Dentre os fiéis que participaram da Audiência Geral não passou despercebido um jovem vestido de Homem-Aranha. A sua história, contada no L’Osservatore Romano desta tarde, se entrelaça com a de muitas crianças internadas em hospitais pediátricos. Francisco também saudou uma avó, acompanhada por seu neto, que com o entusiasmo de seus 95 anos, venceu a Covid-19
O Homem-Aranha é realmente um super-herói bom. Trabalha como funcionário numa empresa de portal, em Vado Ligure, mas depois coloca a máscara e o traje do Homem-Aranha e vai ficar ao lado das crianças internadas nos hospitais.
Na manhã desta quarta-feira (23/06), na Audiência Geral com o Papa Francisco, no Pátio São Dâmaso, o Homem-Aranha não só entregou a máscara de super-herói como também “revelou” sua identidade, Mattia Villardita, 28 anos, e sua próxima missão: as alas pediátricas do Hospital Agostino Gemelli onde irá com a banda musical da Polícia Italiana por iniciativa da Inspetoria de Segurança Pública do Vaticano. “Mas os verdadeiros super-heróis são as crianças que sofrem e suas famílias que lutam com tanta esperança”, disse Mattia.
“Eu me visto de Homem-Aranha para tirar um sorriso das crianças que estão no hospital. Faço isso porque tenho uma doença congênita. Durante 19 anos eu entrava e saia do Hospital Gaslini, em Gênova, e eu teria gostado muito, quando estive lá, sozinho, no meu leito, de ver o Homem-Aranha entrar pela janela do meu quarto…”, disse ele. É assim que se torna Homem-Aranha, “com o coração”. Não há “um curso para super-herói” mesmo que Mattia tenha criado a associação Super-herói nos hospitais: “Somos um grupo de jovens envolvidos no trabalho voluntário que, vestidos de ‘heróis’, levamos momentos de distração nas alas pediátricas dos hospitais”. “Eu usei pela primeira vez esta máscara 4 anos atrás, no Natal: tinha que entregar um computador no Hospital São Paulo de Imperia e inventei algo que pudesse divertir as crianças que estavam vivendo o que eu também tinha vivido”.
Em missão no Hospital Gemelli
O Homem-Aranha também realizou suas proezas no período de lockdown: “Fiz mais de 1.400 chamadas de vídeo, já que não podia ir pessoalmente”, disse ele. Mattia acompanha as crianças através do contato contínuo com seus pais até mesmo quando elas voltam para casa: “Organizamos festas surpresa ou simplesmente a entrega de uma pizza”, frisou. No ano passado, o presidente da República Italiana, Sergio Mattarella, concedeu-lhe a Honra de Mérito por “altruísmo e iniciativas fantasiosas com as quais ele contribui para aliviar o sofrimento dos pacientes pequeninos dos hospitais”. Poderia ser a definição perfeita de um super-herói, “alguém que tenta tornar o mundo melhor do que o encontrou”.
Na tarde desta quarta-feira (23), no Hospital Gemelli, o Homem-Aranha também encontrará a comunidade de pessoas afetadas por fibromialgia, uma doença “desconhecida” que afeta 2 milhões de pessoas na Itália, e as pessoas que as assistem tanto do ponto de vista sanitário quanto pastoral.
Esta manhã, com afeto, Francisco encorajou um grupo de doentes e médicos do Hospital Gemelli, acompanhados por pe. Carlo Abbate que acompanha, através da Pastoral da Saúde da Diocese de Roma, esta obra de apoio e conscientização.
Outras iniciativas na Audiência
Além disso, durante a audiência, o cardeal Aquilino Bocos Merino apresentou ao Papa os autores e protagonistas do filme “Claret”, enquanto as Pequenas Irmãs de Jesus e as religiosas polonesas de Santa Maria Madalena da Penitência relançaram com Francisco o significado de seu carisma.
Entre os presentes estavam representantes do prêmio “Maria Grazia Cutuli”, que leva o nome da jornalista do Corriere della Sera assassinada no Afeganistão em 2001. Por fim, com particular afeto, o Papa saudou a “vovó Alba”, acompanhada de seu neto Valério, que com o entusiasmo de seus 95 anos venceu a Covid-19. Um testemunho que é um verdadeiro incentivo para o Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, celebrado em 25 de julho.
Com Vatican News
Foto: Reprodução | Vatican News
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