo uma grande instabilidade emocional e psíquica?
No meu convívio com minhas 8 irmãs, 9 sobrinhas, mais de 15 primas, 5 funcionárias, várias amigas e uma infinidade de mulheres na Igreja, inseridas ou não nas mais variadas pastorais e movimentos, me traz este pensamento sobre menstruação em tempo de pandemia.
Uma palavra que acredito poder resumir este período de pandemia é “instabilidade”. Mas não poderia ser diferente, uma vez que a humanidade vive um tempo de “liquidez”, para os mais íntimos da filosofia, chamamos este tempo de “Modernidade Líquida”.
“O conceito de modernidade líquida foi desenvolvido pelo sociólogo polonês, Zygmunt Bauman, e diz respeito a uma nova época em que as relações sociais, econômicas e de produção são frágeis, fugazes e maleáveis, como os líquidos. O conceito opõe-se, na obra de Bauman, ao conceito de modernidade sólida, quando as relações eram solidamente estabelecidas, tendendo a serem mais fortes e duradouras” (https://m.mundoeducacao.uol.com.br/amp/sociologia/modernidade-liquida.htm).
Qual a relação que existe entre menstruação e pandemia? Olhando para este tempo de relações humanas frágeis, fugazes, maleáveis e de total incertezas, até mesmo o ciclo menstrual pode sofrer estas repentinas mudanças. Lembra quando mencionei os grupos de mulheres do meu convívio mais próximo? Não raras vezes já ouvi algumas reclamarem que estão desregradas, as cólicas menstruais e dores de cabeça estão ficando cada vez mais fortes, e que tem aumentado muito o fluxo de sangue por um período de tempo muito mais longo que o tempo habitual, e a irritabilidade fica mais patente.
Diante disso tudo, estamos vendo que esta pandemia já mostra seus estragos na vida das pessoas, assumindo com a “liquidez” deste tempo umas características muito próprias da modernidade como a ansiedade, estresse, depressão, insônia e muito mais. O que é importante para viver em tempo de instabilidade é assumir os desafios que são próprios de cada dia.
Por:Padre Joacir D’Abadia, filósofo, autor de 15 livros, Especialista em Docência do Ensino Superior, Bacharel em Filosofia e Teologia, Licenciando em Filosofia, Professor de Filosofia Prática. Acadêmico: ALANEG, ALBPLGO, AlLAP, FEBACLA e da “Casa do Poeta Brasileiro – Seção Formosa-GO”, Coordenador da Pastoral do Diálogo Inter-Religioso
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