Irmã Lourdes, filha de agricultores e os 55 anos de vida religiosa e missão

Religiosa gaúcha ajuda mulheres a conviver com a falta de água em Moçambique

Gaúcha de São Paulo das Missões, Irmã Lourdes Dill tem 74 anos e esteve mais de 30 anos na cidade de Santa Maria. Ela pertence à congregação das Filhas do Amor Divino há 55 anos e, desde outubro de 2023 está na diocese de Nampula, em Moçambique. Irmã Lourdes faz parte de um projeto missionário que une a Igreja Católica do Rio Grande do Sul com aquela diocese moçambicana. 

Recentemente, o jornalista Marcelo Canellas contou em podcast a história missionária da freira, com vídeos que ela mesma fez em Moçambique. O que leva esta idosa a atravessar o oceano e se estabelecer em outro continente é a bagagem que ela constituiu no Rio Grande do Sul. Esteve à frente do Projeto esperança, uma inciativa da Igreja Católica para a inclusão social de famílias vulneráveis por meio da economia solidária.

“O país tem uma cultura própria e uma história sofrida devido às guerras e ao domínio dos portugueses. Apenas em 1975 o país obteve a independência. Na nossa região não tem mais guerrilhas, mas a pobreza é muito grande. O povo planta de forma muito primitiva para sobreviver com luta e sacrifício”, descreveu Irmã Lourdes.

Os desafios são inúmeros, desde a falta de água até conflitos violentos entre clãs, mas Irmã Lourdes Dill não desiste. “Seguir neste trabalho é muito importante para mim e os missionários, onde podemos contribuir e motivar o povo Moçambicano e também buscar formas alternativas de Organização e assim contribuir para que a pobreza e a fome sejam amenizadas, especialmente com quem deseja se organizar de forma coletiva, participativa e autogestionária. Com os que desejam se organizar”, disse em entrevista à Unisinos. 

Irmã Lourdes vê essa missão como profética e e vive com esperança os desafios. “ Em diversos lugares do Brasil, e especialmente em Santa Maria, eu usava muito um sábio provérbio africano e agora estando na África posso afirmá-lo com mais convicção: ‘Muita gente pequena, em muitos lugares pequenos, fazendo coisas pequenas, mudarão a face da terra’. Para mim seguir este importante caminho faz parte de um plano traçado por Deus para este momento histórico e faz jus ao desejo que sempre tive de poder trabalhar numa missão na África”, conclui. (Aleteia)

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